A MISTERIOSA CASA DE HELENA
Certo dia durante um passeio, percebi uma casa estranha à beira da estrada. Com coragem, entrei e vi uma adolescente toda ensanguentada, pedindo por socorro. Estava sozinha. Perguntei-lhe o nome, respondeu:
– Helena. Sou apenas uma adolescente.
Perguntei o que lhe acontecera, não respondeu.
Helena estava com o rosto todo machucado e o corpo sangrando muito. Sua casa tinha um quintal cheio de girassóis e de orquídeas brancas e amarelas, a sala de estar estava bastante empoeirada e o quarto exalava cheiro de cigarro.
Perguntei-lhe se fumava, disse que não.
Embora estranho, a cozinha ficava dentro da sala de estar. A casa era velha, sem nenhuma pintura, escura e sombria.
De repente, senti uma mordida no pescoço. Liguei a lanterna, nada! Apenas, uma sensação estranha. Helena, ainda que tonta e cansada, quis conversar um pouco comigo. Mostrou-me um sofá velho e disse:
– Senta!
Ao anoitecer, ela desmaiou e, eu, preocupada, levei-a ao hospital mais próximo de sua residência: o Moinhos de Vento. No hospital, o Dr. Rodrigo foi o cardiologista que a atendeu. Ele me explicou que Helena morrera, há quinze anos de uma causa desconhecida, sofria de ansiedade e de depressão. Eu lhe disse:
– Como assim? Eu conversei com ela hoje.
Ele disse que eu estava convivendo com uma fantasma e que a casa dela fora incendiada há muitos anos. Expliquei-lhe que a casa estava suja e fedorenta, não destruída. Olhou- me nos olhos e falou:
– Tu estás dentro de um sonho.
Chorei muito e o cardiologista também. Helena foi paciente do Dr. Rodrigo do ano de 2000 a 2005, ano em que morreu. Voltei à sua casa e, aos poucos, percebi que a casa estava queimando. Uma estranha e misteriosa força me empurrou para dentro. Em volta em chamas, fui levada pelos bombeiros ao Moinho de Vento, onde morri.