A TAÇA DE CRÂNIO 🍷

[baseado na poesia de homônima de Lorde Byron]

Debalde eu vejo na lápide fria,

Esse frescor da tua alma exaurida

E fitava-me com face sombria,

Quando ainda tinha alguma vida!

Buracos que não tem mais órbitas

Apenas fundos de escuridão

Observaram nas menções sórdidas

A desgraça pela conjuração!

Pois bem! Eis a podre epiderme,

Que cobria o sulco da morta fronte,

Alimentara a morte e o verme,

Como a litania triste de Anacreonte

Agora que este sulco vazio,

Possa pelo vinho nobre se preencher

Desta desgraça eu então rio

Um brinde! De vinho podeis morrer!

Bebamos mais uma taça,

Quando enfim profanei teu ossuário,

Então em nossa desgraça

Batizemos com sangue o mortuário!

Mas espere! Aqui eis certa cousa

Que é tão lindo como gerânio

É esta taça que a mesa se repousa

Feita com teu branco crânio!

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 20/06/2022
Código do texto: T7541818
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