O teatro da morte
enise de jaqueta preta, pele do braço toda tatuada e um nariz grande está batendo na porta branca de um apartamento. Tac,tac,tac. Ela encosta o ouvido na porta e grita com uma voz rouca e amarga.
- Moral abre essa porta, eu sei que a minha irmã está aí!! Abre logo a droga da porta!!
Em seguida faz um terrível silêncio, o silêncio é quebrado por um som de chave girando na fechadura. Um rapaz de camiseta branca e cabelos loiros abre a porta, ele parece meio bêbado. Denise adentra o apartamento e empurra o rapaz para o lado, ele cambaleia e cai no chão. Denise segue andando no corredor gritando.
- Moral onde está a minha irmã?-
O rapaz a segue dizendo.
- Ela não está aqui!! - Denise fica de frente a porta do quarto, ela olha pelo buraco da fechadura, em seguida tenta abrir a porta. O rapaz preocupado que ela abra a porta fala.
- Ei Denise, Você não pode entrar aí!!
- Jane tá aí? Ele te prendeu de novo no quarto, né?- Diz Denise forçando a maçaneta na tentativa de abrir a porta.
- Desgraçado, espera aí que eu vou dar um jeito.- Ao dizer isso ao rapaz, Denise tirou um grampo de cabelo do bolso da jaqueta e enfiou no buraco da fechadura. Enquanto ela rodava o grampo lá dentro, ela fazia uma careta como se estivesse fazendo força.
- O que está fazendo?- Perguntou o rapaz que vinha se aproximando de Denise devagar.
- Se afaste, ou eu vou te cortar.. E nem ouse encostar suas mãos em mim.- Disse Denise que acabou de tirar um pequeno canivete do bolso, ela apontou para o rapaz que deu um passo para trás com medo. Em seguida, Denise enfiou a ponta do canivete no buraco da fechadura e rodou. A porta deu um estalo e abriu, Denise entrou e viu Jane uma pequena mulher pálida com seus dois olhos roxos e nariz escorrendo sangue.
- Jane?
- Denise
- Olha eu posso explicar.- Disse o rapaz enquanto entrava no quarto, Denise falou a Jane.
- Pegue suas coisas Jane vamos embora, ele não vai mudar.
- Mas Denise.
- Jane pelo amor de Deus vamos!!-
Jane se colocou de pé, ela puxou uma mala que estava debaixo do guarda roupas e começou a esvaziar as gavetas. Ela colocou dentro da mala, calcinhas, sutiãs, blusa de frio e calor. Quase todo tipo de roupa que iria precisar, o rapaz vendo isso se aproximou de Jane, ele pretendia segurar ela pelo braço. Ele diz.
- Ei, esperem.- Denise se coloca na frente dele, ela risca o canivete no ar, o rapaz dá um passo pra trás. Se ele não tivesse dado um passo para trás ele teria sido cortado pelo canivete de Denise.
- Afaste se.- Diz Denise apontando o canivete pra ele.
- Tome cuidado com isso, pode acabar machucando alguém.- Fala o rapaz com medo, levantando as mãos como se estivesse sendo abordado pela polícia. Denise responde.
- Eu machucar alguém? Covarde quem machuca é você!! Você não é um homem de verdade, bate na minha irmã e ainda vem me pedir para não te machucar?
- Agora vai vim com isso pra cima de mim? Eu sou o marido da sua irmã, acho que deveria arrumar um namorado, a falta de homem tá Te deixando meio lésbica.
- Prefiro ser lésbica do que ter um lixo de marido como você, você não honra as bolas que tem no meio das pernas. Eu deveria arrancar as suas coisas com esse canivete.
- Vai deixar ela falar assim comigo, Jane?- Diz o rapaz olhando para Jane que continua pegando suas roupas e colocando dentro da mala ignorando o rapaz. Mas ele irritantemente prossegue falando.
- Você sabe que eu te amo Jane.- Aquelas palavras fazem Jane parar de pegar suas coisas, dava para ver que ela ainda gostava dele, apesar de apanhar quase todo dia.
- Continue pegando as suas coisas Jane, não dê ouvidos a ele.- Essas palavras de Denise fazem Jane despertar do sono e continuar pegando as coisas.
Mais tarde no corredor do apartamento, a porta do apartamento se abre e Denise e Jane saem de dentro do apartamento. Jane traz consigo uma pequena mala empoeirada nas mãos, e Denise puxa Jane pelo braço. Quando elas estão quase saindo do corredor para as escadas, o rapaz aparece na porta do apartamento e se ajoelha no chão frio falando.
- Por favor amor, não vá!!- Elas ignoram e continuam andando então Denise fala.
- Vamos, Jane, pegou seu dinheiro?- O rapaz grita alto para todos escutarem.
