CONTOS da ‘Es’-CrYpTa – Fantasma mutilado (miniconto)

O vulto aparecia em frente ao cemitério, diante dos olhos de quem passava pela calçada, exatamente à meia-noite.

Diziam que ele aparecia apenas para protestar e, por isso, a materialização exibia apenas a imagem de uma pessoa cortada ao meio NA VERTICAL — como se o corpo houvesse sido cortado por uma serra elétrica a partir do crânio e descendo pelo nariz, passando pelo umbigo até que não houvesse mais do que apenas um braço e uma perna pendurados naquele MEIO CORPO.

Sempre que alguém dava de cara com ele, era inevitável a pessoa sair correndo enquanto escutava um brado:

— “Maldito sistema! Enterraram-me neste cemitério meia-boca. Agora, volta-e-meia, eu apareço e não tem quem passe aqui que não dê meia volta e acabe saindo correndo com a urina saindo pelo meio das pernas. ”

Incrivelmente, esse fantasma mutilado só aparecia onde havia luz acesa de algum poste... porque odiava a MEIA-LUZ.

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Da coleção zezediozoniana: “Minicontos da ‘Es’Crypta”