O FANTASMA NO NEVOEIRO 👻
[dedicado ao amigo André Lobo]
Leiam! Atentem-se ao meu relato
Que Deus tenha compaixão,
A lua pálida neste céu é o retrato
Que confesso como maldição
Ao caminhar, notei certa sepultura
Com a campa por cima aberta,
De longe, vi uma angelical criatura
Mas pelo nevoeiro tão coberta
A cada passo cantava a canção
Tinha seus trejeitos bem gloriosos
Como se fizesse uma confissão
Naqueles olhos negros e licorosos
Tudo parecia em linda sincronia
Quando mais além ela desapareceu
Lábios carnudos nesta simetria
Aquela lápide era de quem morreu!
Havia escrito com certo detalhe
Certa mulher morrera então afogada
No granito, em relevo o entalhe
A jovem talvez seria recém casada!
Pairava certa estranheza e mistério
Constava aviso no mausoléu,
Todo aquele que jaz no cemitério,
Não terá teu assento pelo céu
A frase estranha me intrigara
Seria o local, um maldito desterro?
Por outrem ninguém chorara
As lágrimas sinceras pelo enterro?
Ai de mim, assaz nem saberia
Que aquela mulher que eu avistara,
Era a danação e não importaria
Da tumba cerrada assim retornara!
Não posso descrever o horror
Meu corpo todo no inverno transpira
Naquele de incontável pavor
Descobri: - A morta era uma vampira!