O FUNERAL⚰️
Através do caminho sem luzes
Pisam-se nos seus jardins,
Tal marcha fúnebre das cruzes
Os meios são certos fins!
O padre inicia o santo rito
Para aqueles que vão aturdidos,
Sob lápide fria de granito.
São os ossos destes esquecidos!
Pegue com sua empunhadura
Antes que tudo assim vá,
Abra no frio a rasa sepultura,
Tome nas mãos uma pá!
Esses anoiteceres serão serenos,
Aroma da morte no ar,
Nos caixões grandes e pequenos
Prontos para a sepultar
Adiante, cuide da bifurcação,
Um cadáver desce rente à terra!
Tornar-se-á então a podridão
Quando o coveiro assim enterra
Observa-te a sombra de Satã,
O riso sem a ressurreição,
Ao brotar toda luz da manhã,
Sob o bege de um caixão
Não espere o sino dobrar
Ou ouvir a prece de um mudo
Seu destino é desintegrar
E no fundo da cova ser adubo
Aquele choro do rebuliço,
É marcado no momento final,
No pavor se faz o feitiço,
O tardio adeus de um funeral