ALAN E EDU. CAPÍTULO 1
Um dia ensolarado. Manhã de inverno, no Rio de Janeiro, e Neusa levou seu filho caçula para dar um passeio. Ela teve folga naquele dia de julho, dia 27. O ano era de chumbo: 1970.
O menino sorria a cada distância vencida, a paisagem era previligiada, e Alan calçava um sapatinho vulcabrás; seus pezinhos se aconchegaram bem no calçado da moda, ou melhor, o calçado mais popular e acessível às massas. Seis anos de idade, um futuro pela frente, lá ia o filho da empregada doméstica Neusa conhecer o mar. O arpoador é lindo, exuberante, cheio de gnaisse e luz - e contém na praia - em dias úteis, apenas a nata.
Já os finais de semana ficam reservados à plebe, sim, aos simples mortos de fome: era o que dizia a dona Michele, mãe do doutor Renan.
Continua já, já...