- Como é? O dinheiro? o dinheiro não. O dinheiro tem que ficar aqui comigo.
- Não! O dinheiro é dela, ela trabalhou, então o dinheiro vai com a gente.
- Mas o dinheiro é para eu pagar o aluguel , como vou pagar então?
- Já pensou em arrumar um emprego Moral? Parar de viver às custas da minha irmã?
- Por favor, volte Jane, volte me dê mais uma chance, só mais uma vez- As duas mulheres descem as escadas, mas Jane continua olhando para trás sentindo pena do marido espancador.
Na estação de metrô, várias pessoas estão descendo as escadas rolantes, no meio das pessoas está Denise e Jane se espremendo para descer na escada rolante.
Denise fala a Jane.
- Eu te disse para não se casar com aquele imprestável, eu disse que ele só te daria problemas.
- Mas..- Elas passam pela escada rolante e param perante a plataforma, esperando o metrô passar.
- Deixa eu ver o seu rosto?- Diz Denise tirando um lenço do bolso e segurando o queixo de Jane com uma mão, com a outra mão Denise passa o lenço nos olhos super inchados da Jane.
- Merda!! Aquele desgraçado realmente machucou você. Escuta Jane me prometa que não vai mais atrás dele?
- Mas Denise, eu o amo. Ele é o homem da minha vida.
- Jane ele te machuca, quer ficar de olho roxo todo dia? Me promete que não vai mais procurá-lo.
- É, tem um problema..
- Qual?- Denise para de passar o lenço e o guarda no bolso da jaqueta.
- É que eu estou grávida dele.
- Jesus cristo!!! -Denise cuspiu no chão, dois idosos que estavam ali, olharam para ela com um olhar de reprovação.
- Jane, onde você estava com a cabeça? Grávida daquele traste? E pensar que aquele desgraçado ainda conseguiu te engravidar, grrrr!! Que raiva!!
- Fique calma Denise, vai dar tudo certo. Ainda podemos criar a criança só nós duas não é?
- É melhor você pedir pensão Jane, só o meu e seu salário juntos não será o suficiente.
Dois idosos que estavam perto da Denise e Jane estão conversando.
- Aqui Charlie está a sua passagem de volta.- Diz o velho Samir dando a Charlie um bilhete. Mas Charlie não se mexe, ele olha fixo para o celular na mão do jovem que está a sua frente. No celular o jovem vê um vídeo clipe de uma mulher com peruca vestindo um maiô, enquanto canta e dança em um cenário todo rosa.
- Charlie?- Diz Samir no ouvido de Charlie, que acorda de seu transe dizendo.
- Hã!!
- Charlie, o que foi?- Perguntou o velho Samir.
- Esses jovens de hoje, olha lá. Ficam vendo esses vídeos de pornografia.- Disse Charlie apontando para o celular do jovem, o velho Samir deu uma risadinha e falou.
- Há Charlie, são as coisas da modernidade. Cada vez mais, tudo se torna cada vez mais pornográfico, e isso que ele está vendo nem é pornografia de verdade. Era pra ser apenas um vídeo musical.
- Música? Isso é música? Mas a moça está seminua.
- Modernidade Charles, modernidade.- Diz Samir dando uma gargalhada gostosa..
- Cada dia que passa Samir, eu sinto que não faço mais parte desse mundo, na minha época as pessoas tinham que ter decência. Lembra Samir? As mulheres vestiam saia abaixo do joelho.
- Lembro sim Charlie, bons tempos esses.
- Agora parece que elas andam é peladas mesmos. Isso quando não são como aquelas ali que ,parecem até homens cheias de tatuagem, coisa horrorosa!!- Diz Charlie apontando para Denise, que ouviu tudo que ele disse e ficou nervosa. Então ela respondeu a Charlie.
- Vai pescar vovô!! Já deve ter passado da sua hora de dormir!!
- Denise!! Não seja mal educada.- Disse Jane com vergonha, Jane então se volta para Charlie e fala.
- Ela está brincando tá moço? nos desculpe.
- Brincando nada Jane, tô quieta aqui e ele veio me cutucar. Quem diz o que quer ouve o que não quer!!!-
Eles escutam o som do metrô vindo, o metrô para diante deles, uma multidão de pessoas saem, então Todos que esperavam começam a entrar.
Uma mulher com o bebê no colo está entrando no metrô quando um jovem negro passa empurrando ela, ela grita.
- Aii!!!
- Sai da frente caramba!!- Diz o jovem passando rápido e sentando no metrô, a mulher com o bebê deixa um lenço cair no chão. Charlie o idoso pega o lenço e da a mulher dizendo.
- Toma senhora.- Ela responde em agradecimento.
- Obrigada, o senhor é muito educado.
