ANJOS, DEMÔNIOS e HUMANOS — CLTS 25.

"Essa é a história da vez em que Deus se fez humano para salvar nosso mundo."

I

O GAROTO, O ANJO E O DEMÔNIO

Erick era o típico nerd do ensino médio vítima de bullying. Morava com os pais no subúrbio de Helton, Nova Jersey. Filho único, ele era um rapaz calmo e estudioso.

Certo dia sonhou estar sendo atacado por uma horda de demônios medonhos. No pesadelo, Erick se via de pé na beira de um penhasco, no meio de uma floresta cinzenta e sem vida, que parecia haver passado por um incêndio recente.

À sua frente, o estudante contemplava as ruínas de uma cidade com uma arquitetura feita de pedra, e uma névoa fantasma que insistia em cobrir o lugar, parecendo querer manter tudo aquilo em absoluto segredo.

Um bando daqueles demônios o cercavam por todos os lados, ferozes, rosnando e mostrando os dentes. Erick piscou, tentando entender o que acontecia. Focou o olhar nas criaturas. Os demônios eram um verdadeiro pesadelo em formas e tamanhos distintos uns dos outros.

Tudo se mostrava um verdadeiro show de horrores medonhamente fantasioso e assustador, e, em simultâneo, muito real.

Até que uma sombra se levantou, e ele notou que se tratava de um demônio tremendamente grande, muito maior do que os outros que estavam em volta dele.

— Esse é o inferno que você criou para nós, pai. — resmungou a criatura com uma voz grave e raivosa.

Erick acordou do pesadelo sentado à mesa de um café. Por um segundo, imaginou que ainda estava tendo aquele sonho escabroso e esquisito. Era uma manhã ensolarada e agradável. O ar estava fresco, mas não exageradamente.

Nas outras mesas, jovens em idade escolar, todos conversando e tomando café. Todos pareciam ter mais ou menos a mesma idade dele... dezesseis anos. Ele se levantou e esfregou os olhos, tentando despertar. O tempo pareceu parar de repente e tudo ao redor de Erick deixou de se mover: pessoas, animais e a vegetação.

Ele sentiu uma fisgada de dor nos olhos e a inconfundível sensação de que estava literalmente em perigo. Cem metros à sua frente, alguma coisa emergiu violentamente de dentro da terra no meio da rua, quebrando o asfalto.

Era um demônio chamado Astaroth.

A criatura tinha uma aparência bizarra e amedrontadora, seu corpo enrugado lembrava muito uma senhora idosa. Sua pele era albina, os olhos possuíam um estranho brilho vermelho como se fossem duas fogueiras com fogo exageradamente alto. Os cabelos eram um emaranhado grotesco de serpentes venenosas que lembravam os cabelos da Medusa.

Astaroth encarou Erick e mostrou suas presas. O demônio parecia furioso e até bufava feito um touro bravo.

— Finalmente eu o encontrei, pai! — disse Astaroth.

A garganta de Erick travou de repente. Ele não entendia porque aquela criatura insistia em chamá-lo de pai. Então lembrou que Astaroth era o demônio do seu pesadelo e empalideceu.

Uma sombra os envolveu por completo e Astaroth falou num tom de deboche:

— Esperto da sua parte chamar um anjo da guarda para te proteger, pai!

— Um anjo!?

Astaroth se mostrou profundamente incomodado com a intromissão do anjo, que de imediato reconheceu como sendo Rafael, seu antigo irmão celeste quando ainda habitava no paraíso de Deus.

— Rafael!

A última coisa que precisava naquele momento era da presença de um ser angélico enxerido para atrapalhar os seus planos.

Astaroth avançou na direção de Rafael, determinado a matar o anjo. O celestial prevendo de antemão o ataque de seu ex-irmão tratou de empunhar sua espada divina que ardia como chama viva, e parecia um arco-íris mudando de cores.

Era um guerreiro formidável. Ele empurrou Erick para trás dele e disse:

— Fique atrás de mim, pai. Nesse momento eu não posso lhe contar o que está acontecendo, mas peço que confie em mim.

Erick ficou mais confuso ainda por Rafael, assim como Astaroth, também ter lhe chamado de "pai".

No entanto, mesmo achando toda aquela situação maluca e bizarra, ele precisava confiar naquele estranho de asas brancas feito flocos de neve.

