O brilho da cadente ou Apolóponos - CLTS 20

"Só o amor em linhas gerais infunde simpatia e sentido à história, sobre cujo fim vogam inexatidões, convindo se componham; o amor e seu milhão de significados.”

As fumaças iam de acréscimo às poucas nuvens do claro céu. Tiros, trotes, gritos de ordens, estrondos de canhões pareciam ter se calado quando caiu de joelhos diante daquele corpo. Trouxe mais para perto a cabeça, cuja metade do rosto por férvidas borbulhas fora tomado; da boca entreaberta escorriam alguns finos fios de sangue e o olhar jazia sôfrego ao além. O semblante... Não chorava, nem gritava, apenas se mantinha fixo a ele, com uma incompreensão de tudo: da irresistência do corpo... do porquê estarem ali, do que fazer... De sua vida.

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Era uma tarde como outra qualquer de inverno. Na casa, só uma sala estava iluminada, a qual brincava a filha com sua mãe, cansada mãe. N’outro cômodo, um menino de treze anos, com seus andrajos, carregava um balde para a lavagem das roupas. Como outro dia qualquer, esse seguia triste, até a mulher, mais não aguentando as brincadeiras, mas não querendo deixar a filha ao nada, decidir cantar. A voz suave tomou toda a atenção, como quando a flor ostenta seu aroma e tudo, momentaneamente, perde a importância. A menina quietou-se. No outro cômodo, a concentração com os panos se foi; era um instante raro de paz – mas tudo tem um fim.

Resmungos vieram de fora, voz conhecida, e a porta começou a ser espancada. Foi um raio – repentino e assustador – ostentando seu trovão e calando todos. Era evidente que estava bêbado, por isso a mãe não quis abri-la, sabia o que viria depois. Ele saiu mais cedo... e também voltou antes. Fosse à noite não haveria problema: apanharia, choraria em silêncio e, no dia seguinte, estaria de pé, suportando as dores, para cuidar dos filhos. Porém não podia permitir que isso acontecesse, não na frente deles. As pancadas aumentaram e vieram as ameaças: – Va-amos, sua vagabunda..., desgraçada! A...bra! – tudo tomou intensidade.

Ele quebrou a porta, e sua imagem surgiu, como uma besta. Um rosto desfigurado pelo ódio, com a barba suja da saliva, a pele avermelhada. Aterrorizada, a menina correu para a penumbra da cozinha, agarrando-se ao irmão. Foi num átimo, uma rapidez descomunal ao avançar contra a esposa, que nem ao menos tentou se defender, acertando em sua cabeça a garrafa que trazia. Chocado, derrubou o balde, espalhando a água suja; as lágrimas da pequena também se derramaram. Na sala, o sangue se uniu à bebida e estilhaços – e ela, caída, não respondia aos xingamentos e empurrões com o pé.

Morreu.

Naquela noite, os irmãos tiveram a companhia de um cadáver. O pai, depois de vê-los acordados, confuso, achou que deveria voltar à taverna. E seguiu-se assim uma noite de polícia, prisão e vazio. Não tinham mais ninguém – a crueldade não tem fim; e há em nós algo comum aos animais, de sentir o perigo, de saber-se presa, e fugir antes da chegada do predador – invisível, tantas vezes. O mais velho agasalhou bem a irmã e foram, rumando uma capital, lugar melhor. Embrenharam-se no meio de pinheiros, numa noite espectral, seguindo a estrada que se embranquecia pouco a pouco num horizonte de opacidade faminta, densa de nevoeiro e escuridade que à visão pareciam formar um redemunho. À irmã deu seu casaco quando sentiu, rapidamente, a visão enturvar; abraçou-a e seguiu, já pensando em pedir abrigo na primeira caserna que enxergasse, e se amaldiçoando o quanto podia pela, agora, ‘burrice’. Continuou, fraquejando, perdendo os sentidos, até vir se aproximando uma luzinha, meio-laranja, falhante. Bem imaginou que pudesse ser um anjo, caiu; agarrando-a mais forte, começou a chorar. O cocheiro, apesar da dificuldade, viu a coisa estranha na encruzilhada e parou ao lado dos dois, indo logo ajuda-los. Um velho, de grosso e grisalho bigode, abriu a porta de sua carruagem, e o funcionário pôs eles dentro. Acaso é antônimo à vida, e caíram nas mãos daquele senhor, de baixa estatura e cujo pé direito era substituído por uma prótese, mas com lúcido vigor; general antigo. E este rico homem, viúvo há anos e sem biológicos filhos, viu naqueles dois muito mais do que casualidade. Em sua casa os abrigou – e nunca quis saber o porquê de, naquele dia, estarem caídos em meio à neve, ou mesmo sequer, em momento algum, mencionarem familiares; há no íntimo dos atos algo que une bem mais que qualquer acordo.

