Terror noturno
A manhã acorda tímida carregando ainda o vento gelado da primeira madrugada de Outono que foi precedida pela chuva. No fim da tarde anterior trovões pipocaram à Leste. A massa sem massa encefálica corria para a casa para não se molhar. Quem não tinha casa procurava qualquer toldo ou marquise.
Entre o crepúsculo e o nascer do sol, Alex tentava dormir, mas era atrapalhado por uma sucessão de sonhos estranhos que alternavam entre quedas, ciclopes lovecraftianos, situações corriqueiras e alguns outros que não conseguia se lembrar. De todos eles acordava suando, com a respiração curta e o peito a palpitar.
As cinco da manhã desistiu de tentar repousar. Se levantou, foi até o banheiro e olhou no espelho. Ainda estava grogue, mas notou as olheiras que emolduravam seus olhos. Foi até a cozinha buscar um copo d'água. ensou em passar uma garafa de café, porém teve preguiça. Cogitou também voltar a cochilar mais meia hora, afinal o despertador só tocaria as sete. Acabou que foi tomar banho para aproveitar o tempo que tinha e fazer sua mochila sem pressa, aproveitando o tempo que ainda sobrava.
Escovou os dentes, fez a barba, aprontou a marmita e o uniforme para o trabalho. Saiu de casa vinte minutos adiantado, conseguiria pegar o ônibus um horário antes do habitual, mais vazio.
Chegou ao ponto bocejando. distraído, não notou uma poça no qual repousava um fio desencapado, porém ainda energizado, arrancado dos postes na ventania que acontecera mais cedo. Seu sapato tinha sola fina, morreu antes das oito da manhã