O celestial brilhava como uma pontinha do sol no amanhecer, e era belo como um anjo devia ser, pelo menos era assim que Erick os imaginava em sua mente.

O anjo Rafael emanava uma energia de pura bondade e amor, e uma confiança inabalável. Sua pele era da cor da neve, alva e reluzente. Os olhos tinham um brilho dourado que lembrava um raiozinho de sol.

O anjo era esguio e musculoso — um falso magro, tinha um rosto majestoso e os cabelos parecendo fios de ouro caídos sobre os ombros. As asas exuberantes eram incrivelmente alvas como neve. Ele usava uma armadura que lembrava um guerreiro templário.

Astaroth riu com desdém.

— Você não terá tempo para explicar nada para nosso pai, Rafael, antes disso eu vou ter matado vocês dois.

Astaroth abriu duas enormes asas de dragão e alçou voo na direção dos outros dois, seus cabelos de cobras vibravam estranhamente numa sinfonia diabólica, fazendo um tipo de chiado bizarro típico das serpentes.

O demônio voava em círculos acima deles, segurando um machado feito com ossos humanos, provavelmente estudando o melhor momento para atacar.

Rafael se virou no instante em que o machado que Astaroth segurava iria acertá-lo, fazendo o demônio se chocar contra o chão em alta velocidade.

Antes de Rafael acertar sua espada de fogo divino contra a cabeça de Astaroth, o outro conseguiu se levantar e voltou a se lançar no ar.

— Tempestade infernal! — gritou Astaroth.

Um trovão ribombou no céu de maneira estrondosa. Erick e o anjo olharam para o alto em simultâneo, na direção de Astaroth. Um círculo escuro feito um imenso buraco negro de nuvens pairava logo acima deles, e o restante do céu, em todas as direções, estava perfeitamente claro.

Até que, veio um raio.

II

ANJO VS DEMÔNIO

Rafael gritou:

— Escudo Celestial!

Um escudo poderoso se formou em volta de Erick e do anjo, os mantendo seguros do golpe de Astaroth.

O raio que o demônio lançou sobre os dois se desfez em fumaça magicamente e a tempestade se desintegrou mais rápido do que se formou.

— Boa tentativa, irmão — disse Astaroth, olhando para Rafael com olhos assassinos que ferviam de ódio diante do alado. — Mas vai precisar melhorar se quiser me derrotar.

O demônio ergueu a mão sem dizer uma única palavra e arcos de eletricidade se formaram entre seus dedos asquerosos e enrugados. Uma carga elétrica atingiu o peito de Rafael em cheio, que caiu de costas com o impacto do novo golpe de Astaroth.

Rafael podia sentir o raio correndo pelo seu corpo, e pelo canto do olho viu o inimigo caminhando na direção de Erick.

— Pare! — disse o anjo, se colocando de pé com certa dificuldade, e vibrando com a careta de surpresa que causou em Astaroth.

Erick fez uma cara de alegria e sorriu da situação.

— Como você pode ainda estar intacto? — perguntou Astaroth, incrédulo, franzino a testa. — Era para o seu corpo ter sido totalmente desintegrado com esse raio seu maldito, esse poder todo teria sido suficiente para matar mil anjos! Mas como você sobreviveu a ele?

— Minha vez. — disse Rafael.

O anjo abriu suas asas branquíssimas, que brilharam com intensidade.

Astaroth rosnou e recuou.

Era o fim.

— Agora! — berrou Rafael

O anjo cresceu, brilhando, cheio de energia. Seu rosto era em simultâneo, terrível e belo.

Astaroth deu um passo para trás, e Rafael percebeu o medo em seus olhos.

— Maldição! — gritou o demônio, furioso.

Rafael brilhava com ainda mais intensidade, e gritou para Erick:

— Feche os olhos, pai.

Erick estava em choque, mas obedeceu.

Rafael explodiu numa rajada de força inacreditavelmente poderosa, que vaporizou Astaroth numa fração de milésimos de segundos. Quase imperceptível a olho o nu.

O mundo pareceu virar de ponta cabeça instantaneamente. E Erick quase sentiu vontade de desmaiar.

