AOS OLHOS DO MORTO 👀

Acorrentado aos pesados vergalhões

Um sádico inicia sua loucura,

Cortando das pernas os meus tendões

Nesta sua câmara de tortura!

Não sinto as pernas dormentes

O sangue esvanece por um ferimento

Agora arranca os meus dentes

Em uma sessão de imenso sofrimento

Minha respiração é ofegante,

Sinto a pele aos poucos ser cortada,

O cheiro de horror nauseante

É a perversão duma carne retalhada

Agora cortando as cartilagens

Uma dor insuportável enfim prolifera,

Vendo apenas as foscas imagens

O sol que ilumina por entre esta janela

Ao redor vejo meus semelhantes

Todos nós com esses mesmos destinos

Mortos por essas mãos delirantes

Que agora deslocam os meus intestinos

Em uma balança de precisão,

Observo o maníaco em sua mensura

Parece ser o pequeno coração

Analisando-a com total compostura

Um número de coisas imprecisas

Sob a luz desta câmara feita em agonia

Enquanto pelas frestas as brisas

Tentam aquecer essa minha maca fria!

Agora eu vejo sua roupa branca

Aproxima-se bem próximo desta jugular,

Juntando a minha pele e a anca

Coma a agulha começa então me costurar

Um médico para mim sorri

Esse não poderia ser afinal meu corpo,

Será que eu mesmo morri

Enxergando tudo pelo olhar do morto?

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 21/06/2022
Código do texto: T7542551
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