DEVORADO 🦠
Eles entram pelo meu ouvido
Enquanto estou deitado no caixão
Esse tímpano já foi digerido
Sinto dentro do crânio a pressão!
Agora noto minha real palidez,
Escutando certos barulhos fugazes
Devoram os olhos, um por vez
A compulsão dos instintos vorazes
Não consigo sequer respirar direito,
O peso da terra começa a doer
Com suas presas rasgam meu peito
Aos poucos eles irão me roer!
Este grito é abafado dentro do túmulo
Anseio que o espírito desencarne
Ainda vivo! Devorado seria o cúmulo
Malditos! Eles desejam a carne
Sepultado nada mais então me resta
Da terra úmida sinto gosto,
Agora começara sua horrenda festa
Escavando todo meu rosto!
Desgraçados apenas rastejam
São piores do que quaisquer germes,
Conseguem tudo que desejam
Ah! Que desgraça seriam os vermes!