Quando voltou a si, tudo estava normal como antes: as pessoas, os animais e a vegetação. Tudo se movimentando outra vez e aparentemente ninguém tinha percebido o que havia acontecido pouco tempo antes.

Erick notou a presença de um garoto de cabelos escuros e corpo franzino ao seu lado.

Era Rafael.

O anjo havia assumido a fisionomia humana de um garoto do ensino médio, da mesma idade de Erick para não chamar a atenção dos presentes.

A respiração do estudante falhou.

— Acho que depois de tudo o que aconteceu hoje com você, eu te devo uma explicação, pai.

III

O DEUS—HUMANO

Erick e Rafael estavam no alto de um prédio, o edifício ficava localizado no centro da cidade, que aos poucos começa a escurecer.

Os dois se encontravam sentados no parapeito do terraço, olhando lá para baixo as pessoas que passavam pela calçada, que pareciam miniaturas vistas lá de cima.

— Eu me chamo Rafael e sou um anjo. Você me criou um dia lá no céu junto com os meus outros irmãos anjos — disse ele.— Minha missão é proteger você e fazê-lo recuperar todo o seu poder e glória, pai.

O garoto franziu a testa e gargalhou de maneira incontrolável.

— Eu criei você e seus irmãos anjos? — perguntou ele, sarcástico. — Eu sou o quê? Deus?

— Sim. Você é Deus.

Rafael encarou Erick de maneira firme, o que fez o garoto levar a sério o relato do anjo.

Erick se levantou confuso e gritou alto:

— Eu não posso ser Deus, eu sou apenas uma pessoa normal que vive no planeta Terra. Eu sou só um ser humano sem nada de divino e que vivo uma droga de vida de merda, com pais negligentes e colegas de escola abusadores. Onde isso é ser Deus para você, Rafael?

— Ouve uma nova guerra no céu e você abriu mão do paraíso e do seu poder divino por um breve período de tempo para dar uma nova oportunidade aos seres humanos — começou Rafael. — Você queria provar para Lúcifer e seu bando de anjos caídos que a humanidade ainda podia ter esperança de salvação. Então fizeram um acordo. Nesse meio tempo o inferno e seus demônios ficaram impossibilitados de agir e assim a vida na Terra viveu um período de paz. Mas essa trégua acabou e os demônios se libertaram muito mais furiosos. Eles sabem que resta pouco tempo até você ter recuperado seu poder total e os destrua para sempre, por isso Lúcifer enviou seus melhores soldados para matá-lo enquanto ainda está na forma humana e vulnerável. Eu fui mandado para encontrá-lo e protegê-lo até que deixe essa forma mundana e volte a ser o que sempre foi: Deus!

— Porque eu escolhi ser um humano? — perguntou Erick. — Eu poderia ter escolhido ser qualquer outra coisa.

— Porque apesar de todos os erros dos seres humanos, você amava a sua criação preferida e queria saber como seria viver como um deles, com todas as suas limitações, dificuldades e falhas — respondeu o anjo. — E queria provar para Lúcifer que os humanos tinham salvação ainda.

Erick estava tentando assimilar tantas informações juntas, quando Rafael o alertou.

— Cuidado! Temos companhia.

Erick olhou para trás. Um outro demônio planava no ar preguiçosamente, empunhando uma espada de fogo negro.

Rafael segurou firme sua espada celeste.

— Mamom!

IV

O ANJO GABRIEL

O demônio chamado Mamom estava parado no ar, possuía um par de asas de morcego e mãos de dragão, segurava uma espada de chama negra apontada para Erick e Rafael.

Emitiu um som horrendo e muito alto de sua garganta, que Rafael reconheceu de imediato. Mamom se preparava para lançar fogo de sua boca. Mas não era fogo comum. Eram chamas negras do inferno.

Rafael usou o escudo celeste antes que o golpe do inimigo atingisse seu protegido e a ele mesmo.

— Estou vendo que não perdeu o tato, irmãozinho — disse Mamom. — Mas da próxima vez não será tão fácil assim. E quanto a você...

Mamom apontou sua espada para Erick.

— Você irá morrer para pagar todo o mal que nos fez, há mim e aos meus irmãos caídos — bradou o demônio com voz cavernosa.

Erick empalideceu.

