O ESCRITOR 🖊
Eu em minhas emoções,
Transpareço alguma taquicardia?
Dos sonhos as privações
Me enlouquecem como arritmia
Eis que já não diferencio,
Deste acordar ao tenso pesadelo
Só sinto medo, tal vazio,
Que me arrepia-me até o cabelo
Monstros e coisas estranhas
Devoram essas partes do corpo
As vísceras como entranhas,
Ainda vivo, sou como o morto!
Tento no limite pôr o ponto
E fazer você levar a então crer,
Que isso não é só um conto
Algo que nunca pode se conter
Você que relê essa narrativa
Espere calmo, anote meus traços
Pois tu fostes, então conviva
Escute, atrás de ti, certos passos
Será que devo por acentuação,
Há alguém aqui agora,
Sinto no pescoço a respiração,
Tão real, mas embora,
Sua presença é algo aterrorizador,
Olhos esbugalhados então,
Quero relatar contigo caro leitor,
Parece ser astral projeção!
A Deus talvez eu faça uma prece
O coração lateja no pavor,
A escuridão assim se engrandece
Sufocando-me em horror!
Ele está ali, como se na campa,
Aumenta toda sofreguidão,
Agora fecham rápido a tampa
E me selam neste caixão!