A DAMA DO TERROR
Ela morava em uma ampla casa, sozinha, desde que o marido morreu. Ele morreu porque pediu para morrer, assim pensava a Madame Cristina, mulher de fibra e mandona. Mandava até no marido que, num pequeno deslize dele, foi necessário que ele fosse a óbito. O deslize? O safado plantou um bom par de chifres na cabeça dela, que infezada trancou-o num dos quartos do fundo e, após amarrá-lo numa cadeira, arrancou-lhe os possuídos na tora, sem anestesia. Para isso ela simplesmente dopou-o. Mesmo assim o cabra esperneou, gritou, implorou, mas não teve jeito, Madame Cristina estava determinada. Os "troços" dele foi jogado para os cachorros famintos que não se contentavam com a ração ou sobras de comidas.
Passou-se pouco tempo e Cristina logo arranjou um pretendente que por ela se encantou. Coitado do cabra de nome Solano, não teve sorte com ela, foi logo querendo tirar onda e mandar no pedaço (não conhecia as intenções da madame). Foi dopado e colocado no quartinho do terror em uma cama de pregos com os braços e pernas esticados e amarrados, completamente nu. Sobre seu corpo foi colocado mel e nele despejado um monte de formigas que se deliciaram com a doçura do produto. Ao final, sem mais mel, começaram a picotar aquele corpo já amolecido e praticamente sem vida. Fechada a porta do quarto ela voltou três dias depois e só encontrou, além da podridão, um quase esqueleto.
Madame Cristina começou a se empolgar com aquela "farra macabra" e se auto intitulou a "Dama do Terror", com ela era assim, pisou na bola, dançou. Estava sorrindo pensando nessas maldades quando a campainha tocou. Atendeu prontamente constatando que se tratava de Jadel que veio saber notícias do seu amigo Solano, sabia ele que estava de caso com ela. A madame não titubeou e convidou o visitante para um brinde antes de dizer onde Solano estava, no que foi aceito. Não sabia Jardel que sua cama estava feita, tomou o primeiro gole de vinho, tomou o segundo e no terceiro já enxergava tudo embaraçado. Já inerte foi arrastado para um canto do quartinho do terror e lá foi pendurado numa corda numa forca improvidada. Ali seu corpo balançou e meio palmo de lígua veio pra fora. Mais um para a sua coleção de cadáveres. Com uma faca bem afiada aquela comprida língua foi decepada e o sangue começou a jorrar, para satisfação da "Dama do Terror".
E assim Cristina passou muito tempo impune e praticando atrocidades com aqueles com os quais achava conveniente. O importante era manter esse segredo guardado a sete chaves. Sua satisfação plena era, periodicamente, entrar naquele quarto dos horrores, que em pouco tempo já acumulava dezenas de cadáveres, onde o mal cheiro imperava.