LIGEIA 😶
[baseado no conto homônimo de Edgar Allan Poe]
Por duas vezes esta maldição
Recaiu sobre mim como um fardo,
Seria horror ou a premonição?
Que vá ao inferno com o teu diabo!
Mesmo viúvo pensei ser panaceia
Casar-me pela segunda vez,
E tentar olvidar-me da bela Ligeia
Com sua tristonha palidez!
Lembro daquelas suas práticas
Infortúnio trouxe-me toda a infelicidade
As mãos hábeis nas matemáticas,
Ligeia morreu pelejando a imortalidade!
Negros cabelos perderam o viço
Restara-me esse pesar assim agouro.
Que a morte escarneia com riso,
E Rowena tinha cada cacho tão louro!
Rowena seria então desposada
Para concretizar minha outra plenitude
No segundo mês estava fatigada,
Mal sabia eu que estaria em um ataúde
Noites e dias passei na vigilância
Naquela languidez como um micáceo
Até o suspiro final em sua ânsia,
Eu estivera entorpecido pelo opiáceo
Em certo momento, notei um rubor
No cadáver em tom cadavérico
Senti nas entranhar o certeiro terror
Como um sonho assim feérico!
Ninguém poderia descrever os medos
Ao cair a mortalha – veio a ideia!
Não poderia ser! Esses cachos negros
Rowena se transformou em Ligeia