Ep.13 –Bandinha Madam’s – Dízimos e Apostasias

ATENÇÃO*

*Todos aqueles meus queridos abominadores desta Escrivaninha podem conferir os episódios iniciais com a seguinte cronologia:

Ep. 1 – “Bandinha Madam’s contra nova ordem zumbial” – 03/01/2023

Ep. 2 – “Bandinha Madam’s contra os sacrifícios de sangue” – 13/01/2023

Ep. 3 – “Bandinha Madam’s e Luvinha enfrentam o Rins-tituto-Mula” – 16/01/2023

Ep. 4 – “Bandinha Madam’s e o misterioso Código das Vinte” – 19/01/2023

Ep. 5 – “Bandinha Madam’s: O NOVO PAPA” – 22/01/2023

Ep. 6 – Bandinha Madam’s: glória José Descreu – 24/01/2023

Ep. 7 – Bandinha Madam’s: mulher vista em adultério – 28/01/2023

Ep. 8 -Bandinha Madam’s: ataque do Mamilossaurus Maranhensis – 31/01/2023

Ep. 9 - Bandinha Madam’s imitada por Wandinha Addams – 14/02/2023

Ep. 10 - Bandinha Madam’s e o jurássico mundo zumbial – 17/02/2023

Ep. 11 -Bandinha Madam’s e a batalha no cemitério – 23/02/2023

Ep.12 –Bandinha Madam’s -vs.- Tradição Vampírica – 03/03/2023

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(Detalhes já explicados no primeiríssimo episódio) – Naquele templo brasileiro o sacerdote empunhava um dispositivo de onde exalava uma fumaça que nitidamente não era incenso, mas, sim, tratava-se de uma certa erva cuja utilização havia sido inicialmente autorizada para fins medicinais.

Ao fundo, em lugar do tradicional enorme crucifixo com a figura sacrificial do fundador do Cristianismo, um outro barbudo era representado fazendo um gesto de abençoar com mãos que somavam apenas nove dedos e não se via crucifixo. Em lugar do sagrado símbolo, havia uma foice e um martelo cruzando-se nas mãos do novo salvador referido.

Do lado esquerdo do novo altar havia figuras dos fundadores daquela Nova Ordem, em quadros gigantescos. Entre os rostos representados, eram facilmente reconhecidas a grande sacerdotisa ambientalista Sarina Vilsa e uma deputada federal carioca cujo nome era Netebida da Vilsa.

(Detalhes já explicados no episódio 10) – É óbvio que Bandinha Madam’s e a família dela não adotavam o credo de um lado nem do outro, ou seja, apenas não poderiam compactuar com proibições e perseguições que desequilibrariam a Ordem Interestelar

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Continuando agora------------

Tio Chiste não teve dificuldade de adentrar o templo, com seu disfarce que consistia principalmente de uma peruca e de um terno que aparentava ser muito caro, deixando transparecer uma gravata igualmente chique, que o faziam ficar parecido com um antigo pastor batista americano. Realmente, exibia “ares” de uma imponência respeitável por causa de sua estatura física privilegiada que media um metro e oitenta e poucos. Por baixo do paletó e do tradicional colete havia uma espécie de casaco modelado no corpo para lembrar uma musculatura atlética, mas que na verdade servia para esconderijo da amiga Luvinha (que obviamente não poderia ser dobrada como uma luva de verdade porque se tratava de um organismo vivo conservado por artes mágicas assombrosamente assombrais e por determinados encantamentos).

A intenção desse carismático tio da nossa detetive Bandinha Madam’s era de realmente ser confundido com um dos muitos proprietários das antigas igrejas cristãs que estavam em plena falência e se ofereciam para seguir o caminho dos líderes daquela conhecidíssima tradicional que havia passado a se chamar Assembleia Descreu — que foi readaptada pelas atuais sacerdotisas “tacólicas” mencionadas na abertura deste episódio. Sim, entre os nomes dos líderes que queriam evitar o mesmo fim do antigo Papa estavam famosos pregadores como: Pastor Dismas Ofertaias; Apóstolo Vaididízimo Santosdados; Missionário R$R$ Doáris; Bispo Dizimair Maizeuros. * (*Todos em fase de análise de seus requerimentos para fazerem parte da Igreja Tacólica.)

Enquanto alguns serviçais daquele templo lançavam olhares gananciosos para o Tio Chiste, por vislumbrarem nele uma nova candidatura ao sacerdócio tacólico, um hino foi ouvido pelo sistema de som do templo e cujo refrão era: “mandai chuvas de picanha, oh! Senhor”. Uma espécie de sacerdote barbudo, cujo crachá o identificava com o nome de Flagelo Seixo, acendeu alguma coisa em um recipiente que tinha formato de bacia e dali passou a se espalhar a fumaça mencionada na abertura deste episódio.

O tema do sermão era: “os dons sobrenaturais do Lulêusto Santo”. Na plateia, pessoas emocionadas gritavam sons trissilábicos como se estivessem com a língua presa:

— “LU-lá-lá-lá... LU-lá-lá-lá... LU-lá-lá-lá... LU-lá-lá-lá... LU-lá-lá-lá”

Outros gritavam:

— “Glória Lulêus, Glória José Descreu. ”

O enorme telão por cima do altar (alinhado com a pia sacrificial) passou a exibir vídeos de milagres do deus Lulêus, com cenas de proezas daquela magia que encantava multidões, como: da multiplicação de carros-pipas para o interior sertanejo, ou aquela da multiplicação de ministérios, ou ainda a da materialização de mais uma ONG ambientalista para funcionar no plano-piloto da cidade de Brasília, como também a multiplicação de advogados nas portas das cadeias para defesa dos ladrões de celulares, não esquecendo da própria maravilha da chuva picanheira (tendo casos de até chover um boi inteiro por cada cem metros nas terras de familiares do Sinistro da Sanguiça Dlávio Fino).

De repente, ao final da exibição do vídeo, uma sirene que lembrava um alarme de incêndio disparou em estridente sinal sonoro. Um aviso em voz exaltada foi escutado por todo o sistema de som do templo:

— “Todos em silêncio. Uma presença foi detectada. Nada há oculto que não seja revelado aos olhos daqueles que seguem o deus Lulêus”.

Tio Chiste entrou em alerta total e acionou por baixo de seu terno o sistema de defesa repelente de magias hostis, fazendo apenas um movimento que tocou um falso botão em seu chiquérrimo traje de gala.

Ele, que era o tio da nossa detetive Bandinha Madam’s, não tinha como aferir o poder de reação dos investigados, que provavelmente poderiam ter sido avisados da sua presença através de habilidades parapsíquicas obtidas pelos diversos rituais de invocação de demônios.

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Mas isso você acompanhará a cada novo episódio que narraremos a partir da próxima publicação, aqui neste bombástico canal (digo: aqui, nesta abominável Escrivaninha).

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(Este conto continuará em novos capítulos aqui nesta Escrivaninha abominada e cuspida por você.)

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FIM...?

(Da coleção zezediozoniana: CONTOS DE TERROR QUE NÃO DÃO MEDO)