- Infelizmente hoje em dia os jovens não têm mais educação.- Todos entram dentro do vagão e as portas se fecham fazendo um som de ar comprimido.
Dentro do metrô, o jovem que empurrou a mulher do bebê está ouvindo rap muito alto. Todos estão incomodados, mas não querem falar nada. Quando um homem branco com uma cicatriz fala.
- Ei cara!! Abaixa esse som.- O rapaz não escuta pois o fone está muito alto, então irritado por ser ignorado o homem da cicatriz puxa o fone do ouvido do jovem e fala.
- Ei, seu maluco não está me ouvindo?
- Ei mano, não mete a mão assim não, quem falou que você pode colocar as mãos no meu fone?
- Esse fone de ouvido está estourando, baixa essa merda!! Tá incomodando todo mundo.
- Eu abaixo se eu quiser, quer morrer maluco?- O clima fica tenso e o rapaz faz que vai puxar algo da cintura.
- Por favor, pode baixar esse som, é pelo meu bebê.- Diz a mulher do bebê de uma forma calma e doce, o jovem continua encarando o homem da cicatriz. Mas o jovem fala.
- Tá certo, só vou abaixar por causa da moça do bebê, e da próxima vez chega na maciota mano, e não é metendo a mão no fone dos outros? Esquece não irmão, para morrer basta estar vivo!!- Em seguida o jovem faz um sinal com os dois dedos de que, “estou de olho em você”, ele faz esse sinal na direção do Homem da cicatriz. O da cicatriz continua encarando ele com um rosto de mau.
- O saco!!! viu!!! É isso que a gente recebe por não ter um carro. Como é ruim ser pobre.- Diz Denise insatisfeita. Já o da cicatriz se senta no metrô, e tira um jornal do bolso em seguida ele resmunga.
- Criolo maldito!! Quer viver na sociedade branca usufruindo de nossos benefícios, mas não respeita os brancos.
- Jesus!!! Era o que faltava!! Um racista.- Diz Denise em sua mente já esgotada.
Conforme o metrô foi indo, o da cicatriz foi andando no meio do povo até que ele encontrou o jovem de novo. O jovem virou para ele já esperando uma briga, quando o da cicatriz falou.
- Ei amigo, espere um pouco.
- O que foi meu irmão? De novo?
- Eu quero me desculpar com você.
- É sério?
- Sim, olha!!- O da cicatriz fez que ia apertar as mãos do jovem mas ele moveu a mão rápido para a cintura e tirou uma arma, então apontou para o jovem. Todos ficaram chocados.
- Negro desgraçado!! Acha que vai ficar assim?- Disse o da cicatriz com um sorriso maléfico, então o jovem falou.
- Abaixa isso ai!! Vai acabar machucando alguém. Se não abaixar eu vou ter que te obrigar!!- O jovem enfiou a mão na cintura e tirou uma arma. Apontou para o da cicatriz que nem se mexeu, parece que ele já sabia.
- Meu Deus ele tem uma arma!!- Disse uma pessoa desconhecida, todos se abaixaram e só os dois ficaram de pé. Um apontando a arma para o outro.
- Abaixa essa merda cara!!- Falou o da cicatriz deixando uma gota de suor escorrendo no rosto.
- Abaixa você!!- Falou o jovem com o dedo coçando para atirar.
- Eu não vou falar duas vezes, Na próxima você vai morrer!!- Gritou o da cicatriz, o tempo parecia que não passava, os dois ali estáticos um olhando pro outro. Mas de repente tudo ficou preto, o da cicatriz falou.
- Merda o que está acontecendo aqui?- Tiros são ouvidos no escuro, mulheres gritavam assustadas. Quando a luz volta, o jovem está no chão com o corpo furado de balas, sangue escorre por todo o lugar. Todos ficam chocados, mas o maior deles é o da cicatriz que está apontando a arma para o chão, com as mãos tremendo. O da cicatriz fala.
- Mas quê? Eu matei ele? Ele atirou em mim, vocês viram não é? Não foi assassinato, foi legítima defesa.
Denise fala.
- Na verdade não, entramos em um túnel, não deu para ver nada.- O da cicatriz entra em desespero e começa a tentar abrir a porta do vagão. Quando ele não consegue, fica cada vez mais desesperado gritando.
- Droga!!, tenho que sair daqui!! Tenho que sair daqui!!- Ele então para e se agacha escorregando as costas na porta do vagão, segurando os cabelos com os dedos ele começa a se descabelar.
- Não vai prestar socorro a ele, moço da Cicatriz? Na minha época as pessoas sempre ajudavam as outras.- Diz Charlie com sua boca aberta.
- Está louco vovô? Chapo de vez? Ele tá morto!! Que tipo de ajuda quer que eu dê a ele? Se eu ficar aqui eles vão me prender.
