O DEGENERADO ☹

Mesmo com a minha insistência

Não lembro pra onde vou,

Seria isso um tipo de resistência

Ou o pensamento travou?

Agora noto que estou numa rua,

Mas o pensamento some,

Só observo parado a grande lua,

Essa rua tem qual nome?

Algo não está certo, bem errado,

Que horas saí de casa,

Só lembro de coisas do passado,

Da areia branca e rasa

Mas hoje pareço bem, tão normal

De resto sei que a velhice

Faz na mente tal confusão mental

Não seria doutra crendice

Cada afazer requer a minha ação,

Faço, mas logo esquecerei?

Ando distante com desorientação

Desta vida já não serei rei?

Agora no estado quase vegetativo

Entram na casa desconhecidos

Torno-me raivoso, bem agressivo

Nunca os tenho reconhecidos

Dizem que são meus parentes

Mentira só me lembro da Adalgisa

Talvez ladrões essas serpentes,

Roubam-me na ignorância à guisa

Um deles, debulha um milho,

- Pai, você não cuida da aparência

Apresenta-se como meu filho

Agora sou vítima desta demência!

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 15/06/2023
Reeditado em 16/06/2023
Código do texto: T7814408
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