Livramento e Destino - CLTS 18
Ninguém sabia seu nome. Os poucos que o conheciam o chamavam de “Predador”.
A verdade é que quem o procurava não queria saber sobre ele, só queriam o que ele era capaz de fazer. Certamente existiam outros bons matadores de aluguel se se procurasse com influência, sigilo, um pouco de sorte e muito dinheiro.
Mas, como o Predador, não. Ele sempre encontrava o alvo. A presa. Requisitado quando a situação era por demais complexa e as possibilidades de descoberta da autoria do mando fossem inexistentes. Um serviço sem falhas. Tal um crime perfeito.
Sua fama oculta num manto de sangue era a de usar uma bala só em seus serviços, geralmente um tiro entre os olhos, de pistola, disparado de uma distância de até 20 metros, com extrema precisão. O número de execuções em seu currículo não era tão grande quanto os de alguns conhecidos seus de profissão, mas o segredo de seu sucesso estava no que o motivava. O método. Deixar que elas o guiassem... Ouvir...
As vozes...
Ele nascera com aquilo, do ventre, mas desde sempre foi por elas que ele foi guiado; as vozes; seu ouvido, ouvia além... Ouvia elas. Vozes da floresta de onde viera. Sussurros antigos. A avó o pediu para não ouvi-las, as chamava de “Bloed Demone”, demônios de sangue. E elas o faziam se sentir sujo e rancoroso. Um covarde. Nascido num berço de podridão. Como um anjo manchado e vingativo, encerrando existências e encarcerando irreversivelmente centenas de almas em seus pulsos, ele decidiu entregar sua centelha ao destino que lhe imputara a condição de carrasco não como sentença. Foi uma escolha.
Matar sem piedade.
Ele fazia por amor ao ódio... porque elas lhe pediam. As vozes... Só assim ele seria glorificado pelo que realmente era. Um caçador. Uma fera. O dinheiro fácil e sujo que provinha dessa escolha foi a cartada final que desencadeou sua trajetória sombria.
A viagem clandestina do Congo para Serra Leoa e depois para o Brasil foi seu recomeço (aprendera português em Angola anos antes), na época a África sangrava por todos os poros com dezenas de guerras civis e carnificinas gratuitas por todo o continente, e ele não tinha mais família. Havia visto-os sendo fuzilados por integrantes do exército separatista religioso. Sua mãe fora estuprada na frente do seu pai por uma tropa de cinco e depois degolada enquanto ele se escondia no alto de uma árvore, petrificado. De sua aldeia ele fora o único sobrevivente.
Isso o fez mudar irreversivelmente.
Quando desembarcou em terras tupiniquins, do outro lado do Atlântico, com muitos dólares e alguns diamantes após uma longa estada com grupos guerrilheiros, conseguiu fazer os contatos certos e em alguns anos passou de agiota a matador profissional, e a história ainda parecia se estender por alguns bons anos. Era o Mercado da Morte. Nunca parava. Só que ele há muito passara de vítima a algoz.
Naquela tarde de 3 de Março de 2019, o sol fervia, e o Predador estava tirando uma “folga” numa cidade barulhenta e com fedor de mijo. Um homem de 56 anos e barriga definida, cabeça raspada, alto e bem vestido, que mesmo com um patrimônio milionário e voz de veludo, há 6 anos não conseguia ter ereções... e esse era seu segredo e castigo. Mataria quem soubesse. Era como se o sistema que regulava sua libido houvesse desligado por completo...
Agora, só sentia prazer em matar. Parecia uma punição por sua extrema perversão e luxúria. Assassinou diversas prostitutas e homossexuais quando foi mercenário no Sudão e no Chade. Desvirginara crianças e violara idosas em aldeias em seus bons tempos. Não era confundido como turista com facilidade nas baladas, como quando chegara como gringo endinheirado portando joias de ouro, e as mulheres ficavam fascinadas com aquela coloração negra quase cintilante de sua pele, mas ainda chamava a atenção. As mulheres eram atraídas por algo ruim nele. Atualmente, as odiava. De que adiantaria tê-las por perto pra não se aproveitar de nada? De que serviriam senão pra serem usadas?
