O TABULEIRO!!!
Sou adolescente, tenho dezesseis anos, essa fase da vida é um saco.
Minha mãe Beatriz, morreu a exatos oito anos, era professora de português, sinto muita falta dela.
Meu pai um imprestável que trabalha de UBER, Marcelo, nome dele.
Minha vida virou um inferno, depois que meu pai parou de pagar minha mesada, minha vida só se resume a games, celular e internet. Nós tivemos uma briga feia, depois que eu falei para ele que daquele dia em diante, eu seria “ateu-satanísta”.
Resolvi que queria falar com minha mãe, conversando com meus amigos tivemos a ideia de usar um tabuleiro “ouija”, mas eu não tinha dinheiro para comprar um na internet, o original está caro, tem uns que já vem com espectros endemoníados incluso no pacote.
Então tive uma brilhante ideia, nas coisas de meu pai tem um antigo jogo de banco imobiliário, meu pai não gosta que mexo nas coisas dele.
Chamei meus amigos, jogadores de FREE FIRE, numa noite de sexta feira, para fazermos a sessão espírita, usamos o tabuleiro do banco imobiliário mas tivemos que adaptar a comunicação, Estava escrito no tabuleiro, “BANCO IMOBILIÁRIO LUXO”, as outras letras e os números improvisamos, a casa do jogo “VÁ PARA A PRISÃO” tem uma seta muito parecida com a letra T.
Meus amigos Hugo e Luiz roubaram umas velas pretas e vermelhas de um despacho aqui perto de casa, tudo estava pronto para a missa negra.
Colocamos tudo na mesa da sala, meia-noite, usamos um dos peões do jogo, o vermelho, como marcador, para indicar as letras. As velas acesas sobre a mesa, nos juntamos as mãos e fizemos uma oração demoníaca, para chamar os espíritos, eu encontrei num site macabro da Deep Weeb.
Após a reza de invocação, fizemos a pergunta, um vento gélido entro pela janela.
Hugo fez a primeira pergunta que eu escrevi no papel, somente duas, era suficiente:
– Quem está ai? Diga seu nome!
O peão começou a se mover, formando a palavra B-I-A, eu estremeci, quase chorei, este era o apelido de minha mamãe.
Fiquei ansioso e inquieto, tomado de forte emoção, criei coragem e decidi eu mesmo fazer a última pergunta:
– Mamãe! Preciso de sua ajuda. Uma lágrima escorreu – Meu pai não quer me dar dinheiro, me diga! O que devo fazer?
Luiz tinha uma folha de papel e anotava as letras que formariam a palavra com a resposta. Eu tapei o rosto diante daquela atmosfera macabra, ainda com a mão na cara ele leu a palavra esclarecedora:
– L-A-B-U-T-A.
Não entendi, gritei:
– Mamãe o que é labuta?
Ao ir embora o espírito bagunçou tudo, espalhou o tabuleiro e o jogo por toda sala.
Apagou as velas.
Eu e meus amigos tremíamos de medo.
Meu pai chegou e viu aquela zona.
Ele expulsou meus camaradas, e me deu outra surra.