Ep.16 –Bandinha Madam’s contra Lingones deturpado

ATENÇÃO*

*Todos aqueles meus queridos abominadores desta Escrivaninha podem conferir os episódios iniciais com a seguinte cronologia:

Ep. 1 – “Bandinha Madam’s contra nova ordem zumbial” – 03/01/2023

Ep. 2 – “Bandinha Madam’s contra os sacrifícios de sangue” – 13/01/2023

Ep. 3 – “Bandinha Madam’s e Luvinha enfrentam o Rins-tituto-Mula” – 16/01/2023

Ep. 4 – “Bandinha Madam’s e o misterioso Código das Vinte” – 19/01/2023

Ep. 5 – “Bandinha Madam’s: O NOVO PAPA” – 22/01/2023

Ep. 6 – Bandinha Madam’s: glória José Descreu – 24/01/2023

Ep. 7 – Bandinha Madam’s: mulher vista em adultério – 28/01/2023

Ep. 8 -Bandinha Madam’s: ataque do Mamilossaurus Maranhensis – 31/01/2023

Ep. 9 - Bandinha Madam’s imitada por Wandinha Addams – 14/02/2023

Ep. 10 - Bandinha Madam’s e o jurássico mundo zumbial – 17/02/2023

Ep. 11 -Bandinha Madam’s e a batalha no cemitério – 23/02/2023

Ep.12 –Bandinha Madam’s -vs.- Tradição Vampírica – 03/03/2023

Ep.13 –Bandinha Madam’s – Dízimos e Apostasias – 07/03/2023

Ep.14 –Bandinha Madam’s contra o Bicho Papoide – 13/03/2023

Ep.15 –Bandinha Madam’s: os Consomentadores cerebrais – 17/03/2023

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Continuando agora------------

O deturpado federal Banzé Lingones era um dos seres mais rastejantes do reinado da aberração Nove Dedos. Ele era conhecido pela mutação zumbiloide que era mais notória por sua língua comprida da qual se orgulhava. Ficaram famosas as cenas em que ele usava aquele instrumento horroroso saindo da boca para lamber cera de ouvido nos políticos que ele bajulava.

Mas, a língua era exibida de forma mais assustadora por esse deturpado federal reptiloide quando ele sofria uma mutação passando da forma humanoide à de um lagarto com tamanho de um jacaré-filhote e ficava andando sobre as quatro patas enquanto espreitava animais domésticos soltos nas ruas (cães e gatos) quando precisava fazer refeições apressadas. E foi ele quem detectou a figura quase invisível da nossa querida detetive-miniatura Luvinha enquanto ela passava por entre as pernas dos fiéis no templo tacólico da Nova Ordem Zumbial (onde funcionava a igreja Assembleia Descreu). A visão dele era como de um camaleão, com poderes ampliados que iam de vista noturna no escuro até percepção de mudanças nas luzes reflexas do ambiente e que no presente caso foi essa uma habilidade usada para perceber o truque da quase invisível Luvinha, quando ela se dirigia velozmente para o anexo da igreja onde deveria estar instalada uma central computadorizada e o equipamento principal interassombral que tinha como função conectar os recursos de ilusionismo em auxílio às manifestações possibilitadas pelas invocações de demônios. A ideia era que ela acessasse a rede mundial tacólica para implantar um vírus espião, pois essa conexão não foi encontrada no Rins-tituto-Mula* (*ver episódio n.º 3 de Bandinha Madam’s).

O deturpado Banzé Lingones, então, passou entre a multidão usando sua forma humanoide para somente outra vez se transformar quando estivesse a poucos metros daquela criatura que ele achava interessante como um almoço improvisado. Na verdade, ele nem se dava conta de que ali ocorria uma secreta manobra de espionagem do Tio Chiste e sua pequena amiga. Era como se ele achasse que aquele “bicho” pequeno fosse algum resto de zumbi que haveria sobrado de um dos sacrifícios que costumeiramente começavam com mutilação e morte até chegar em alguns casos de experiências com formas zumbiloides enviadas depois para o Inquisidor Escafandro de Mergulhais se divertir em casa.

Neste momento, porém, Bandinha Madam’s (por cujas mãos eram operados os equipamentos ‘nanotecno-interassombrais’ de longa distância) tinha acabado de perceber o movimento incomum de mudança de forma porque a visão periférica do Tio Chiste era interassombralmente dotada de conversores de sinais luminosos que foram imediatamente decodificados pelos poderosíssimos recursos cibernéticos para reconstituição gráfica do que acontecia no ambiente vigiado naquele movimento de ultra espionagem. Porém, não era possível passar um alerta instantâneo que pudesse chegar até a amiguinha Luvinha porque havia muita movimentação magnética demoníaca ao redor (por causa do transe da sacerdotisa-ambientalista Sarina Vilsa, que não parava de vocalizar mensagens demoníacas enquanto acontecia o ritual da Ceia macabra).

