DE VERMIS MYSTERIIS 🦠
DE VERMIS MYSTERIIS
[trechos de um diário de 1850]
Herdei uma mansão bem antiga
Nela poderia colocar as redes,
Então espero que assim consiga
Eliminar barulho das paredes
Ouvi alguns relatos misteriosos
Me puseram a par dos fatos
Grunhidos altos tão horrorosos,
Seriam causados pelos ratos
Não havia nada nesse vilarejo
Porém encontrei um mapa,
Era ali indicado outro lugarejo
A julgar por aquela capa!
A curiosidade então incendia
Iniciarei agora a explorar,
Esse espaço que é uma aldeia
Algo poderá se encontrar
Tudo está acertado pelo crivo
Como a rosa que viceja
Num altar descobri um livro,
No pedestal desta igreja
Como a nau que perdeu leme
Ao folhear a publicação,
Tudo neste redor então treme
Até as paredes da mansão
Tremulando-me ainda me rio
Até a descobrir o diário
O livro pertenceu ao meu tio
Envolto em um sudário
Pensei ser algo assim leviano
Nada incomum do cerne
Ele praticava o culto profano
Na adoração a um verme
Precisamos destruir este feitiço
Terminar o ciclo de perversão
Evitar a propagação do rebuliço
E quebrar a maligna maldição
Volto a igreja e libertar os cativos
Eis aqui nossa única salvação
Cercados por esses mortos vivos,
O suicídio será a final solução
EPÍLOGO
Meu tataravô perdeu a compostura
O conhecimento seria sua sede
Vitimado pela intensa esta loucura
E ainda ouço algo pela parede
[FIM]