O VELHO NO MAR 👴🌊🐟
Nota encontrada no bolso da calça de Santiago
[Ao luar se faz o feixe. A vida pelo peixe] [fisgar o peixe, esse velhote? Não passa de um frangote]
Adeus, é chegado ao fim
São estes meus momentos finais
Pobre menino! O Manolin
Não verá nem os restos mortais!
Comigo nem água trago,
Neste horror da morte sem fim,
Sou o pescador Santiago
Que pescou um maldito marlim
Estes braços estão fadigados
Estou desidratado por tanto sol,
Dedos inchados e mutilados
E não quebrar a linha do anzol
Tubarões comem o peixe,
O cheiro de sangue está pelo mar
Da noite, esse luar é feixe
Espero o oceano enfim me tragar
Se ainda tenho consciência
Tenho sede e aperta-me a fome,
Mato só por sobrevivência
Nunca esqueçam o triste nome
De Santiago com crendice
Que reviveu tudo na paciência
Agora no auge da velhice
É outra vítima desta demência
Deixem, pois bem e então,
O horror nas próprias contradições
Que morra assim o capitão
Já regelou-me nestas frias emoções
Mas este oceano com sua vastidão
Não há retorno que se faça
Afunda outro velho nesta solidão,
Ele não voltará mais a casa!