Como n’outras vezes, pôs naqueles jovens o foco de sua vida – principalmente no rapaz. Seu olhar atento viu nele algo que o mordomo se perguntava, diariamente, o que era, pois não via no garoto atributo nenhum que valesse. À menina tratou da educação, aproveitando a boa base que tinha, visando seu ingresso no conservatório – já ensaiando com ela solfejos no piano, depois numa flauta... Mas seu ânimo era maior àquele menino magrelo, preocupado e com cara de assustado, o tempo todo pendendo da calmaria fosca para um pavor geral. Tirava manhãs e tardes para ensiná-lo, no extenso campo da casa, movimentos com espada, exercícios, escaladas e tudo que fosse dessa natureza, pois, cheio de entusiasmo, decidira: seria mais um bom soldado. E insistia nisso, apesar da inaptidão do aprendiz – e de seu explícito desinteresse no início. Não dava ouvidos às reclamações, aos choramingos, às tentativas de fugir dos treinos, com gritos e toda birra que um adolescente é capaz de fazer. Esperava, paciente, com sua xícara, já à noite, ele voltar, todo sujo de lama ou com vestes rasgadas dos espinhos – e mesmo com algumas feridinhas –, para dizer que ele conseguiu. O garoto resistia à essas falas, porque não via em si nada de positivo, nenhuma evolução; e mesmo que tentasse... nada, sentia que jogava num pântano toda a esperança que seu mestre dava, embora todo esforço.

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Ia-se o tempo. Continuava a rotina de treinos; a irmã vivia como uma princesa e seu ingresso no conservatório era iminente – apesar da satisfação, sentia mais uma tristeza, pois nela sendo visíveis os frutos oriundos do empenho do “vô”, acreditava ser um inútil. Diariamente, em dois anos, fez seu benfeitor perder horas, tantas horas; para quê? Para, com o rosto sujo de terra e olhos marejados, pedir para desistir, de que aquilo de nada valia; e voltar o olhar pro chão, o regando de dor, até ouvir a voz compassiva dizendo que tudo aquilo não era verdade – a mentira passa a ser morte quando impregna na alma, ela estraga tudo o que há de bom; uma cornucópia de frutas podres.

O mordomo, grande expectador de tudo, passou a agir com benevolência, porque via a perseverança que ele levava em segredo, em tentar atender às expectativas, em não decepcionar, nos treinamentos às escondidas, durante as madrugadas, onde chegava a cair exausto. E percebia o quanto crescia, mesmo continuando com o aspecto franzino e triste. Podia, para qualquer pessoa, ser um caso perdido, mas, em todo tempo ali servente, reconhecia: era o mais persistente dos “filhos”.

Falando neles, numa manhã os exercícios foram interrompidos, o velho de pronto foi atender e a demora para voltar causou estranheza; o garoto resolveu procura-lo. Encontrou-o na porta da casa, mui alegre, falando alto e fazendo mil perguntas – uma voz suavíssima respondia; não sabia: era um dos que hoje é. Vinha para entregar carta de um oficial, mas essas oficialidades, para o velho, com eles, os filhos, perdiam a importância, queria saber só do espírito, do remexo do corpo, sorrisos – não lembrava dos tempos de mestre, pois, de armas, não o era mais; como onda que vem, veloz e alta, e, quando passa, deixa só a carícia das águas n’areia.

