DRÁCULA 🩸
[trecho retirado do Diário de Van Helsing de 1988]
Na vaporosa noite, certo mistério
Ao atender esse telefonema,
Devia dirigir-me para o cemitério
Para resolver aquele dilema
Mina informou tão assustada,
Que Drácula não havia sucumbido
Pelo relato, estava bem pálida
Pensara que o mal tinha morrido!
O ar estava quente e pestilento
A lua se escondia ante um nevoeiro
Dos lobos, ouvia-se o lamento
Assustou até meu cão perdigueiro!
A lamparina alumiava a região
Andei trôpego entre tantas sepulturas
Ouvia minha própria respiração
E as sombras daquelas vis esculturas
O vassalo começara escavar,
A cova desta controversa criatura
Até um som seco então ecoar
Para desenterrar tal coisa impura!
Em transe palpitava o coração
Certo suor banhava-me todo rosto,
Avistei com horror um caixão
E o azedume aos lábios deu gosto!
- Tirem os cadeados assim ordenei
Quando senti a brisa quente,
De joelhos para meu Deus eu orei,
Num transe dentro da mente
- Vamos, agora abram esse caixão
Uma lufada de vento frio,
Regelou-me a alma e toda emoção
Este féretro estava vazio!