A menina na névoa -CLTS 23

Hannah estava com manchas de graxa até mesmo no cabelo cor de palha que gostava de usar sempre solto, livre como os pássaros que tanto gostava. Levava na mochila a última máquina que tinha desenhado, ela era inspirada no vôo dos pássaros. Ela era um dos muitos operários de fábrica. Como era padrão nesses lugares não era exigida muita experiência e cada pessoa sabia apenas a sua função e muitos jovens órfãos trabalhavam nesses locais.

-Hannah!

-Oi, Gabriel. - disse a menina sorrindo ao ver o amigo que trabalhava em outra fábrica um pouco mais longe. Os dois tinham somente um ao outro, eram quase irmãos.

A conversa deles foi interrompida por um barulho. Olharam para o alto e viram quando um dirigível passou sobre eles projetando uma sombra. Não era um dirigível comum, esse lembrava um pássaro, tinha até asas feitas com o material das velas dos barcos e parecia se mover pelo ar com mais graciosidade. Hannah observava fascinada. Viram quando de repente uma escada de corda foi lançada do dirigível.

-Hannah temos que ir antes que isso aqui termine em confusão.- disse Gabriel puxando a amiga pelo braço, mas a menina continuava parada.- Vamos logo, não sabemos o que vai ocorrer.

O homem que descia estava cada vez mais próximo.

-Olá, amiguinhos.- disse ao descer. Ao passar por Hannah fez um cumprimento com o chapéu que usava, como os cavalheiros cumprimentavam as damas nos bailes que ocorriam em algumas mansões. Bailes esses que nem Hannah e nem Gabriel haviam ido como convidados, mas sim como copeiros auxiliares.

-Podemos subir um pouco?- perguntou Hannah para espanto de Gabriel que queria ir embora daquele lugar o mais rápido possível.

-Podem, mas não posso garantir que vão descer.- disse o homem com um sorriso sério, mas logo depois caiu na gargalhada.- Claro que podem, é apenas brincadeira garoto, não precisa ficar assim.

Hannah já estava na escada antes mesmo do homem terminar de falar. Subia com cuidado, mas rápido por causa da sua curiosidade crescente.

*

Jayme,o homem misterioso, não conseguia entender o porquê de ter deixado aqueles dois subirem a bordo, talvez tenha sido o olhar de curiosidade da menina ou talvez o menino que era muito semelhante a criança assustada que Jayme foi um dia. Além disso, achava que os dois não mexeriam muito enquanto estivesse fora. Deu alguns passos, mas voltou. Só por garantia resolveu subir logo atrás deles, depois ele iria pegar a encomenda.

Enquanto subia ouvia trechos das conversas das crianças:

-Vamos ver como funciona? - perguntou a menina para o amigo.

-Se eu fosse você não mexia em nada.

-Apenas quero ver e entender como funciona, para um dia fazer igual e assim a gente vai poder voar para bem longe. Ou se preferir podemos voar logo nesse dirigível aqui.

-Acho que hoje não, amiguinha.- disse Jayme voltando a bordo e depois continuou. -Acho que já está na hora de vocês irem embora.

-Ouviu ele, vamos embora.

-Não. Eu quero ficar. Nos leve com você. –falou a menina mesmo com o puxão insistente do seu amigo.

-Saiam logo. Além disso, a família de vocês deve estar preocupada, está escurecendo!

-Posso lhe ajudar a construir uma máquina melhor que essa.- falou a menina ao ver que era ou tudo ou nada.- Tenho desenhado umas máquinas voadoras e outras coisas.

Jayme não conseguiu controlar o riso diante da ousadia da garota.

- Além disso, não temos família. Somos apenas dois órfãos anônimos que trabalham nas fábricas. Deixe a gente ficar. Podemos ajudar em alguma coisa.

-Sinto muito, mas não. Viajo muito, de um lado para o outro fazendo entregas. Vocês estão mais seguros onde estão.

