O CALVÁRIO ✞
Desde a hora que eu pus
Os olhos naquele homem sereno
Já sabia ser esse tal Jesus
Que se denominava o Nazareno!
Mas agi com parcimônia
Lavei as mãos para não envolver
Desta nefasta cerimônia,
Um de nós deveria então morrer
Enxuguei neste branco pano
A mão que deixar-te-ia para os teus
Obedeço ao Império Romano
Teu destino entrego a estes Judeus!
Não quero nem os entraves
Debater sobre a tua crucificação,
Eles que te preguem traves
E chicoteiem-no nesta imolação!
Que esse sangue verta assim
Molhando as poeiras destas porções
Jesus o povo quer o seu fim,
Ódio e raiva são malignas emoções
Querem-te rijo na sepultura
Cortando com navalha seus tendões,
Por meio da sádica tortura.
A justificativa para tantas agressões!
Serei uma testemunha ocular,
Jesus a morte será na plena solidão.
Quando a ponta da lança furar
Esse abdômen nesta crucificação!