Pra nada.
Planejava ficar apenas um dia naquela orla agitada, um dia de repouso, nos próximos dias viajaria pacientemente por todo o litoral nordestino, de capital em capital, até retornar de onde partira e fora contratado, Manaus. Mas havia esquecido as datas, e o fato de ser Carnaval, logo em Maceió (com um som ensurdecedor de axé, samba, swingueira e pagode que vinha de quase todos os lados além do mar de gente) contribuiu para que as “vozes” falassem mais e mais alto em sua cabeça, e ele decidiu que faria o que elas estavam pedindo...
“NO WIL BLOED HÊ!”*
Imperativo e irresistível...
Matar...
Isso poderia o prejudicar em seus planos de fuga depois do último trabalho realizado com sucesso no interior de São Paulo. Já eram dois dias de fuga. Estavam à sua procura, como sempre, mas seguiam pistas falsas, rumavam atrás do assassino pelas estradas de Minas Gerais. O juiz questionador de Tatuí (pintor e baixista nas horas vagas) nome cotado para a candidatura ao governo estadual, que andava com coletes à prova de balas e um exército de 5 homens de ternos pretos e com Mini–Uzis camufladas, não teve sequer a chance de terminar o sorvete de café com nutella que tanto o aprazia. A bala silenciosa disparada pelo mendigo maltrapilha e cabeludo que dançava feliz a 15 metros do café movimentado fez voar massa encefálica e um pedaço de olho no prato de waffles de outro cliente... Os guarda-costas conversavam sobre tamanhos de bunda a menos de 3 metros, e ao perceberam o ocorrido, saíram numa ação desastrosa que culminou na morte de um inocente. Um incidente lamentável.
Mais um excelente disparo, diga-se de passagem, crédito aos bons amigos russos e suas inovações a favor da morte. A pistola que usara era menor que sua mão, uma ALMAZ.50 STALIN, desmontável e emborrachada, feita sob medida, com balas subsônicas e silenciador embutido no cabo, era uma maravilha a serviço do fim. O som que ela emitiu pareceu o de um grampeador no papelão.
O Predador, estava um pouco cansado.
Seus olhos andavam meio pesados, embora a mira não tivesse mudado. O descanso, era justo. Matar e fugir já não era tão fácil como havia sido, e ele só pensava em repousar. Carregava um fardo pesado.
Mas não contava com o pedido insistente e insidioso das vozes...
“NO WIL BLOED HÊ!”
Queriam sangue...
Quando elas falavam, ele sabia que precisaria agir rápido, sem contestar, movido por algo além de dinheiro e adrenalina. Teria que agir movido pelo mais íntimo do vazio escuro que havia por trás de seus olhos de gelo... uma força ancestral... que clamava do sangue de sua terra... raiva... revolta... dor... medo... Ele teria que matar, mas teria que matar por escolha, por desejo... o escolhido, ou escolhida, deveria ser merecedor e digno da Vida... alguém que não merecesse morrer... Só assim, estaria feito. Só assim, as Vozes se calariam.
Tomou banho, desmontou a pistola e a espalhou pelo corpo. Saiu da pousada. Entraria no primeiro restaurante, observaria... escolheria... E faria. Rápido. Como tantas outras vezes fez. Sem motivo.
Faria pelo simples e puro prazer de ser...
Mau.
***
Da janela do hotel, Sandro observava a procissão que vista do alto parecia formigas coloridas e saltitantes. Domingo de Carnaval. O céu estava limpo e o mar de um azul resplandecente, de onde ele estava, do 7º andar, via o círculo de jangadas que se reunia nas piscinas naturais da Praia de Pajuçara, a 2 km da costa mar adentro. Uma visão belíssima.
Ele também viu quando Tâmara saiu do banheiro balançando o cabelo cacheado daquele jeito único para secá-los, a pele branca está vermelha do sol dos últimos dois dias. A alegria pulsa em seus movimentos. Ela está linda. E ele, maravilhado...
