A TAÇA DE CRÂNIO 🍷
[baseado na poesia de homônima de Lorde Byron]
Debalde eu vejo na lápide fria,
Esse frescor da tua alma exaurida
E fitava-me com face sombria,
Quando ainda tinha alguma vida!
Buracos que não tem mais órbitas
Apenas fundos de escuridão
Observaram nas menções sórdidas
A desgraça pela conjuração!
Pois bem! Eis a podre epiderme,
Que cobria o sulco da morta fronte,
Alimentara a morte e o verme,
Como a litania triste de Anacreonte
Agora que este sulco vazio,
Possa pelo vinho nobre se preencher
Desta desgraça eu então rio
Um brinde! De vinho podeis morrer!
Bebamos mais uma taça,
Quando enfim profanei teu ossuário,
Então em nossa desgraça
Batizemos com sangue o mortuário!
Mas espere! Aqui eis certa cousa
Que é tão lindo como gerânio
É esta taça que a mesa se repousa
Feita com teu branco crânio!