A EMPAREDADA 🧱
Quando se não abre a cova,
A parede pode ter uma serventia
Aconteceu isso na rua nova,
Esse horror que ninguém saberia
Observe por essa esquadrilha
Um pai sedento pela sua loucura
Emparedar então a sua filha,
Fazer do concreto uma sepultura
Durantes dias ouvia-se o choro,
Batidas secas pelo concreto,
Tal gemido que pareceria coro
Morrerá a mãe e o seu feto!
Ele não queria ver o parto,
Do filho bastardo e sem um pai,
Sepultou-a em seu quarto,
Para Deus misericordioso rogai
Foi um ato tão deplorável
Ouvia-se gritos pela madrugada,
A morte lenta e detestável
De uma insanidade já declarada
Assim a família teria paz
Para não sujar toda a reputação,
Neste modo Jaime Favais
Queria justificar sua confissão!
A cada tempestade o estrondo,
Quando a chuva se esvai,
Se ouvia um gemido hediondo,
Esse ódio pelo biltre pai!
Que Jaime não passava de patife
Isso todos tinham suspeição,
A lenda conta que ali em Recife
Sua alma anda sem direção!