― Bah, mas o que é que esse guri tanto olha por essa janela, daí? ― ela faz cara de pensativa, o tom era de um ciúme fingido.
― Eu tô “louco de bem” né, mas... tô “trovando” umas “guria” pra aproveitar as férias... Bah! Mas deixa de ser “reinenta”, tchê! ― ele se aproxima dela, sorridente, e ela deixa cair a toalha. Ele, o queixo.
― Duvido achar melhor... ― ela fala.
― Deixa eu ver se “chaveei” a porta direitinho... Não quero nenhuma camareira presenciando minha alta performance.
Ela gargalha.
― Meu amor... nossa lua de mel não podia ser melhor... ― ela corre e o abraça, o corpo ainda está úmido ― obrigada por fazer esse esforço danado de sair daquele frio maravilhoso e glacial lá da nossa Gramado pra vir aqui, no “Caribe brasileiro”, ainda mais no Carnaval, pra me ver feliz... Quem diria, heim, professor? ― ela sorri e aperta o nariz dele.
― Bah, mas vê se eu ia ser “ratão” de não agradar um “negrinho” desse? Cê é louco...
― Larguei... “te larguei de mão”... desisto. ― ela apanha a toalha e se envolve outra vez ― Cê é um guri muito danado, que a mãe “vivia lambendo”... “se pá”, eu até me encanto... se cê se esforçar! ― se jogou por cima dele e juntos rolaram na cama entre gargalhadas espontâneas. Haviam programado aqueles 7 dias durante 11 meses. O casamento havia sido perfeito, e a viagem vinha sendo um sucesso.
O diálogo engraçado que só podia ser entendido por eles e sua felicidade nupcial continuou por mais alguns minutos. O plano era saírem com dois casais de amigos que haviam conhecido logo cedo no café da manhã, um do Rio de Janeiro e outro do Acre, para conhecerem um restaurante de comida baiana bastante requisitado, o “Meu Ayrê”, que ficava a alguns quarteirões do hotel que estavam. Iriam aproveitar um intervalo que existia entre as apresentações dos blocos de rua para poderem conversar, tomar umas cervejas e fazer o que vinham fazendo de melhor nos últimos dias: se divertir.
Os dois desceram e se juntaram a três dos novos amigos, o casal Elza e Mário, cariocas, e Andressa, de Rio Branco, já que um dos maridos, Olavo, não estava muito bem dos intestinos depois do passeio louco que fizera na Praia do Gunga, num bote acoplado a uma asa-delta, que arrepiava só de ver, e resolveu ficar e descansar, não sem antes ser enfático com Andressa pra que ela fosse com eles e se divertisse pelos dois. Ela disse que não queria... que queria ficar com ele... mas ele insistiu que ela fosse. Sem jeito, na frente dos novos amigos, ela concordou. Não pareceu tão feliz com a decisão, mas sorriu e os seguiu. Imediatamente, Olavo ligou para Marília, a pernambucana do quarto ao lado, e disse que teriam que ser rápidos...
Logo os cinco se encaminhavam pelo calçadão movimentado de Pajuçara. De instante em instante, Tâmara apertava a mão de Sandro com força e encostava a cabeça em seu ombro, e quando ele a olhava, ela sussurrava “eu te amo”, em seu ouvido, como que pra relembra-lo.
Sandro, dizia, “eu também”, mas em silêncio, só agradecia...
***
Há alguns quilômetros dali o porteiro Breno encerrava seu dia de folga com mais um litrão gelado, o sétimo, que pediu pra vir acompanhado da conta.
― Ei Benimaru, vou pisar. Tenho que pegar o Cauê, o pivete da minha mulé. Num sei se tu tá ligado, mas ele tem pobrema mental e quase num fala nada, parece um robôzinho. Sinistro o malucão. Oito anos, mas parece que tem três. Gente boa o pestinha.
― Iapois hômi, compromisso é compromisso. Depois eu boto um pra nós.
Breno sabia que Elaine se arriscava levando o filho autista para o apartamento em que trabalhava sem o consenso dos patrões que estavam viajando. Só que também era seu direito legal curtir sua folga e tomar umas com seu brother.
