A MORTE SERENA
Isso só pode ser um dom
Ou algum tipo de premonição
Matar sem emitir o som,
Vendo você caído pelo chão!
Não posso sequer compreender
O que me motiva de fato,
Mas eu sinto um enorme prazer
Ao cometer o assassinato
Sempre busco uma hora certa,
Por isso não sou notado,
A minha mão tal lâmina aperta
E você morre desbotado
Sempre observo bem distante
Essa voz ou alucinação,
Que acinzenta todo o restante
Leva-me a compulsão!
Para todos isso é apenas horror
Aqui dentro ou outrossim
Matar externalizaria minha dor,
Nesta coloração carmesim
O silêncio pode ser até ameno
Porém cria as fantasias,
A frialdade de alguém sereno,
Ouvindo mortais litanias
Mão caberia nem na palma
Algo que vai além da escuridão
Um mal refrigera essa alma,
Vivo na diabólica contradição!
Ainda dizem que a psiquiatria
Tem uma resposta certa,
De mim pouco menos saberia,
Matar é fórmula incerta!