Jayme trabalhava com entregas. O dirigível voador encurtava as distâncias e ele ganhava um bom dinheiro por entregar coisas, geralmente peças ou acessórios de máquinas, em destinos distantes ou em outras fábricas. Ele entregava bem mais rápido do que barcos ou trens convencionais e com isso algumas fábricas poderiam se modernizar na frente das concorrentes.

Depois da última fala, a menina pareceu aceitar e desceu para alívio do amigo dela. Só pareceu, pois logo que Jayme desceu do dirigível para ir pegar a encomenda encontrou os dois novamente. A garota, que ele descobriu se chamar Hannah, ficou seguindo-o repetindo sem parar que queria ir com ele. O amigo dela seguiu-a dizendo para ela desistir. Assim eles foram por todo caminho até o local combinado para pegar a encomenda.

Hannah estava convencida a vencer ele pelo cansaço e no fim Jayme permitiu que eles fossem somente para a menina parar de falar. Os dias passaram e as crianças acabaram ficando, Jayme dizia que tinha permitido que eles ficassem porque eles ajudavam a carregar as encomendas. Muitos dias e muitas encomendas depois, Jayme admitiu que a verdade era que ele tinha se apegado a eles. Jayme também tinha tido uma infância complicada.

*

-O que será que tem dentro dessas caixas?- com o passar das semanas Hannah estava voltando a ter vontade de mexer em tudo. Nos primeiros dias, ela estava quieta, mas depois que notou que Jayme não ia os mandar embora voltou a sua personalidade normal. Teria aberto as caixas se Jayme não tivesse interrompido.

-Aqui temos poucas regras. Na verdade, temos apenas duas que são: não cair do dirigível e não mexer nas caixas. Sendo a segunda mais importante para a segurança de vocês. –disse Jayme.

-O que tem nessas caixas? - Hannah perguntou aparentemente ignorando o que Jayme disse.

- Peças de engrenagem.- disse Jayme para encerrar o assunto- Já estamos quase chegando. Olhem.- apontou de repente Jayme em direção a uma pequena ilha que era parcialmente escondida por neblina, era como se a luz do Sol não a atingisse normalmente.

Jayme por algum motivo ficou nervoso e pensava no que seria mais perigoso: deixar os dois sozinhos no dirigível ou levá-los com ele. Preferiu a segunda opção. Com a ajuda deles poderia levar todas as caixas de uma vez e fazer uma única viagem. Por algum motivo queria ir embora daquela ilha o mais rápido possível.

*

Enquanto andavam pela trilha notaram que ao longe, oculto pelo vapor da neblina, havia um castelo todo feito de metal que parecia ficar no que era o centro do terreno. O silêncio parecia tornar tudo ainda pior, por isso Hannah começou a falar:

-O dirigível vai ficar bem?

-A pergunta devia ser se nós vamos ficar bem.- disse Gabriel claramente com medo.

Jayme nervoso ignorou a fala de Gabriel e começou a falar sem parar para espantar o medo:

-A minha mais recente alteração o manterá no lugar. Assim como você também sou um grande admirador de pássaros. Inspirado no voo do beija-flor que consegue estacionar no ar encontrei uma forma de manter o veículo no lugar mesmo na ausência de movimento.

-Um dia quero inventar máquinas voadoras também. Pássaros são… -Hannah falava quando de repente parou no meio da frase.

Segundos após o silêncio a menina gritou e falou:

-Alguma coisa agarrou minha perna.

Junto aos gritos dela se somaram os gritos de Gabriel e as batidas aceleradas do coração de Jayme. De repente ouviram a risada de Hannah.

-Não tem graça, Hannah. O Gabriel se assustou aqui.- disse Jayme tentando se recuperar do susto e tentando passar a ideia que apenas Gabriel tinha se assustado.

Andaram em silêncio o resto do caminho, torcendo para que Hannah não fizesse aquilo novamente ou para que nada realmente agarrasse a perna deles.

-Que tipo de gente mora nessa ilha?- perguntou Hannah olhando ao redor e notando que não havia movimento nenhum, mesmo que desde que chegaram um barulho fosse ficando cada vez mais alto. Era como se muitas engrenagens estivessem se movimentando em algum lugar.

