De férias, os dois jovens amigos, Carlos e Tom escolhem a Bahia como destino para aquela série de viagens que fariam. A Bahia com seus mistérios e encantos, cada ponto turístico daquela cidadezinha escolhida era motivo de empolgação para os dois. Principalmente para Carlos, o mais aventureiro e 'mente aberta' da dupla, diferente de Tom que cético e debochado como muitos jovens, não demonstrava tanto respeito ou tolerância com os símbolos ou oferendas religiosas que encontrava pelo caminho, tratando-as de forma desdenhosa e desrespeitosa como 'macumbas', as quais só não 'chutava' porque Carlos o repreendia e impedia de tal. E como religioso que era e também com sua curiosidade de turista, Carlos resolve conhecer um daqueles famosos, até mundialmente, terreiros da cidade. Tom não gosta muito da ideia, mas para fazer companhia ao amigo e também por estar ali na condição de turista, acabou topando 'ir nessa macumba' como ele desrespeitosamente se referia a tal manifestação. E chegando lá, as feições de Carlos era só fascínio com cada dança, cada indumentária, cor, gesto e beleza daqueles orixás ali representados, enquanto Tom, além de nítido desprezo, em alguns momentos chegava até a 'segurar seu riso' diante das mesmas coisas. As reprimendas de Carlos até com certas ameaças para amedrontá-lo dizendo que ele poderia sofrer 'com alguma cobrança de algum orixá por aquilo', não eram suficientes para aquele 'intolerante urbanóide' se achando o 'tal' com o seu desrespeitoso ceticismo. E é quando no meio do culto Egungun, uma manifestação que Carlos gostaria muito de conhecer, que numa distração, Tom esbarra sem querer no chamado Aparaká. No culto Egungun diz-se que debaixo de toda aquela indumentária, fitas e roupa especial existe a alma de algum ancestral 'materializada' e nenhum mortal ou 'vivo' pode encostar em uma dessas entidades ou qualquer coisa referente as mesmas, pois as consequências misteriosas e funestas poderiam ser até mesmo fatais, e Tom esbarrara logo naquele que seria o mais 'complicado' destes seres. O dono do terreiro rapidamente teve que parar todo o ritual e levar os dois para um canto para conversar explicando inclusive o 'perigo' no qual Tom acabou de se colocar. Este sacerdote também oferece ajuda para livrar Tom de tal perigo, Carlos compreende perfeitamente, mas Tom por pouco não ria na cara daquele sacerdote tamanho era seu ceticismo e desprezo por aquela religião. Eles deixam o terreiro e quando estão viajando de volta, Carlos ainda insiste para Tom fazer o que o babalaô lhes recomendara, mas este ainda com muito desprezo e mesmo sendo incrédulo chega até a dizer que 'Deus era maior' e que não tinha nada a temer. E realmente até então nada aconteceu, mas passados exatos 'sete dias', coisas das mais estranhas e assustadoras começaram a ocorrer na vida de Tom. Vultos o perseguiam durante a noite, em seu quarto, na faculdade e onde mais estivesse. Pesadelos dos mais funestos, além de acordar de madrugada com vozes lhe chamando de forma assustadora. Tambores que inexplicavelmente ele ouvia sem que nenhum aparelho de som estivesse ligado. Gargalhadas, a presença de assombrações tanto de pessoas conhecidas quanto estranhas que lhe tiravam o sono e pareciam lhe 'cobrar algo', e até mesmo ele que nunca foi médium, passava a sofrer com encorporações de entidades desconhecidas e 'obsessoras' que o possuíam em qualquer lugar. Ele chega a procurar pela mãe, avó, por um médico e até um psiquiatra, mas ninguém lhe dá uma resposta para 'aquilo'. Ele se desespera e então resolve procurar Carlos que também não sabe o que fazer. A incredulidade de Tom já perdia terreno, e o mesmo já se via obrigado até a procurar uma igreja para ver se 'dava jeito', mas o também desrespeito daquele dirigente do templo escolhido, gritando e vociferando coisas do tipo: 'Sai satanás, sai satanás...capeta, vai de retro'... e ofensas contra entidades de religiões de matriz africana, também não ajudou em nada. A única solução era voltar naquele terreiro. E então nesta viagem às pressas na qual os assombros também acompanhavam Tom fazendo o mesmo ver 'almas penadas' e até o próprio Aparaká voando pela janela do avião, os dois quando chegam no terreiro. Aquele babalaô para mexer na indumentária do Egungun chegava a usar uma 'vara' de tão perigoso que é o manejo de tal 'mistério', e quando os dois já estão diante dele, este faz o que pode com suas conjurações em nagô e outros ritos que tenta dar início, mas por ser sensitivo, ele ainda notava certa incredulidade no rapaz, que ao ter a atenção chamada por Carlos, tenta se concentrar ao máximo e ter fé em tudo aquilo. E após todos aquelas rezas, banhos de erva, 'flagelações de Espada de São Jorge' e outros rituais de alta magia africana, finalmente Tom é curado faz a viagem de volta tranquila ao lado do também feliz amigo. Durante algum tempo tudo corre bem, mas passados outros sete dias, Tom é encontrado morto no apê onde morava. Não havia nenhuma explicação para aquilo. 'Mal súbito' foi o mais 'aceitável' no laudo dado pelo também assustado médico. Mas para Carlos, apesar de abalado, não havia tanto motivo de espanto sabendo do ceticismo do amigo que acabou falando mais alto e na pior hora possível.

 

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