O TELEFONE – PARTE I 📞
[manuscrito retirado de um diário, vítima desconhecida]
Acordei agora, pareço assustada?
Deitado no colchão, um lugar escuro
Teria sido realmente sequestrada?
De agora em diante, qual meu futuro?
O quarto vazio, só há um telefone
Na janela eis o velho de dentes tortos,
Deste lado um frasco de Danone
A rede telefônica é a linha dos mortos
Ouço do outro lado daquela linha
Gemidos, choros e um possível temor,
A alma suplica que estaria sozinha
E pede para falar com o sequestrador!
Mas onde estaria aquele senhor?
A voz suplica e insiste para eu avisar,
- Não morra! Sobreviva na dor!
Seja forte quando a tortura começar!
Desliguei assustada a ligação,
Onde estaria minha irmã sensitiva?
Urinei em cima deste colchão
Espero que ela ainda esteja viva!
Ouço bezerros, estou num rancho?
E recebo mais outra ligação,
Ao retirar o telefone deste gancho
Ouvi a voz: - Preste atenção!
[continua...]