O obsessor
Título: O obsessor
Autor: Sandro Silva.
Olá, meu nome é Cecília e eu vou contar a vocês um relato que eu vivenciei à muitos anos atrás e irei chama-lo de : o obsessor! Tudo começou quando meus filhos ainda eram pequenos, eu trabalhava como enfermeira no sanatório Santa Teresa, que ficava situado no interior de São Paulo e hoje está desativado, eu tenho um casal de filhos uma menina chamada Emily e um menino que se chama Gabriel, dei esse nome a ele em homenagem ao anjo que me salvou pelo fato de minha gravidez ter sido de risco e quase ter morrido ao dar a luz a ele, que é meu filho mais novo. Minha mãe fez uma promessa à esse anjo pedindo que se eu sobrevivesse esse seria o nome dado ao seu neto. E eu ao sobreviver fiz questão de cumprir a promessa dela. Meu filho Gabriel hoje em dia têm seis anos e Emily quatorze. Voltando ao meu trabalho como enfermeira no sanatório sempre tive que ser forte pelo fato das coisas que via lá. Muitas das vezes presenciei pacientes sendo submetidos a tratamentos de choque. E uma paciente em especial, sempre chamou muito a minha atenção, pelo fato de ser uma moça muito bonita, chamada Laura que fora abandonada por sua família naquele terrível lugar. Ela enlouqueceu de repente e cometeu um desatino contra sua própria filha, ainda bebê. Laura dizia ouvir vozes que mandavam ela colocar fogo em sua casa com sua filha dentro para que elas fossem purificadas de todo o pecado. Foi então que para não matar sua bebê, ela a abandonou em uma praça e foi embora. Quando seu marido descobriu ele saiu de casa e felizmente consegui encontrar a criança com a ajuda da polícia. Porém os pais de Laura a trancafiaram naquela manicômio. Algo em mim despertava compaixão por aquela moça e sempre tinha o costume de conversar com ela. Certo dia, ela me chamou para que sentasse ao seu lado no banco. Laura me confidenciou que um dos funcionários que lhe davam a medição depois do jantar, havia lhe apalpado os seios. E imediatamente eu fiz a denúncia para a direção do sanatório, porém infelizmente não deu em nada porquê o que tínhamos ali, era a palavra de uma paciente diagnosticado com esquizofrenia contra a palavra de um médico gabaritado. Com o passar dos dias Laura foi ficando cada vez pior tendo crises fortíssimas e chegando ao ponto de ficar em uma área reservada sem ter contanto com os outros pacientes. Mesmo assim eu ia visitá-la e me cortava o coração ver que aquela jovem tão bonita estava amarrada a cama. A última vez que eu a vi, Laura me disse que um homem de preto estava ali para leva-la embora. E que pelo fato de eu gostar dela ele me odiava. A princípio eu não liguei, aquilo seria mais uma crise daquela podre moça. No dia seguinte quando cheguei para trabalhar recebi uma triste notícia. Ela havia morrido na noite anterior entrou em um processo de convulsão e se engasgou com seu próprio vômito. Eu compareci ao dia de seu enterro e lá estavam seus pais porém o marido dela não compareceu. Dentre aquelas poucas pessoas uma figura me chamou a atenção. Vi de longe um homem de terno preto próximo dos pais de Laura. Porém quando me aproximei deles aquele homem misterioso, foi embora desaparecendo. Eu perguntei a mãe de Laura quem era ele, a mulher nada me respondeu apenas chorava. Voltei para minha casa e passei o resto da tarde com minha família. Meu filho Gabriel fez um desenho de uma linda moça e curiosamente disse que ela se chamava Laura. Estranhei aquele fato pois nunca havia comentado com meus filhos sobre a Laura paciente do sanatório. E ao lado dela de mãos dadas com a mesma meu filho desenhou a figura de um padre vestido de preto com um enorme chapéu. Um dia eu resolvi ir atrás do marido daquela pobre jovem, afim de conhecer sua filha. Primeiramente procurei os pais dela e eles me deram o endereço do genro. Ele me tratou muito bem se chamava Antônio e já havia se casado novamente. A doce menina abandonada por Laura, ainda bebê se chamava Alice e tinha dois anos de idade. Antônio me contou que à princípio foi contra a internação da mulher, mas seus pais ao tomarem ciência do que ela havia feito com a própria filha ficaram irredutíveis. Eu então perguntei a Antônio se eles tinham algum amigo padre e relatei a ele as últimas palavras ditas por sua esposa de que o homem de preto estava ali, para busca-la, relatei também a respeito do desenho feito pelo meu filho. Aquele homem ficou surpreso com o que havia acabado de ouvir e me respondeu que antes de sua mulher enlouquecer, ela era muito religiosa e frequentava a igreja porém um padre chamado Bento se apaixonou por ela chegando até a prometer largar a batina caso Laura quisessem ficar com ele. Porém ela negou pois já era casada e feliz com sua família foi então que o padre se matou enforcando -se e ainda deixou uma carta amaldiçoado Laura e sua família.
Ao ouvir essa revelação me dei conta de que existem mais coisas entre os céus e a terra que eu imaginava.
Fim