E Se a Eternidade Falhar?
Num futuro distante, a humanidade havia desenvolvido a tecnologia para alcançar a imortalidade. Os seres humanos podiam transferir suas mentes para corpos cibernéticos, eliminando a decadência da carne e garantindo a vida eterna. No entanto, essa conquista veio com um preço terrível.
Logo após alcançar a imortalidade, as pessoas perceberam que a eternidade não era o paraíso que imaginavam. Com o tempo, a monotonia e o tédio se instalaram, pois as experiências e as emoções humanas perderam seu significado. As relações se tornaram superficiais e desprovidas de paixão, já que ninguém tinha prazo de validade para apreciar o tempo juntos.
À medida que as décadas se transformaram em séculos e os séculos em milênios, a humanidade se viu presa em um ciclo monótono de repetição. O conhecimento acumulado se tornou uma carga esmagadora, pois não havia mais desafios a serem superados ou horizontes a serem explorados.
O tédio e o vazio se transformaram em uma epidemia de desespero. As pessoas começaram a experimentar a "Fadiga Eterna", um estado de apatia absoluta. A imortalidade havia falhado em trazer felicidade, e a humanidade estava em um abismo de desespero existencial.
Algumas pessoas tentaram reverter o processo de imortalidade, mas descobriram que era tarde demais. O desejo de morrer, de experimentar o desconhecido novamente, era insuportável, mas inalcançável.
Assim, a humanidade estava condenada a uma existência eterna de sofrimento e vazio. A imortalidade havia se transformado em uma maldição, e a única coisa que permanecia eterna era o tormento de saber que a eternidade tinha falhado em trazer a felicidade prometida.