O CAMINHANTE DA ESCURIDÃO 🌃
[dedicado ao amigo André Lobo]
[tentei ser o mais fiel possível ao seu relato extraordinário...]
Saí da casa de mãezinha,
E quem duvidar que assim prove
A verdade será só minha
Já seria noite, o horário era nove!
Na escuridão do meio rural
Não se enxerga uma palma a frente
Só haveria ali a luz matinal
Aquilo tudo perturbava essa mente
Difícil seria tal locomoção,
Mas esse ônibus enfim apareceria
Quando desci da condução
Eu sequer percebera onde estaria
O ponto final, um leprosário
Vi somente os guardas na guarita
Entre a mãos, pus um rosário
Na maldição do lugar se acredita!
Desci o tortuoso caminho,
Na escuridão não se viria aquém
No medo estivera sozinho
Ali a frente, vi o vulto de alguém
Um velho, com chapéu a cabeça,
Gesticulou dando boa noite,
Aquilo não será algo que esqueça
O vento soprou como açoite
Trôpego a figura fez a saudação,
Não sei se estava armado,
Quem sabe poderia ser aparição,
Fiquei decerto assustado!
Caminhei e quando olhei para trás,
O vulto não vi outra vez,
Um misto de horror, senão de paz,
Me causou toda a palidez
Se foi real ou apenas imaginação,
Nem quereria de nada saber,
Naquela pitoresco local, a situação
Temi que ali pudesse morrer
---