O DIÁRIO DO HOSPÍCIO 🏥
[fragmento da loucura]
Estou com fome. Tenho muita sede
Deitado agora nesta cama,
A cabeça saindo da branca parede,
Parece-me que me chama
Talvez esteja mesmo dopado
Por isso imagino as certas ilusões
Vivo no silêncio transtornado
Sem sentir minhas reais emoções
Sou como esse binômio
Afeito aos certos tipos de maldades
Internado no manicômio
Tenho as múltiplas personalidades!
Desde criança no imaginário
Conversava com entidades impuras,
Divagava só até com cenário
Mas eram apenas crises de loucuras
Odeio todo jaleco branco
Os tratamentos da nova psiquiatria
Quero relatar e ser franco
A violência serve como a terapia!
No quarto ainda vejo o gato,
Sem sua pelagem com a carne viva
A vingança agora é do rato,
E sinto o gosto dos pelos na saliva!
Ouço os passos pela escadaria
Agora estão mais fortes no corredor,
Fugir daqui, talvez se poderia,
Agora vou ser dopado pelo doutor!
Maldito gato em sua decência
Liberou os gritos com a advertência
Mas ainda clamo a inocência
Salpicado no sangue desta demência