Sonhos

Ouço "O Templo" de Lovecraft deitado de costas na cama pra ver se o sono vem. Adormeço quando o submarino U-29 está estacionado na praça da cidade submersa ao lado da encosta do vale. Desperto numa esquina, entro numa rua sem saída, onde do lado direito existe um terreno com algumas estruturas de concreto, como vigas para sustentar um toldo. Alguém anda ao meu lado, não sei quem é, uma espécie de sombra amorfa, mas faço alguns comentários com a figura. Do lado esquerdo da rua há uma calçada recuada e depois do passeio um prédio que lembra uma escola ou hospital desativado.

Não há luz na rua, ligo a lanterna do celular e noto que há alguns vultos pálidos no meio fio. Me aproximo e noto que são crianças sentadas de cócoras na sarjeta, uma ao lado da outra, imóveis e com um olhar vazio e opaco. Levo a luz até perto de uma delas, com a lâmpada bem próxima aos olhos, um menino meio que desperta do transe, se assusta e sai correndo para longe. O mesmo acontece com algumas outras crianças.

Entro no prédio e ato contínuo estou numa sala de apartamento. A minha frente é possível ver um sofá com uma televisão em frente e depois desse uma pequena varanda onde é possível enxergar o céu da noite. A sala está iluminada por uma lâmpada incandescente. Há vozes que vem do corredor que dá para os quartos, mas não as distinguo. A cozinha é contigua à sala, separada por um balcão com tampo de granito.

Sobre o balcão, está uma criatura humanóide de cor marrom, a cabeça é um cranio de tamanho desproporcional ao resto do corpo. Num primeiro momento penso que é uma pessoa fantasiada, porém percebo que não é possível, pois tem as pernas extremamente curtas e braços compridos que acabam em mãos com longos dedos nodosos que arrastam no chão.

A criatura vai em direção à porta e sai. Tento acom panhar seu caminho, porém além da porta tudo é vazio como o vácuo espacial e a criatura está longe, caminhando no nada.

Acordo e olho o relógio. 04:30h. Ainda tenho duas horas até o despertador tocar.