— Não tema, pai — disse Rafael. — Enquanto você estiver sob a minha proteção, nada de ruim vai te acontecer.

As palavras do anjo pareceram reconfortar Erick, e ele relaxou.

Mamom brandiu sua espada de um lado para outro, e as chamas balançavam no ar parecendo terem vida e gritou:

— Morram os dois. Espada de Chamas Negras do Inferno!

Do alto, a explosão veio com toda força e Rafael lutava para manter o equilíbrio. Um buraco negro se abriu embaixo dos pés do alado, e o anjo foi envolvido por uma espécie de redemoinho de tempestade, que o sugou como um aspirador de pó.

De repente, o vento parou.

Rafael caiu, a escuridão engolindo sua mente, e seu último pensamento foi proteger Erick.

O anjo desmaiou. Sua energia se extinguiu como um sopro.

Um medo terrível tomou conta de Erick. Ele correu até onde Rafael estava caído, tentou reanimar o anjo. Nada.

Mamom sorriu.

— Não perca seu tempo — disse ele. — Logo vocês dois estarão juntos. Um deus humano é pior que um humano.

Erick tombou para trás e caiu de costas no concreto frio.

Ele sentiu medo.

Quando Mamom deu seu golpe contra Erick, o demônio sentiu algo diferente acontecendo. O garoto havia sido protegido por um outro anjo que flutuava no ar com ele em seus braços, centenas de metros acima da cobertura.

Era o anjo Gabriel!

E também trajava uma armadura que lembrava um cavaleiro templário, assim como Rafael.

Mamom fez uma careta de espanto.

— Como você nos encontrou aqui seu maldito? — perguntou ele.

— Me perdoe pela demora, pai — disse Gabriel. — Não foi minha intenção demorar tanto para vim em seu socorro, mas tive que auxiliar meus irmãos numa nova batalha contra Lúcifer e seu exército que tentam outra vez dominar o céu.

— Desça daí agora Gabriel e me enfrente feito um anjo de verdade — ordenou Mamom — Esqueceu que eu também posso voar?

O demônio bateu suas asas e antes que pudesse fazer alguma coisa, foi atingido por uma bola de fogo que saiu do punho direito de Gabriel, o atingindo em cheio no peito.

Mamom não teve tempo de reconhecer o golpe, e se desfez em pó silenciosamente

— Precisamos ajudar o Rafael! — disse Erick.

Gabriel desceu, colocando Erick no chão que correu desesperado na direção do anjo desacordado. Com o golpe de Mamom, Rafael acabou voltando a sua forma de anjo, deixando de ter uma aparência humana. Ele soluçou e seus olhos foram se abrindo lentamente.

— O que... o que aconteceu?

Erick o abraçou forte, até que ele disse:

— Está me machucando.

— Me desculpa, sinto muito — disse Erick, aliviado, sorrindo ao mesmo em que secava às lágrimas. — Achei que anjos não sentissem dor.

— Nossa dor é mais espiritual do que física — respondeu Gabriel. — Mas você não é um humano comum, você é Deus também. Então um abraço seu pode, sim, nos causar certa dor dependendo da intensidade.

Rafael ainda estava meio desorientado pelo golpe de Mamom, que nem tinha prestado atenção que o inimigo havia sido derrotado.

E só algum tempo depois foi que se deu conta da presença de Gabriel no local.

V

LÚCIFER

Erick perguntou:

— Quando eu volto a ser Deus?

— O acordo acaba há meia-noite de hoje, quando você completa seu décimo sétimo aniversário como um humano — respondeu Gabriel. — Por isso é importante proteger você até...

— É tarde demais, Gabriel. Eles estão aqui — disse Rafael, sério. Em seguida empunhando sua espada que brilhou com uma luz pálida cor de prata.

Gabriel também ficou em posição de alerta, mantendo Erick sob sua mira e proteção.

Do meio de uma densa névoa infernal surgiu uma figura bela e igualmente sinistra: Lúcifer!

O rei do inferno sorriu, agradavelmente surpreso.

— Finalmente estamos todos reunidos como antigamente — disse ele. — Olá, querido papai! Sentiu minha falta? Não foi minha intenção deixá-lo esperando tanto tempo para ser morto por mim.

Lúcifer gargalhou, diabolicamente.

