A RESSURREIÇÂO MACABRA 🎃

Aquela velha sepultura estaria violada,

Este sepulcro rompeu-se de dentro para fora!

Nesta madrugada fria e bem enluarada

Espreitando-nos com a neblina fúnebre agora!

Corvos gralham na escuridão envolvente,

Pairam através desta cruz derrubada e retorcida

E o vento sussurra na noite malevolente!

Numa terra amaldiçoada e por todos esquecida!

Um raio corta a imensidão com negrume,

Meu coração dispara na palpitação do desespero

A morte paira no ar no seu fétido perfume

Fazendo eriçar-se até meu último fio de cabelo!

Nesta noite há algo que não posso prever,

Quem violaria o túmulo de um recém enterrado?

Há algo diabólico, que estaria a acontecer

Que nem a morte pudera deixar senão enterrado

Atrás de mim sinto a ofegante respiração,

Toda a espinha congelaria neste pavor já delirante,

Por detrás de mim aquele que neste caixão,

Havia sido sepultado dentro do solo insignificante!

Com suas mãos sórdidas aperta-me o pescoço,

Falta-me o ar para que eu possa respirar,

Este não pode ser meu fim e todo esse esforço

Para que a morte venha então me abraçar.

Desta vida nada levei, sou o presunto,

Morto alguns dias, ou talvez algumas semanas,

Jaz aqui! Um velho que é tal defunto,

O aroma da podridão do cadáver então emanas!

Essa consciência esvanece toda a suposição,

Lentamente meu corpo por inteiro vai amolecendo!

Este ser maldito nesta maligna ressurreição,

Escarnece deste fim quando já estou aqui morrendo!

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 26/01/2024
Código do texto: T7985083
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