O ZUMBI 🧟
Cabelos desgrenhados pelo fedor
Acúmulo de sujeira naqueles dedos,
Visão nauseabunda do real horror
Escondida dentre os inúmeros medos
Que causam a anômala alegria
Alimentando-se dos restos em pratos,
A hipnose de uma falsa euforia
Insone vaga entre essas baratas e ratos
Olhos esbugalhados no frenesi
Boca fétida com alguns poucos dentes
Na loucura nem ao menos sorri
Sem ter seus pensamentos coerentes!
Exala o odor de sua podridão
Pobre alma renegada ao seu limbo
Morto sem cova ou um caixão
Em cada tragada dada no cachimbo
Muitas são as noites em dormir.
No estado cadavérico de penitência
A diabólica ansiedade do porvir
Na fissura diabólica da abstinência!
Corpo desnutrido por inteiro
Cútis seca com o aspecto quebradiço
Queima-se a vida no isqueiro
E renascer como esse zumbi mortiço