Distraidamente ela quis escovar os dentes e usar o cotonete… ao mesmo tempo... A escova agressiva ia pra frente e pra trás, pra frente e pra trás. O Cotonete entrava e saía, esquerda-direita, esquerda-direita. Quando a mínima distração de uma mosca maldita a fez se perder do ritmo... Ela enfiou de uma vez o cotonete inteiro no ouvido direito berrando de dor. A tontura causada pelo tímpano furado tirou seu equilíbrio e ela caiu no chão do banheiro se debatendo, como uma aranha que não morreu, após um pisão… Mal pôde se ouvir tombando, mal pôde escutar os seus próprios gritos, grunhidos e pedidos de socorro... Jamais escutará qualquer dor. Qualquer som... como antes.