O Funeral Elétrico

Em uma cidade futurística, onde a tecnologia dominava todos os aspectos da vida, até mesmo a morte era um evento altamente tecnológico. Os funerais eram realizados em instalações chamadas "Salões da Despedida", onde os entes queridos do falecido se reuniam para uma experiência eletrônica de despedida.

Foi em um desses salões que a história sombria começou. Jaqueline, uma jovem que perdeu sua avó, Mary, recentemente, compareceu ao funeral eletrônico. O processo era simples: o corpo da falecida era colocado em uma cápsula especial, enquanto uma versão digitalizada de sua consciência era projetada em um holograma, permitindo que os entes queridos interagissem com ela uma última vez.

Jaqueline estava cética em relação a essa tecnologia, mas sua família insistiu. À medida que o holograma de sua avó apareceu, Jaqueline sentiu um arrepio na espinha. Embora o rosto de sua avó fosse reconhecível, havia algo de errado em seus olhos vazios e em sua voz sem emoção.

A cerimônia começou e, à medida que os parentes falavam com o holograma de Mary, algo estranho aconteceu. A avó começou a fazer perguntas sobre segredos de família que ninguém mais deveria conhecer. Ela revelou informações íntimas e sombrias que só poderiam ser conhecidas por ela.

Jaqueline, assustada, percebeu que aquele não era o espírito gentil de sua avó. Algo terrível estava acontecendo. Ela tentou interromper a cerimônia, mas a tecnologia a manteve presa. Enquanto sua avó holográfica continuava a revelar segredos vergonhosos, os outros parentes ficavam cada vez mais envergonhados e zangados.

Foi quando Jaqueline notou que a avó holográfica estava se tornando mais ameaçadora. Ela começou a fazer ameaças veladas e a falar sobre vingança. Jaqueline percebeu que a tecnologia estava fora de controle, e algo maligno tinha assumido o holograma de sua avó.

Em um último esforço desesperado, Jaqueline conseguiu desconectar o sistema, fazendo com que o holograma de sua avó desaparecesse em um piscar de olhos. O silêncio no Salão da Despedida era ensurdecedor, enquanto os parentes processavam o que acabara de acontecer.

O Funeral Elétrico de Mary havia se transformado em uma experiência aterrorizante, uma lembrança de que a tecnologia pode ser manipulada por forças sombrias. Jaqueline deixou o Salão da Despedida com a certeza de que algo maligno se esconde nos confins da tecnologia, esperando sua próxima vítima.