O CORPO VAGANTE 🧟
Vejam seus calcanhares tortos
Recendendo ao cheiro da podridão
São cadáveres dos tais mortos,
Então se ergueram de cada caixão.
Estive em muito dos velórios,
Agora caminham como um tropel,
Seres mortos e tão corpóreos,
São da morte, o rastro deste corcel
Da morte que vem pelo galope
Pelas roupas rasgadas em pedaços
Neste horror tal qual o ciclope
Vindo para te darem seus abraços
A saliva que nunca se engole,
Dentes débeis estão apodrecidos!
Mesmo que você os implore
Eles devorarão esses teus tecidos
A fome é algo bem sobrenatural
São iguais porcos suínos,
Pensam iguais ao pobre animal,
Querem até os intestinos
Monstros não possuem reação,
Atire e continuarão enfim andando
Eles acordaram da hibernação
Por esta terra continuam vagando!
Não entendem uma palavra
Os corpos já não são mais seres,
A cada passo cai certa larva
Da morte esqueceram os viveres
Nas sombras vejo-o bem ali,
Com essa cara da morte horrorosa,
Se tornaram o mortal zumbi
Pela visão do inferno monstruosa!