A TUMBA ⚰️
Espíritos levantam-se das tumbas
Posso ver esses seus dedos,
Neste céu escuro que me afundas
No horror de tantos medos
Eu enxergo as mãos se erguendo
Saindo dos caixões lacrados
No calafrio meu corpo tremendo
Debatendo-se por tais lados!
Ao fugir minhas pernas dormentes,
O ar nos pulmões parece faltar
Meus horrores aqui estarão latentes
Deste pesadelo preciso acordar
Alguém me segue entre as valetas,
Tenho essa ligeira impressão,
Talvez sejam os malignos capetas
Que virem cumprir sua missão
Aturdido esbarro entre pelas cruzes,
Que brilham diante deste luar,
As nuvens negras escondendo luzes
O caminho que devo retomar!
A névoa encobre toda minha visão,
Tudo é disforme e aparente,
Quando o pavor da morte ao portão
Já se defronta em sua mente!
Meu Deus, porque me abandonaste?
Sou um miserável pobre,
Mas apena ousei aqui para furtaste
A lápide feita com cobre
Tudo que fizera foi apenas o cúmulo
Da ganância para se violar,
De um falecido seu sagrado túmulo,
Para dele algo então furtar!