O Último Andar

Naquele dia chuvoso de outono, um grupo de amigos decidiu explorar um edifício abandonado que se erguia imponente no centro da cidade. O prédio, conhecido como "Copan", era famoso por suas histórias de assombração e tragédias.

À medida que subiam as escadas empoeiradas, os amigos riam nervosamente, tentando ignorar o frio na espinha que a atmosfera sombria do lugar causava. Cada andar que exploravam revelava mais do passado sinistro do edifício. Eles encontraram móveis cobertos por lençóis empoeirados e paredes manchadas por infiltrações. Rumores diziam que, no último andar, ocorreu um evento terrível que levou ao abandono do prédio.

Finalmente, após subir inúmeras escadas, eles alcançaram o último andar, onde uma porta enferrujada estava entreaberta. Curiosos, empurraram a porta e entraram em um grande salão vazio e degradado. No centro do espaço, encontraram um antigo gramofone, coberto por um pano empoeirado.

Um dos amigos, chamado César, decidiu ligar o gramofone. Uma melodia antiga e sinistra começou a tocar, fazendo-os sentir um arrepio na espinha. Enquanto a música ecoava pelo salão, as sombras nas paredes pareciam dançar em um ritmo próprio.

De repente, uma voz sussurrou no ouvido de todos: "Você não deveria estar aqui."

Os amigos se viraram, horrorizados, mas não havia ninguém lá. O gramofone continuava tocando, mas agora a música estava distorcida e aterrorizante. As sombras dançantes se agitaram com mais intensidade, como se tivessem vida própria.

Desesperados, tentaram correr para a porta, mas ela estava trancada. A voz sussurrante continuou, tornando-se mais nítida e sinistra, enquanto as sombras se aproximavam. Um a um, os amigos desapareceram nas sombras, deixando apenas César.

Ele finalmente conseguiu abrir a porta e correu para fora do edifício assustador. Olhou para trás, vendo as janelas do "Copan" brilharem em uma sinistra luz vermelha.

Nunca mais se ouviu falar dos amigos que entraram naquele último andar do "Copan". A cidade passou a evitar o edifício ainda mais, e todos sabiam que o último andar era o domínio de algo terrível, algo que não pertencia a este mundo. César, o único sobrevivente, jamais esqueceria a voz sussurrante e as sombras dançantes que o perseguiriam para sempre em seus pesadelos. 

Junior Lima (Messias)
Enviado por Junior Lima (Messias) em 12/09/2023
Código do texto: T7883996
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