Erick teve a sensação de que sua alma estava deixando seu corpo. Sua visão escurecendo e ele sendo atraído para perto da morte. Seu mundo parou naquele momento.

Gabriel e Rafael olharam ao redor. Outros demônios acompanhavam Lúcifer em sua excursão satânica pela cabeça de Deus. Eram os príncipes do inferno: Asmodeus, Azazel, Belphegor, Belzebu e Leviatã.

— Peguem os dois anjos que eu fico com ele — disse Lúcifer, apontando para Erick.

Os príncipes infernais soltaram juntos um rugido medonho e sorriram diabolicamente antes de se lançarem contra Gabriel e Rafael.

Erick ficou sozinho, indefeso e a mercê de Lúcifer. O garoto sentiu um nó na garganta. Estava nas mãos do diabo e sem poderes para reagir.

Lúcifer deve ter lido a expressão de medo no rosto de Erick, pois gargalhou ainda mais alto e sinistro.

— Morra, Deus!

O coração de Erick se encheu de medo.

— Lúcifer! — gritou uma voz do alto. — Esse é o seu fim.

O rei dos demônios perguntou:

— O quê?

Um raio atravessou o céu e atingiu Lúcifer diretamente no peito, o lançando para longe.

— Achou que eu iria deixar você vencer dessa vez, Lúcifer? — disse Miguel, o arcanjo de Deus.

O rei do inferno lançou para Miguel um olhar de raiva.

— Você morre primeiro, Miguel — berrou Lúcifer, furioso.

VI

O DESPERTAR DE DEUS: A BATALHA FINAL

A batalha não estava indo bem para Gabriel e Rafael, pois mesmo resistindo bravamente aos ataques incessantes dos inimigos, os dois anjos estavam em grande desvantagem numérica, e Miguel se encontrava impossibilitado de ajudá-los naquele momento.

Erick sentiu o coração apertar por não poder fazer nada para ajudar seus filhos angelicais.

Estrelas caíam do céu. Era o reforço celestial. Os anjos de Deus estavam chegando em seu auxílio.

Erick sorriu e gritou alto:

— Obrigado!

A expressão no rosto de Lúcifer era de descrença e indignação.

Belzebu e os outros estreitaram os olhos ao verem os reforços chegando. Ele foi o primeiro a ser golpeado por Uriel, que o lançou para longe de Rafael com um super golpe o desorientando.

— Maldito! — gritou Leviatã, furioso. — Morra, Uriel! Triângulo de Leviatã!

O golpe do inimigo consistia numa super corrente de águas negras e turbulentas, que formavam um redemoinho que ia engolindo tudo pela frente.

Mas foi um golpe frustrado, pois o anjo Samael desintegrou o Triângulo de Leviatã com sua Explosão Divina. O demônio quase caiu no chão.

Miguel levantou sua lança, que começou a brilhar com intensidade. O arcanjo e o antigo querubim se lançaram um contra o outro, determinados a encerrar aquela batalha de milênios.

— Parem! — gritou Erick o mais alto que podia, interrompendo o confronto.

O garoto estava diferente. Mais altivo e divino. Lentamente, a compreensão surgiu nos olhos de Lúcifer. Ele olhou, incrédulo, para Erick. Ele estava voltando a ser Deus.

— Impossível! — berrou o demônio. — Eu vou... Eu vou... Matar... Ah!

Lúcifer se lançou contra Erick, determinado a matá-lo antes que completasse sua transformação em Deus, mas percebeu que seria impossível vencer.

Era o fim.

Erick brilhou com a intensidade de mil sóis juntos, cresceu cheio de poder e glória. Seu rosto era terrível e lindo ao mesmo tempo.

— Chegou a hora da minha vingança! — disse ele, agora com toda a sua glória.

Lúcifer deu um passo para trás. Ele não disse nada, mas lançou um último olhar de raiva para Deus antes que fosse vaporizado pelo poder divino. Os outros demônios entraram em pânico e tentaram fugir, mas não havia escapatória para eles. Foram todos desintegrados instantaneamente e voltaram para o inferno.

Tema: REALISMO MÁGICO.

Emerson Júnior
Enviado por Emerson Júnior em 04/11/2023
Reeditado em 04/12/2023
Código do texto: T7924363
Classificação de conteúdo: seguro
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