-Que eu saiba tem apenas uma única família. Um amigo sempre usava o barco dele para fazer entregas aqui e ele me indicou, de tempos em tempos pedem engrenagens. O dinheiro foi pago uma parte adiantado. Silêncio, estamos chegando.

Ao se aproximarem notaram que a porta do castelo estava aberta e por entre a neblina era possível notar o contorno de duas pessoas se aproximando, uma maior segurando a mão de uma pessoa menor. O contorno ia tomando mais forma conforme se aproximavam,dava para notar que a pessoa menor parecia ser uma criança e a pessoa maior usava um chapéu, porém somente um homem adulto saiu da neblina e se colocou diante deles, para espanto geral e curiosidade de Hannah.

-Onde está a criança que estava com você?- Hannah não conseguiu conter a pergunta. Jayme e Gabriel torciam para que ela não citasse aquilo.

-Que criança? - respondeu o homem olhando com curiosidade crescente para a menina.

-Tinha a sombra de duas pessoas.

-Hannah, por favor não fale mais nisso.- disse Jayme praticamente implorando para que a menina não ficasse relembrando a cena assustadora.

-A menina é uma pessoa curiosa, que nem minha filha. - o homem falou e depois se virou para Jayme e disse- Vejo que trouxeram minhas engrenagens. Minha assistente já está vindo pegar as caixas. Aguardem um pouco.

Vindo do castelo algo ou alguém começou a se aproximar parcialmente oculto pela névoa, quando estava bem próxima revelou ser uma forma metálica semelhante a uma moça. Os braços metálicos subiam e desciam empurrando um tipo de caixa com rodas.

-Podem colocar as caixas nesse compartimento que ela vai levar para dentro.

Jayme e Gabriel continuavam parados de choque sem dizer uma palavra. Foi preciso alguns segundos para que eles obedecessem o comando. Hannah era a única que parecia mais calma, na verdade ela parecia fascinada com a moça metálica.

-Espero que minha mais nova invenção não tenha assustado muito. - comentou o homem girando algo nas costas da moça metálica e a colocando em direção ao castelo. Depois disso ele tirou do bolso e estendeu para Jayme um envelope com o dobro do pagamento combinado.- Agradeço muito pelo trabalho de ter vindo até aqui.

Jayme pegou o envelope pensando que aquela era a primeira e a última vez que tinha vindo fazer entrega naquela ilha, agradeceu o pagamento rapidamente e estava se preparando para sair praticamente correndo, porém Hannah olhou para o dono do castelo e falou para surpresa de todos:

-O senhor não vai abrir as caixas? Para ver se veio tudo certo?

-Não tem necessidade. As caixas estão lacradas e confio em quem me enviou. -o homem falou e soltou uma risada ao olhar para Hannah. - Entendi. Você quer ver o que tem nas caixas.

Jayme e Gabriel sentiram o tempo parar por um momento e tiveram a nítida sensação que tinham olhos observando eles por trás da cortina de vapor.

-Ela não quer. Realmente temos que ir.- disse Jayme segurando delicadamente no braço de Hannah e a puxando. Sentia que tinham que sair de lá o mais rápido possível.

O homem dono do castelo agarrou no outro braço de Hannah e disse:

-Minha filha quer conhecer ela.

-Solte ela!- gritou Jayme assustado com o rumo que as coisas estavam indo.

-Alguma coisa agarrou minha perna.- gritou Gabriel de repente pulando para mais perto de Jayme.

-Agora não, Gabe. Estou tentando defender sua quase irmã. - falou Jayme, mas de repente ele sentiu alguma coisa segurar nas pernas dele e sentiu quando o chão projetou com força a sua frente. Na queda soltou o braço da menina e ouviu ao longe a voz de Hannah lhe chamando.

Com a vista turva viu o dono do castelo ir em direção a moradia segurando Hannah pelo braço. Aos poucos devido a neblina foi possível ver apenas a sombra deles. Ao longe viu uma terceira sombra se juntar e segurar a mão direita do homem, devido a névoa de vapor era possível ver somente as três sombras.

