A EMPAREDADA 🧱

Quando se não abre a cova,

A parede pode ter uma serventia

Aconteceu isso na rua nova,

Esse horror que ninguém saberia

Observe por essa esquadrilha

Um pai sedento pela sua loucura

Emparedar então a sua filha,

Fazer do concreto uma sepultura

Durantes dias ouvia-se o choro,

Batidas secas pelo concreto,

Tal gemido que pareceria coro

Morrerá a mãe e o seu feto!

Ele não queria ver o parto,

Do filho bastardo e sem um pai,

Sepultou-a em seu quarto,

Para Deus misericordioso rogai

Foi um ato tão deplorável

Ouvia-se gritos pela madrugada,

A morte lenta e detestável

De uma insanidade já declarada

Assim a família teria paz

Para não sujar toda a reputação,

Neste modo Jaime Favais

Queria justificar sua confissão!

A cada tempestade o estrondo,

Quando a chuva se esvai,

Se ouvia um gemido hediondo,

Esse ódio pelo biltre pai!

Que Jaime não passava de patife

Isso todos tinham suspeição,

A lenda conta que ali em Recife

Sua alma anda sem direção!

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 21/07/2023
Código do texto: T7842457
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