O MERGULHO 🏊
Aquilo que seria motivo de orgulho
Tornou-se inexplicável temor
Quando nós voltamos do mergulho
E sobressaiu-se todo o horror
Nadamos tranquilo em um lago,
Até chegarmos juntos até a jangada
Eu era o mais ágil sendo magro
Ali seria nosso ponto de chegada!
Reparei em uma mancha seguindo
Aumentava sua velocidade,
Começou lenta, mas viera surgindo
Parecia ser uma entidade!
Pedi para Raquel retornar a jangada
A mancha tinha cores aleatórias
- Nade logo! Dê mais uma braçada,
Agora havia as formas giratórias
Raquel não conseguiu se aproximar
Só escutei um suspiro fundo,
Aos poucos começou a desintegrar
Arrastada para o lodo imundo
Aquilo me deixaria tão perturbado
Naquele momento o impasse
Haveria a chance de ser resgatado?
Ou esperar que aquilo passe?
A estadia no lago prolongada
Por essas forças quase sobrenaturais
A mancha debaixo da jangada
Seriam as coisas das hostes infernais?
Outro rapaz tentaria também fugir
Mas eis que o fato ocorrido
Ele também não poderia conseguir
Pela mancha foi consumido
Caiu a noite e sobrou eu e ela,
Naquele descuido molhou o seu cabelo
A mancha puxava pela canela
Lancei-a na água no átimo do desespero
Já estou praticamente exausto
Hipnotizado por esse louco turbilhão,
Quero escapar deste enclaustro
Lanço-me neste desvario na maldição!