DESAPARECIDOS EM COMBATE - Parte 1

Durante a Guerra do Vietnam, nos distantes anos 60 e 70, muitos jovens desapareceram em combate. Eles ficaram esquecidos para sempre naquelas selvas do oriente e nunca se soube exatamente o que houve com eles, exceto por um soldado.

Naquela tarde quente de Novembro de 1963 o major William Hunter chamou

o capitão Nelson Scott em sua tenda e foi direto ao ponto. Um A3 havia

sido abatido quando retornava de uma missão de bombardeio. O piloto conseguiu

saltar em algum lugar ao norte do ultimo posto avançado americano mas antes

fez uma transmissão estranha e o alto comando entendeu que o inimigo agora tinha uma nova

arma capaz de abater nossos caças e bombardeios com mais precisão.

O capitão Scott ouvia em silencio e o major Hunter acendeu um cigarro e disse

que o objetivo da missão era resgatar o piloto e traze-lo vivo para descobrir

como o inimigo conseguiram abater um caça bombardeiro supersônico tão facilmente.

O capitão e o major olharam no mapa o ponto onde o avião havia sido abatido e

conversaram sobre a dificuldade de acesso ao terreno pois ficava em uma área

montanhosa e de mata fechada. Depois de avaliarem no mapa o ponto de pouso,

a rota que seguiriam pela selva e o ponto de resgate alinharam os últimos detalhes

da missão.

Ao sair o major comentou que a área é de pouca movimentação das tropas inimigas e

possui poucas aldeias o que poderia ajudar na missão.

O capitão agradeceu e saiu em direção ao acampamento dos soldados. Chamou um sargento

veterano Francis Dumont e mais um grupo e seis soldados experientes. Não era missão

para recrutas. Explicou ao grupo o objetivo da missão, mostrou no mapa os

pontos de pouso, rotas e ponto de resgate e pediu que pegassem o apenas o equipamento

necessário e se apresentassem em meia hora para o embarque no helicóptero.

Era fim de tarde quando o helicóptero levantou voo da base americana e partiu em direção ao norte, no ponto de pouso além do ultimo posto avançado americano. Os soldados estavam ansiosos e o sargento tratou de acalma-los dizendo que era apenas uma missão de resgate, do tipo entrar, pegar o pacote e sair.

Depois de algumas horas de voo o helicóptero finalmente se aproximava do ponto de pouso e o piloto alertou o capitão para avisar o grupo para se preparar. O helicóptero fez uma aproximação e pousou no meio de uma clareira ao que o grupo saltou rapidamente e em seguida o piloto levantou voo rapidamente e desapareceu no céu escuro pois já era noite.

O capitão reuniu o grupo e olhando a bússola e o mapa indicou o caminho que deveriam seguir na mata fechada. Caminharam com cuidado e não viram sinal de ameaça, o terreno era fechado sem muitas trilhas. Andaram por algumas horas até que encontraram uma trilha e acompanhando a trilha chegaram a uma vila pequena no meio do nada.

As cabanas fechadas e ninguém do lado de fora. O sargento Francis chamou o cabo Alex Lifeson e o soldado Gedy Lee e pediu para olharem em volta. Em seguida chamou o soldado John Bonham e o pediu que o seguisse. Contornaram a vila e observaram campos de arroz e criação de porcos.

Voltaram ao resto do grupo junto com o cabo Alex e o soldado Lee. Informaram ao capitão que as pessoas da vila estavam trancadas nas cabanas. Depois de um tempo decidiram seguir e evitar o contato.

Seguiram pela selva até a madrugada e não viram rastro de tropa inimiga. Também não

ouviam nenhum animal, nada na floresta. O soldado Fred comentou que sentia que estavam sendo seguidos ao que o sargento mandou calar a boca apesar de que no fundo o próprio sargento e o capitão também achassem que não estavam sozinhos.

Pelas quatro horas da madrugada encontraram uma clareira com o que restou do bombardeiro, pedaços do avião espalhados por toda a parte. Olharam com calma. Dali o capitão calculou, aproximadamente onde o piloto deveria ter saltado, considerando a direção que o bombardeiro viajava.

O cabo Alex encontrou sangue em pedaços da asa e da cabine do bombardeio e comentou achando muito estranho. O sargento e o capitão concordaram mas não quiseram alimentar especulações e resolveram seguir na direção onde o piloto deveria ter caído.

Era quase manha quando encontraram uma cabana no meio do nada. Após se certificarem de que não era uma armadilha entraram na cabana e encontraram um velho cego. O velho já havia notado a presença do grupo e começou a falar em francês, se apresentando como o ancião da vila e perguntou o que eles queriam naquele lugar.

O sargento Francis era neto de franceses e falava bem o idioma e começou uma conversa dizendo apenas que estavam em missão ao que o velho disse que aquele lugar não era um lugar seguro para estranhos e que a missão era um grande equivoco, então aconselhou ao grupo partir imediatamente e voltar para o lugar seguro de onde vieram.

O capitão pediu para o sargento perguntar porque o lugar não era seguro ao que o velho apenas repetia que não era seguro andar pela noite na floresta.

O sargento então achou melhor deixar o velho e prosseguir a missão ao que o capitão concordou e o grupo retomou o caminho. O velho se levantou e foi ate a janela da cabana e alertou para ficarem na trilha do sol o máximo que pudessem. Todos ignoraram menos o sargento Francis que era atento aos detalhes.

Seguiram pela selva mas encontraram nada. O capitão então começou a achar que talvez o piloto tivesse caído bem além daquele área mas ainda assim continuou em frente. Entraram em uma mata ainda mais fechada e escura, onde não se

poderia ver a luz do sol, como se a escuridão os envolvesse em um véu de trevas. Ali, cada um dos militares do grupo, iria encontrar o seu destino, mais cedo ou mais tarde.

Cronista das Trevas
Enviado por Cronista das Trevas em 31/10/2021
Reeditado em 31/10/2021
Código do texto: T7375717
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