Se escondeu atrás do “vô”, se apoiando em seu ombro, com cara curiosa, desconfiada, como um gato em casa nova; o olhar analisava, cuidadosamente: olho cego, cicatriz na testa, estampas na seda. O velho dizia: assim que julgasse desnecessário os treinamentos, poderiam eles ficarem amigos – e que, se não por sinceridade, por valência, pela igual idade de recrutagem. Nesse primeiro conhecer, palavra alguma trocaram, e olhar, direto, só um. Se foram, depois do necessário de cada, sem cogitarem novo laço; Lua e Sol se encontram sem combinar. As vidas seguiram, difusas.

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Menino, não se atravessa, com barco quebrado, o rio.

Tempo passa

Passa tudo

Mas vivo no nada

Parado no mundo...

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Os traumas são vozes. E dormir, podia? Reminiscências, o passado futuro e presente, destruindo o caminho, transformando tudo em precipício. Lembrar da morte da mãe, do nada que fez, da fria fuga – sepultamento. E tudo isso se guardando na rotina nova, de fadiga geral; corpo exausto, mente cansada, já chageada dessas dores. Difícil noite, de não-sono, de rasgar o passado. Vestiu-se, calça recheada de algodão, botas pesadas, quatro camadas de tecido; era noite gélida. Saiu escondido, voltaria à cidade, à casa, talvez rezar – como se chama a necessidade de fazer algo que não se sabe o que é? O coração deve saber. E seguiu, a pé, a estrada. Relembrando tudo. Numa encruzilhada, amanheceria o dia morto, abraçado com a irmã, congelados, quem sabe; parou nela. E continuar o caminho já parecia impossível, o corpo sustentava em pé um espírito destruído. Foi à beira do lago de lá, tornado gelo, sendo espelho naquela noite. Olhou-se, talvez, pela primeira vez em todo aquele tempo, a imagem verdadeira de si, sem o brilho que tinham os olhos em quem nele confiava; era tão insuportável o reflexo que o próprio gelo parecia querer rachar-se. De repente, com a luz que não vinha do céu, outro rosto ao seu lado surgiu, e aquela imagem, tão instantânea, durou uma eternidade. Fora puxado pelo braço, no mesmo momento que o chão se quebrou; salvo mais uma vez. Era o mesmo menino sorridente daquele dia estranho, e o olhar não era alegre, a preocupação lhe tomou conta. E perguntava, sem parar, falava, querendo saber o porquê d’ele estar ali, do que pretendia a si mesmo; era uma alma iluminada. Não respondeu, só conseguiu, depois de um tempo o vendo, chorar. O gelo, todo o tempo, está calado, seu som só vem quando não aguenta mais. As lágrimas foram o suficiente – e se tornaram uma só; os rios, não importa o quão distantes estão as nascentes umas das outras, sempre se encontram.

“Era o homem — o ser ridente e ridículo — sendo o absurdo o espelho em que a imagem da gente se destrói.”

Um ano se passou, já estava com a idade, faria o teste e, enfim, todo o desgosto que imaginou poder causar cairia – ou o atormentaria – para sempre. Essa preocupação só não corroeu mais o seu espírito porque ele se refugiava em saudades e vontades; dos olhares, da pele e do ser. Essas coisas tomaram forma com o tempo: um período inicial de confusão, como pássaro em queda-livre, no anterior momento do primeiro voo; depois sentiu-as tão verdadeiras de si que já não eram mais objetos de indagação, mas sim de preenchimento – o que faltava para seus vãos, a outra margem do rio.

Com um uniforme coberto dum manto, que ia do azul escuro ao claro, com estampas do emblema da família, estava em posição, numa rigidez temerosa, frente ao seu mestre. Ele o observava, de cima a baixo, ajeitou-lhe a gola, e, por um momento se emocionou – ele tinha uma certeza, e também orgulho. Independente do que viesse acontecer, a desistência, que ouvisse bem, nunca seria cogitada. E bateu nas suas costas. Estava na hora. Foi...

