O ESPÍRITO VAGANTE 🌹
NOTA DO ESCRITOR: [trata-se de um conto baseado em algumas analogias que podem ser vistas ao longo do texto, como a escravidão em nome da beleza e o feminicídio em si, deixo ao leitor(a) sua livre interpretação]
[o conto é baseado na letra da canção : Where the Wild Roses Grow de Nick Cave And Bad Seeds], mas sua adaptação é de minha autoria
Se isto é verdade já não sei
Mas o fato é por mim narrado,
Quando conheci Elisa Day
Sentia-me doce e apaixonado
Certo dia para ela me apresentei
Era tão bela aquela imagem
Assim sendo eu então a desejei
Bela como rosa selvagem!
Convidei-a para irmos até o rio
Sua palidez quase espelha
A maldade neste momento crio
Dando-lhe a rosa vermelha
Elisa aproximou-se da margem,
O reflexo brilhou na água,
Como era perfeita sua imagem,
Daquilo guardei a mágoa!
Defronte aquela intensa palidez,
Seria impossível não crer,
Dai-me teu beijo na última vez,
- Toda beleza deve morrer
Com a pedra na minha mão,
Arrebentei na loucura a moleira
Impelido por essa compulsão
Golpeei-a duma forma certeira!
A noite chegava ainda mais bela
Certamente ela enfim morreu,
Coloquei uma rosa no lábio dela
O corpo boiou e desapareceu
Dizem que ao longo das margens
Uma alma vaga lentamente
Veem-se na noite essas miragens
Que enganam muita gente!