A única saída talvez fosse enviar o fantasma Trabalho, mas as barreiras magnéticas provocadas pelos demônios do templo poderiam acabar por impedir a passagem desse ajudante ex-humano na forma de espírito. Avisar ao próprio Tio Chiste iria ser o mais lógico, embora ele pudesse demorar a compreender o que se passava, como também chegaria muito lentamente até onde o deturpado Banzé Lingones iria flagrar a espionagem da detetive-miniatura Luvinha.

O jeito era alertar ao Tio Chiste como pudesse, mas principalmente torcer para que Luvinha tivesse condições próprias de perceber o perigo e, principalmente, defender-se sem causar uma movimentação ruidosa no ambiente natural e na atmosfera magnética interassombral de defesa invisível da máfia demoníaca tacólica.

O deturpado Banzé Lingones, porém, sofria de excesso de confiança e fez sua mutação da forma humanoide para lagarto exatamente diante de uma câmera de circuito interno que servia para que os funcionários do setor de tecnologia soubessem o que acontecia no auditório e também nos corredores.

E Luvinha já havia lançado uma luz hipnótica sobre os dois plantonistas daquele setor, com um raio violeta que saiu dos dedos dela. Com eles já em transe mesmérico, ela naquele momento estava no controle do painel eletrônico da central computadorizada. Foi então que Luvinha (com olhos que não sabemos quais) “viu” a transformação do deturpado-lagarto. E nossa detetive-miniatura teve seu instinto de sobrevivência alertado para o perigo. Ela já havia escutado notícias políticas que falavam de uma criatura lendária com aquela mesma força extraordinária, embora todo mundo do planeta achasse que era uma lenda urbana da Nova Ordem Zumbial. Mas, realmente muita gente se queixava de que encontravam apenas ossos de seus queridos animais domésticos (cães e gatos) largados pelas esquinas em pelo menos uma dezena de casos.

Então, era óbvio para Luvinha que aquele era de fato o tal predador. Isso foi o suficiente.

Fazendo um ritual de magia com gesticulação dos dedos, Luvinha trouxe para o mundo físico um encantamento de seres elementais (vigilantes dos reinos vulcânicos) que eram seus amigos do tempo em que ela tinha um corpo inteiro humanoide.

Duas pequenas labaredas de fogo vulcânico surgiram onde estavam os dois funcionários em transe hipnótico, pouco depois de Luvinha os haver empurrado nas respectivas cadeiras de rodinhas para um canto desocupado da sala. Aquelas duas chamas queimando postaram-se cada uma ao lado de um deles. Uma magia aconteceu e os olhos de qualquer pessoa não enxergariam mais dois seres humanos ali, mas, em lugar disso, eles ficaram “encantados” parecendo respectivamente um cão e um gato crescidos (mas não deixavam de ser duas pessoas em carne e osso). Então Luvinha se escondeu facilmente por causa de seu minúsculo tamanho.

O deturpado-lagarto invadiu rapidamente o ambiente já sem qualquer traço humanoide que pudesse lembrar aquele bajulador do Lulêus. Porém, atraído pelo cheiro de carne meio aquecida, os seus olhos se focaram na cena ilusória de dois enormes animais domésticos inconscientes que pareciam colocados ali como uma encomenda para ele próprio. E logo chegou à conclusão de que ele próprio havia sido atraído para ali por admiradores políticos ocultos, que não queriam se identificar e teriam usado o truque do pequeno vulto que ele tinha seguido até ali.

Em questão de segundos, os dois desafortunados funcionários estavam sendo devorados enquanto as duas chamas lentamente se desfaziam a cada “lanchinho” vorazmente terminado, diante do apetite descomunal do deturpado Banzé Lingones em sua forma de lagarto.

Luvinha continuou escondida, esperando que a refeição terminasse e o intruso saísse. Ela sabia que a ilusão iria durar por algum tempo na mente do deturpado Banzé Lingones e assim ele continuaria durante horas achando que havia comido animais de verdade. O miserável saiu dali soltando arrotos de satisfação já quando reassumida sua forma humanoide.

Bandinha Madam’s respirou aliviada, lá longe, de onde estava. E em seguida interrompeu o comunicado que tinha começado a fazer ao Tio Chiste, evitando que ele mudasse a estratégia iniciada antes e passasse a ir em socorro de Luvinha. Mas, foi avisado de que tudo tinha voltado ao controle de Luvinha e que ele próprio deveria continuar no auditório após simular que participava da Ceia macabra da igreja.

Será que nossos detetives conseguiriam concluir esta primeira operação de espionagem sem que fossem descobertos pelas manobras sinistras de vigilância dos operadores dessa maldita Nova Ordem Zumbial da aberração Nove-Dedos?

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Bem, respostas a esta pergunta e a tantas outras você acompanhará nos subsequentes episódios que narraremos a partir da próxima publicação, aqui neste bombástico canal (digo: aqui, nesta abominável Escrivaninha).

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(Este conto continuará em novos capítulos aqui nesta Escrivaninha abominada e cuspida por você.)

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FIM...?

(Da coleção zezediozoniana: CONTOS DE TERROR QUE NÃO DÃO MEDO)