O tradicional teste deu-se como sempre: tendo apenas as roupas que levavam, teriam uma semana, cada aspirante, sozinhos, para chegar, jogados numa floresta enorme e hostil, ao ponto combinado – a celestes quilômetros de distância. E nisso teriam de arrumar comida, safarem-se de prováveis trapaças e de já soldados que tentassem tirá-los do teste; no exame passado, disseram, de 76 aspirantes, apenas 16 conseguiram entrar. Parecia impossível, mas, com cinco dias, conseguiu o garoto chegar ao ponto; juntamente com o amigo, que, numa sorte tremenda, encontrou-lhe numa das noites – no momento estava sendo perseguido por outro aspirante, bem maior; o amigo, ao longe, viu a situação e ajudou-o de surpresa. Nesse ano, de 114 candidatos, só 5 passaram; um dos mais concorridos da história. E esses 5 foram admitidos no Exército, já no Batalhão Especial – nessa condição, cada ingressante, geralmente, passava quase uma década de preparação para tornar-se oficial, de alta patente, logo. Alvo de muita cobiça. Mas, em poucos meses perceberam a pressa que os superiores tinham para com a nova turma. Quem poderia imaginar que, justo no momento deles, uma guerra se criaria? Alguém já viu estrela-cadente brilhar por mais de um instantezinho?

Num ínterim, graças dava: à irmã bem direcionada, ao sorriso do mestre, que chamava mesmo de vô; e, quem sabe, à vida, que parecia ter perdido as nuvens negras. Estava reaprendendo o que ela é – reexperimentando, melhor? Já sentiu a suavidade do mar em si, a graça do céu azul, infinito como regaço materno. Agora estava na mesma beira-mar, com sopros d’ar que ficavam em si d’outro jeito, e o Sol se derretia, e ele seguia o mar, indo mais fundo. Que ilusão achar que o ocaso é infinito. Esses anos vivendo as dores do corpo, de explorar tudo de si para, me confirme quem puder, o derramamento de sangue. Em todo âmago há um apelo à verdade, e cada corpo, uma hora, tenta obedecê-la em não conivir; por essa teimagonia, porém, não se tomava, pois a simples presença de alguém era capaz de fazer todo o ser se acalmar.

Saiba você: nunca vi um pelotão de cachorros marchando contra um quartel de gatos. Um ministro estrangeiro fora morto na fronteira deste país – sabe lá quem o fez, ou mesmo se não sofrera um ataque fulminante, o importante é que morreu onde morreu. O combate se daria, inevitavelmente, porque a humanidade esquece de si, em qualquer momento; já havia, de cada lado, tropas em posição, encarando, de longe, cada desconimigo, cada um, talvez, imaginando como mataria um ou outro. Mas, aos olhos dum general de brigada, em vistoria, tudo parecia ridículo, não pelo que se daria, mas como se daria: achava os soldados muito magros (quem imaginaria que camponeses recém-saídos dum inverno estariam fortes como deuses ou guerreiros lendários?). Ele imaginava um fracasso, embravecia-se, não quero julgar ninguém, talvez, pelo espetáculo que não seria bom. O jeito foi esbravejar para o Concílio que queria mais soldados, os da elite. Seu desejo foi saciado. Uma centena desses foram enviados para a fronteira que comandava. Aqueles dois foram juntos. De fato, o Batalhão Especial, frente àqueles, parecia vir de outras terras, causavam uma boa impressão e a confiança cresceu. Mas esse protagonista sentia uma aflição fria, sentia a morte mais uma vez perto de si, lhe acariciando. Imaginava que poderia se esconder de algum jeito, mas nada serviria se o companheiro fosse, com sua coragem, ao fogo cruzado. Não teria sentido refugiar sua vida enquanto seu refúgio se destruía.