Tudo aquilo fez Jayme entrar em desespero. Tinha tentado se levantar, mas tinha voltado a cair. Chamava Hannah e tinha a sensação que a cada momento ela escapava, como água, por entre os dedos dele. Sentiu tudo apagar.

Jayme acordou e a primeira coisa que notou foi que a névoa tinha sumido completamente. A outra coisa que notou foi que Gabriel estava totalmente imóvel olhando para o castelo.

-Gabe? Gabriel?

-Eu vi ela.- o menino sussurrou saindo do estado de choque.

-A Hannah?- Jayme perguntou olhando ao redor, com esperança de ver a garota em algum lugar.

-Não. A menina que se esconde no vapor e que controla a névoa.

Jayme não soube o que falar.

-Temos que achar a Hannah e sair daqui. - disse ajudando Gabriel a se levantar e seguindo em direção para o local onde estava o castelo, mas por algum motivo ele tinha a impressão que a moradia estava bem mais longe do que antes e do local parecia vim o barulho de várias engrenagens girando.

Depois de andar um pouco, Jayme teve a nítida sensação de que a ilha aumentou de tamanho enquanto estava dormindo ou talvez sem a névoa tudo ficasse diferente. A estranheza aumentou quando o castelo sumiu do horizonte em um piscar de olhos. Olhando ao redor, tentando entender para onde a construção foi, Jayme se viu diante de várias jaulas vazias em um local que parecia um zoológico abandonado. Gabriel assustado se escondeu atrás dele quando começaram a ouvir o som de passos.

-Meus animaizinhos só estão na jaula porque estão dormindo. Não mantenho eles presos.- uma voz de repente se fez ouvir. Olhando na direção da voz viram uma menina se aproximando. Ela tinha toda a aparência de uma criança normal, mas ao mesmo assim era possível sentir que tinha algo de anormal nela, quando ela respirava ou falava era possível notar um zumbido estranho.

-É a menina de que falei! - gritou Gabriel.

-Não quero fazer mal a você ou aos seus animais, apenas quero a Hannah de volta. - disse Jayme tentando não demonstrar medo.

-Porque? Ela está melhor aqui comigo. Aqui tem muita coisa para a curiosidade dela explorar.

-Não sei quem ou o que você é, mas cheguei aqui com duas crianças e pretendo sair com duas. Onde está a Hannah? - disse Jayme lembrando que quando era criança foi abandonado em uma situação que na época foi assustadora para ele. Não gostava de lembrar desse momento da infância e nem de lembrar da criança assustada que ele foi, mas nesse momento recordou para reafirmar que nunca iria abandonar Hannah ou Gabriel naquela situação. Ele sabia como era ruim para uma criança ser deixada.

O rosto da menina mostrou raiva e ela tentou agarrar Gabriel, mas ao fazer isso seus dedos atravessaram o braço do garoto. Isso a irritou ainda mais, bateu palmas e as portas de todas as jaulas vazias se abriram. Jayme não estava entendendo nada, pois os locais continuavam vazios como antes.

-Pensei que você entenderia que a Hannah ficaria melhor comigo.- disse a garota olhando para eles antes de simplesmente evaporar no ar.

-Ouvi um barulho estranho.- disse Gabriel interrompendo e apontando para uma das jaulas.

Não demorou muito para Jayme ouvir também. Era possível escutar o barulho como de garras e rosnados, mas quando olharam na direção do barulho o som parava e reiniciava na direção de outra jaula que estava fora da visão deles.

Jayme achava aquele cenário assustador, mas ainda piorou. A garota apareceu novamente, assoprou e da boca dela saiu algo parecido com vapor, logo uma névoa começou a surgir vinda de todas as direções. Em meio a cortina branca era possível ouvir os rosnados e barulhos nas grades.