Quinze minutos depois chegou na esquina do prédio onde Elaine trabalhava. Dois toques no número dela era o código. Cinco minutos depois, uma mulher magra descia as escadas do estacionamento e saia pelos fundos do prédio com um menino também magro que segurava um livro.
― Obrigada, amor... obrigada... Tu tava bebendo foi?
― Só tomei uma cerveja com o Benimaru, tá suave.
― Hum... tu, visse... Num tem jeito. Vem Cauê ― ela pega o filho nos braços e o apoia na parte de trás da moto ― Segure forte no tio Breno que ele vai pra casa. Mainha chega daqui 4 horas tá bom? Passa rápido. Obedeça ao seu tio. ― ela beija o menino silencioso e põe seu capacete.
― Direto pra casa. Esse sol tá muito forte pra ele, amor. Tranquilo? ― ela pergunta.
― Direto pisado. Cuida, gostosa. ― ele a beijou e saiu devagar, com Cauê agarrado à sua cintura.
Há apenas 7 quarteirões dali o futuro do Professor Sandro, de apenas 27 anos, e da Doutora Tâmara, 24, estaria sendo selado. Algum outro destino também seria selado, mas ainda não se sabia. Pra cada livramento, também se cumpre um destino... Breno dobrou com sua moto numa esquina de uma rua com casas de alto padrão e uma voz conhecida o chamou pelo nome.
― Eae Brenão! Brenão!
Breno ouviu o grito e parou a moto, reconhecendo o amigo que já não via há anos, o Jota Tarado, e que por feliz coincidência o reconhecera pela cicatriz na perna e o chamara, iniciando assim uma conversa eufórica e etílica, cheia de abraços e apresentações a familiares, que culminou no convite de extensão do bate papo no restaurante “Meu Ayrê”, que ficava perto e que tinha pagode ao vivo. Breno aceitou imediatamente, negar cerveja gratuita era difícil... Combinou com o silencioso Cauê sigilo e segredo da mamãe... que se ele se comportasse direitinho, o tio Breno iria lhe dar um presente. Cauê sorriu.
Mas seu pequenino coração estava aflito. Estava sentindo frio...
***
A recepcionista os avisou que em cinco minutos teria uma mesa para eles.
― Acho que o negócio tá bom, viu. ― falou Elza, animada.
Em alguns minutos estavam sentados numa mesa redonda, à esquerda de um pagode agitado e pulsante que fazia vibrar as taças na mesa, mas não incomodava na comunicação.
E por duas horas, eles conversaram. Distraídos, animados, rindo e se deliciando com diversos petiscos. Os homens da mesa discutiam teorias conspiratórias e política, o médico carioca e o professor gaúcho vibravam ao defender seus argumentos, enquanto as mulheres conversavam sobre filhos e carreiras. Andressa às vezes se abstraia... não conseguia falar com Olavo pelo celular, o que era muito estranho... mas logo estava outra vez participando. Por mais de duas horas, eles não perceberam que estavam sendo observados...
O Predador, sentado sozinho quando os cinco chegaram na mesa que ficava de frente a ele, se animou. O grupo logo o atraiu, porque as vozes começaram a inferniza-lo... gritavam tanto dentro de sua cabeça que ele estava a ponto de enlouquecer e sair atirando em todos... Havia encontrado o que procurava. Pessoas boas. Por trás das lentes escuras, seu olhar lascivo examinou minunciosamente as três mulheres e os dois homens. Elza o enojou por ser muito gorda, Andressa por ser muito magra e ter ombros encurvados, mas Tâmara... ele a consumiu com sua ira... Linda, a pele branca o fez apertar as mandíbulas... mas o que mais o chamou a atenção, foi o amor que ela parecia sentir pelo pivete cabeludo que a acompanhava. Chegava a ser repulsivo tantas carícias e tanta... felicidade. Conseguiu ouvir e sabia o nome de todos na mesa. Sandro... querido Sandro... que só tomava café... e mal casou...
Iria mata-lo. Pra fazê-la sofrer...