Eu vi

Dois passarinhos, eu vi

No meio do céu

Corvo e pardal

Juntos no entardecer

À noite, de lua cheia certa, tão patética quanto a justificativa, iniciou-se o embate. Uma garça, vinda de longe, resolveu gazear alto, bem em cima do exército de lá. Um soldado, que, segurando uma metralhadora, cochilava, assustou-se e disparou umas dezenas de tiros, pensando já em ataque. Os disparos atingiram o outro lado; começou o banho de sangue. As trincheiras eram como formigueiros, o tempo todo saíam soldados, correndo em direção aos inimigos – alguns com bombas, suicidas, outros, tresloucados, tentando levar consigo quem conseguissem. Uma pilha de corpos, véu da morte, estendidos pelo chão ensanguentado. Os morteiros traziam bombas que se aproximavam cada vez mais. Os ouvidos num latejo de súplica. Amanheceu e o vento parecia carregar balbucios bons do céu a este exército – assim o comandante sentiu. Do lado de lá os tiros diminuíram, também não tentavam avançar como antes. À tarde daria a ordem para acabar esse combate e ter o prazer de dizer-se o primeiro vencedor da guerra aos superiores. E chegou o momento. Ele gritou, e todos bradaram junto, com as flâmulas brilhantes de glória, indo tomar para si aquele pedaço – a ordem era ataque total, aproveitar o enfraquecimento inimigo e tomar de surpresa. De enganos, quem é feito: a vida ou a morte? Quando os primeiros soldados se aproximaram, o baque: a estratégia era acumular homens, num silêncio, e contra-atacar. Dito e feito. Várias cabeças surgiram, enfileiradas, na trincheira, seguidamente vieram os tiros. Corpos caíam como nada. À toa assim, a vida. O garoto assistia aquilo, atrasando o passo para não chegar tão perto, conseguiu escapar daquilo. Um ou outro conseguia se infiltrar no buraco, e assim causava algum dano sério – nem tudo parecia estar perdido; seu companheiro sentiu isso. Foi, com força, num entusiasmo de quem vê, nas mãos, o futuro. Nosso protagonista tentava acompanhar seus passos, via ele na sua frente, como se em seu horizonte só houvesse luz – esqueceu do medo, por alguns instantes, aquela imagem lhe transmitiu paz; corria atrás, como uma metade busca a outra. O tempo havia parado, naquela hora. O vento falou mais uma vez, enciumado.

“O vento acaba sempre depois de alguma coisa que não se sabe.”

Só pôde ver surgir um canhão na trincheira inimiga, e o clarão vindo dela, tapando o semblante odioso do inimigo de longas barbas que o encarava. O projétil se aproximava e parecia vir n’outra direção, sentiu um frio. Eram dois tinidos: ouviu, de trás, outro disparo. Ambas as balas se acertaram, explodindo no ar. Um desespero se expandiu como o mundo. Os fragmentos ígneos se espalharam, e voltou o olhar para frente, quando aquele que seguia já ia caindo, sendo consumido pelos fogos, bem no rosto. Apenas caiu, foi o suficiente.

Não tinha mais guerra, soltou sua arma e se aproximou, com as pernas tremendo, num temor de saber algo indesejável. Sua farda estava rasgada, nem tinha percebido – pouco ligou para sua luta no campo de batalha –, a camisa estava aberta e havia faixas manchadas na cintura e outra na cabeça, podia ver também uma das coxas perfuradas. Quando isso tinha acontecido? Estava tão preocupado com outras coisas... Achou... esqueceu-se de si para cuidar só de um alguém. E esse alguém estava na sua frente, caído. Morto.

“A morte é uma louca? — ou o fim de uma fórmula. Mas todos morrem audazmente — e é então que começa a não-história.”

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a quem interessar, vai um apêndice: https://www.recantodasletras.com.br/contos-de-amor/7599139

Referências ao GRande, mas não tem nada de Sertão aqui (não o geográfico). As frases são de Tutameia.

Nada explícito; sem diálogos; sem nomes. Escolha consciente. Assumo os riscos.

Terror? What is it?

Na próxima edição, quem sabe, eu trarei a história do bicho-papão matador de criancinhas.

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add madrugada do dia 29: se me permitem citar Tutameia novamente:

«(Tutameia)

 

“Já a construção, orgânica e não

emendada, do conjunto, terá feito

necessário por vezes ler-se duas

vezes a mesma passagem.”

 Schopenhauer.»

Foi o jeito..., mas agora talvez aconteça o milagre:

Tema: Paixões platônicas

Subtema: Estradas

Rodrigo Hontojita
Enviado por Rodrigo Hontojita em 27/08/2022
Reeditado em 07/09/2022
Código do texto: T7592471
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