O SÉTIMO SELO ♟️
MORTE:
Agora vejo-o neste leito,
Certamente não haverá talvez.
É o seu lugar de direito,
Apostando sua vida no xadrez!
HOMEM:
Estive a duras penas nesta ânsia,
Se ganhar receberei a vida
Essa será minha última instância
Caso perca estou de partida
MORTE:
Chega a ser muito bem irônico,
Extorquir à vontade minha,
Tua morte é um poema cômico
Já movimento essa rainha!
Se fosse eu na sua posição,
Bem rápido, então se despediria
Sou a sombra da renovação,
A visita certamente já esperaria
HUMANO
Quero sair da cama, olhar o mundo
Poder repensar uma outra vez,
O peão no quadrado está ao fundo,
Isso tudo! É mera insensatez!
MORTE
Todo lamento, já não cabe
A questão é tudo terá o seu final
Disso todo mundo já sabe,
Aceite-o de uma forma natural!
Passara os anos em profusão
Mentindo nos seus ardis,
Agora quer que toda emoção
Te faça ver os céus anis?
Agora finge estar grogue,
Como canalha viveu por inteiro,
Peça a Deus, enfim rogue
Parece-me um cão perdigueiro!
HUMANO
Não compreende a situação
Toda essa riqueza nunca serviria
Agora perto da condenação
O amor não semeado germinaria?
MORTE
Por isso os meus dedos crispo,
Tolices que assim se valha!
Movo com rapidez meu bispo
Porque pranteia o canalha?
HUMANO
Do que valeu toda a riqueza?
O cavalo anda com sutileza!
MORTE
Optou por escolhas erradas
Agora a doença apenas te abate,
Nem pensou nestas jogadas
Receba-o! O meu xeque mate!