Bandinha Madam’s e o misterioso Código das Vinte

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Conforme você já deveria ter lido, ANTERIORMENTE (previously) em “Bandinha Madam’s contra nova ordem zumbial”; “Bandinha Madam’s contra os sacrifícios de sangue”; e “Bandinha Madam’s e Luvinha enfrentam o Rins-tituto-Mula” *(*procure o começo da saga na seção de contos/terror de minha Escrivaninha, com respectivas datas de 03/01/2023, 13/01/2023 e 16/01/2023)...

“Bandinha, com suas trancinhas, sempre seguida da fiel acompanhante Luvinha, entrou naquele templo da igreja Tacólica. (...) E a menina mais amada da juventude sincera escapou pela calçada externa daquele templo, margeando a avenida onde ainda conseguiu presenciar um grupo de integrantes da antiga religião sendo enfileirados para serem cuspidos nas caras por hordas de marxistas maconheiros. Sim, Bandinha Madam’s chegou à conclusão de que a guerra não teria fim em menos de um século daquele momento em diante. E ela estava pronta para restabelecer a normalidade das coisas. (...) Entre as atrocidades que mais chocaram até mesmo seu parceiro Luvinha, a jovem Bandinha Madam’s achou intolerável a separação forçada de crianças que eram arrancadas das tutelas dos respectivos pais e acabavam entregues para campos-de-concentração infantis que tinham como diretor geral um tal senador Gosmar Nariz. (...) Foi então que Luvinha executou uma corridinha nas pontas dos dedos (como se fosse um atleta corredor sobre pernas de verdade) e se jogou no ar, parecendo flutuar até alcançar a nuca de Bandinha Madam’s onde estava o agressor em forma de mão. Em pouquíssimos segundos a mão amaldiçoada foi dominada por Luvinha, que a envolveu com um mata-mulão e em seguida a jogou em direção ao fantasma Trabalho. Como resultado disso, a mão agressora explodiu respingando gotas de algo oleoso parecido com petróleo.”

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(Continuando agora.) -------------

Bandinha Madam’s e Luvinha sentiram um alívio ao se darem conta de que o estridente sinal sonoro não era exatamente um alarme de segurança, pois aqueles antes sonolentos guardas noturnos do Rins-tituto-Mula reagiram ao barulho ecoado, sim, mas correndo todos para um mesmo ponto do estacionamento onde havia um imenso telão no qual imagens com fotos (slides) eram exibidas em sequência de 20 vezes sem se repetirem até reiniciarem desde a primeira da série. O estranho acervo de figuras exibidas era acompanhado de um fundo musical hipnótico entrecortado por uma frase em forma de comando em que claramente se escutava: “MORTE SANGRENTA A TODOS AQUELES DO GABINETE DO ÓDIO E INIMIGOS DO AMOR MULÁSTICO”.

Entre as figuras exibidas em forma de fotos, destacava-se a imagem da aberração Nove-Dedos e na sequência outras 19 personalidades que simbolizavam os sacrifícios sangrentos praticados nos templos Tacólicos brasileiros. Todas as personalidades exibidas destilavam o mesmo olhar implacável e vestiam togas de juízes avermelhadas.

Bandinha Madam’s aproveitou o tempo que a seleção de imagens hipnóticas passou com elas sendo exibidas: exatamente 20 minutos no total. Todo esse momento de veneração e adoração acontecia com os guardas de joelhos e soltando gemidos com o nome da aberração de Nove Dedos. Era algo bem parecido com os gemidos de zumbis, tão familiares em cemitérios assombrados. Também um sinal com simulação da letra “L” era praticado por dedos da mão esquerda de cada guarda devoto.

Bandinha Madam’s não conseguiu de imediato entender o significado do número 20 que predominou naquela contagem ritualística. Pensou que pudesse ser um código representativo da quantidade de anos em que a aberração Nove Dedos pretendia fazer durar o seu trono até poder entronizar o seu sucessor no Reino Zumbial.

Com aquela distração toda, nosso heroico trio conseguiu coletar alguns arquivos digitais iniciais para o objetivo que passou a ser o seguinte: apresentar provas perante o Tribunal Interassombral de Gaia, com indícios que poderiam ser reunidos para uma futura intervenção do Conselho de Magia e Justiça (CMJ) e convocação de uma Junta Milenar de seres interdimensionais em missão de reestabelecimento do equilíbrio representado pelos princípios cósmicos (contrários aos métodos gósmicos em vigor no Brasil a partir daquele ano de 2023).

A fuga do local foi muito simples.

O fantasma Trabalho (que havia sido convocado por Tio Chiste) aproveitou o entorpecimento dos sentidos dos guardas, logo após encerrado o ritual de veneração da aberração, criando uma ilusão de chuva de picanha sobre o estacionamento. Aquela distração foi o suficiente para saírem furtivamente do edifício da instituição funesta.

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(Este conto continuará em novos capítulos aqui nesta Escrivaninha abominada por você.)

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FIM...?

(Da coleção zezediozoniana: CONTOS DE TERROR QUE NÃO DÃO MEDO)