O desespero crescente fez com que Jayme pegasse Gabriel pelo braço e tentasse correr para o mais longe possível daqueles rosnados. O garoto segurava firme nele para que um não se separasse do outro. Apalpando o ar, porque estava tudo turvo pela neblina, ele tentava achar um caminho seguro. Foi quando sentiu que tropeçou em alguma coisa e caiu junto com o garoto. Mesmo com a queda, ele continuou segurando Gabriel.

Ainda no chão eles ouviram o barulho de algo se aproximando . Tentaram fazer o mínimo de movimento possível enquanto tentavam fugir. Deram alguns passos quando sentiram alguma coisa peluda os empurrando. A força do empurrão fez eles se separarem.

Jayme sentiu quando após rolar alguns segundos caiu na água. Notou que o local, fosse lago ou rio, não era tão raso, pois não conseguia encostar o pé no fundo. Devido a neblina não conseguia ver a margem e nem se Gabriel estava por perto. O desespero tomou conta dele quando ouviu o som de alguém sufocando. Olhou na direção do som e não viu nada a não ser névoa. Tinha medo que Gabriel estivesse se afogando, escondido pelo vapor branco.

-Gabriel?!- chamou o garoto na esperança que ele respondesse, ao mesmo tempo em que nadava tentando o achar. Ninguém respondia, mas o som ia ficando mais forte e começou a se parecer com o barulho de alguém desesperamente buscando ar.

A neblina começou a ficar mais fraca e a se dissipar. Com a visão um pouco melhor, notou alguém caído na margem. Nadou rapidamente achando ser Gabriel.

Quando estava próximo notou que se tratava da garota misteriosa. Ela estava caída na grama tentando puxar o ar. Jayme tentou a ajudar, mesmo que ela tivesse levado Hannah e tentando os machucar, ela ainda era uma criança em uma situação assustadora.

-Jayme.- ouviu a voz ao longe de Gabriel vindo em sua direção, sem a neblina o garoto o achou fácil. Sentiu o abraço dele e também sentiu quando Gabriel tremeu de medo, mesmo que a menina estivesse fraca o menino parecia ainda a considerar assustadora.

-Temos que ajudá-la.-Jayme disse, porém não conseguiram fazer nada por ela, pois quando tentaram ajuda-lá a levantar não conseguiram segurar a mão quase transparente dela. Parecia que as cores ao redor iam ficando mais fracas junto com a menina. De repente a névoa envolveu tudo.

Quando a neblina se dissipou Jayme e Gabriel se viram dentro do castelo. Em um quarto envolvido por um zumbido que já tinham ouvido antes. Viram o dono do castelo concentrado ajeitando algum tipo de máquina com as peças das caixas. Porém o que causou espanto foi o momento em que eles viram a menina da névoa, dormindo ligada ao conjunto de máquinas que tomavam quase o quarto todo.

-Prontinho, filha. Foi apenas um susto. Já voltou a funcionar.- disse o homem beijando a testa da menina depois de consertar o conjunto de máquinas que a ajudavam a respirar.

-Achei vocês. - a voz de Hannah se fez ouvir. A menina correu para abraçar Jayme e Gabriel.

-A gente estava lhe procurando. Nunca sairia da ilha sem você.

-Ela não é uma pessoa má, só queria que eu fosse amiga dela. -falou Hannah olhando para a garota ligada ao grande pulmão mecânico.

Apesar de ter quase a certeza que a menina tentou se livrar deles para que Hannah ficasse na ilha, Jayme não conseguia sentir raiva dela. Na verdade, ele sentia pena. Olhou para a garota adormecida e se sentiu angustiado, mas tentou lembrar que de alguma forma uma parte do espírito e da consciência dela não estavam presos àquelas máquinas e tinham criado um mundo paralelo moldando neblina e névoa.

Temas: espíritos e um pouco de steampunk

"Espero que tenhamos colocado Steampunk o suficiente, seja lá o que for isso”

Homer Simpson

Ana Carol Machado
Enviado por Ana Carol Machado em 04/06/2023
Reeditado em 05/06/2023
Código do texto: T7805661
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