O Predador foi ao banheiro, montou a pistola e voltou para a mesa. Estava pronto para fazer o que fazia de melhor. Com aquele som horroroso, ninguém perceberia até a queda. Seria lindo...
Mário já havia pedido a conta, e o pagode estava no seu ápice, o restaurante continuava lotado.
― Amor, vou no banheiro. ― Sandro falou e se levantou.
O Predador, estava pronto.
Quando Sandro entrou no banheiro, sentiu de cara o fedor de fezes que incensava o ambiente contrastando com a classe do lugar, então percebeu que o odor tenebroso vinha dos dois mictórios, que haviam sido usados para outra finalidade. Sandro tentou imaginar como aquilo podia ter acontecido, mas um engulho o fez ir direto em direção da porta onde havia o vaso. Ela estava aberta, mas quando ele entrou, havia um garotinho caído no chão, ao seu lado, um livro. Urina se espalhava em torno dele.
Imediatamente, Sandro o ergueu de maneira delicada, dando tapinhas em seu rosto, torcendo para que ninguém entrasse de repente e imaginasse que algo asqueroso pudesse estar acontecendo ali... então o garotinho abriu os olhos... e gritou...
― O MONSTRO VAI MATAR VOCÊ! SAIA AGORA! O HOMEM ESCURO DE ÓCULOS ESCURO! SAIA AGORA! AGORA! ELE VAI DESVIAR O OLHAR ENTÃO VOCÊ CORRE! CORRA SANDRO! FUJA COM A TÂMARA!
Sandro estava em choque. O peito descompassado. O que ouviu o fez entrar numa fração indefinida da realidade... uma sensação de deslocamento e epifania inundou sua sobriedade e foi como sentir a mão de Deus o tocar... e após a paz que foi viver tal possibilidade, veio o terror...
Sandro pôs o garoto do lado de fora e foi até a porta do banheiro. Viu o homem negro de óculos escuro... se arrepiou... de repente foi como se nada mais tivesse importância a não ser sair dali... imediatamente... com todas as suas forças...
Então veio o sinal. A chance única.
A confusão começou como uma avalanche. Dois homens levantaram e começaram a trocar socos por ciúmes e logo todos os amigos das duas mesas envolvidas estavam se digladiando, cadeiras e garrafas foram arremessadas e o pagode parou porque a correria agora virava caos.
Sandro, que mal sentia as pernas, viu que o homem olhava na direção oposta de onde estava, e aproveitou para correr até a mesa. Pegou Tâmara pelo braço, que se assustou.
― Vem comigo! Agora!
Aproveitando o rebuliço incontrolável que virou a briga entre os homens, Sandro saiu puxando uma Tâmara aturdida e quase desmaiando de medo. Sem saber por que seu marido corria como um louco... sem saber pra onde ia. Pararam bem longe do restaurante, saindo sem pagar sua parte na conta e sem nada avisar, ela só havia percebido o tumulto e então...
― Vamos pro hotel... por favor... por favor... lá eu te explico meu amor... por favor... ― Sandro conseguiu falar quase sem fôlego.
Os dois foram para o hotel acompanhado pessoas que não paravam de circular. Quando entraram no saguão, perceberam a movimentação estranha que acontecia em volta de um homem que erguia as mãos em desespero enquanto gritava e tentava usar o telefone. De longe viram que era Olavo que se desesperava sem parecer enxergar ninguém. Algo muito ruim tinha acontecido...
Sandro e Tâmara foram até uma das recepcionistas sem que Olavo percebesse e perguntaram o que havia acontecido, dizendo conhece-lo e a Andressa.
― Sr. Sandro, eu sinto muito... é muito triste... mas a esposa dele, a Dona Andressa, acabou de ser baleada na cabeça num restaurante aqui perto... morreu na hora... que tristeza meu Deus... parece que foi bala perdida...
Então mesmo chorando com uma dor verdadeira e profunda, Sandro agradeceu... e agradeceu...
FIM
OBRIGADO POR VIR ATÉ AQUI...
*Em Africanêr, “ Queremos sangue!”
TEMAS: HERANÇA AFRICANA/CARNAVAL