- Não pode abrir a porta e simplesmente fugir!! Isso mostra que você é um mau caráter- Diz Denise.
- Cala a boca nariguda desgraçada!! Quem te perguntou alguma coisa!! Acha que sabe muito sobre mim?
- Nariguda é sua mãe!! Seu assassino nojento!!
- Mais uma palavra e eu explodo essa sua porcaria de cabeça!!! - Diz o cicatriz com a arma apontada para Denise, Denise vira o rosto incomodada.
- Mais alguém terá coragem de me chamar de assassino?- O cicatriz fala apontando a arma de um lado para outro, mas todos abaixam a cabeça ou desviam o olhar. Em seguida ele tira um cigarro e coloca na boca, guarda a arma e acende o cigarro. Ele dá um trago e fala.
- Vamos fazer o seguinte, na próxima estação todo mundo sai junto e sei nem um papo. Eu vou ser o primeiro a sair, tá legal?- Denise fala sem pensar.
- Eles vão te pegar por isso, não adianta fugir.
- Cala essa boca!! Ninguém vai contar pra ninguém!! Falou? vai ser como aquele ditado de Las Vegas, o que aconteceu aqui vai ficar aqui. Fim de papo!! Porque eu não vou para a cadeia!!- O lugar fica em silêncio, apenas o barulho do metrô em movimento. Lá fora a paisagem continua passando como se nada tivesse acontecido, Denise fala.
- Alguém já se perguntou quem era o jovem ? Tipo porque ele estava armado?- O da cicatriz sorriu e falou.
- Finalmente usou a boca para falar algo útil nariguda. Eu vou ver o o que ele tem nos bolsos, talvez isso revele quem é ele.- O da cicatriz verificou os seus bolsos, ele então tirou uma carteira. Lá estava escrito O nome do jovem e dizendo que ele era policial, então o da cicatriz colocou a carteira em seu bolso e continuou revistando. Em seguida ele enfiou as mãos no próprio bolso e tirou duas pedras de crack, em seguida colocou no bolso do jovem. E colocando as mãos de novo no bolso do jovem ele tirou as pedras e falou.
- Eu sabia olha aqui.- Ele mostrou as duas pedras para todo mundo.
- O que é isso?- Perguntou Charlie o idoso, O cicatriz respondeu.
- Pedras de crack, ele é usuário ou traficante.- Denise falou.
- Só porque ele é negro então ele é criminoso? Agora ele é um traficante drogado? Quem pode falar que você não colocou isso ai no bolso dele.
- Nem vem com esse papo de racismo, o desgraçado tinha uma arma, não é? Ele não é policial, então só pode ser bandido.
- É muito conveniente você atirar em um criminoso para sua auto defesa.- Diz Denise.
- Mas não foi o que aconteceu nariguda?
- Nós não sabemos o que aconteceu. Tava muito escuro.- O cicatriz se levanta e se coloca de pé, em seguida fala.
- Ele não é criminoso povo? Eu os salvei de uma vítima da “sociedade”, Agora vão me ajudar a me livrar disso?- Charlie falou.
- Ele está certo, o jovem estava todo errado. Além do mais eu nunca gostei dele, ele empurrou a mulher com o bebê.- Todos balançaram a cabeça concordando com Charlie. Charlie diz.
- Vamos salvar o homem da cicatriz e acabar logo com essa discussão idiota, todos querem ir para casa não é?- Denise intervém dizendo.
- Todos querem ir pra casa, mas com a consciência limpa né? Não sabendo que deixou um assassino livre para cometer crimes.
“Próxima estação, céu azul a cinco minutos,” diz a voz eletrônica nos alto falantes.
- Veja não sobrou muito tempo, daqui a pouco estaremos na próxima parada.- Disse o da cicatriz, Jane falou baixinho no ouvido de Denise.
- Irmã, vamos fazer oque ele diz, só vamos sair daqui!!- Denise gritou alto para todos ouvirem.
- Não acredito nisso!! Vão mesmo apoiar um assassino!! Vão mesmo!!- Ninguém falou nada, todos apenas olhavam para o chão.
Quando finalmente o metrô parou, as portas se abriram, então todos saíram rápido, inclusive o da cicatriz, ele fez questão de pegar a arma e jogar na lixeira antes de subir as escadas rolantes.
Estranhamente a estação estava vazia, e no vagão só Denise ficou lá ao lado do corpo do jovem ensanguentado. As portas fecham com a cena da Denise sentada no chão olhando para o corpo do jovem, enquanto o metrô prossegue, o rapaz se levanta de forma assustadora.
Denise se assusta mas ele fala.
- Não se assuste, graças a sua boa ação será recompensada.
- O que está acontecendo? Você não está morto?
- Não, é você que estava morta, lembra de quando o metrô entrou no túnel?
- Sim.
- Ele nunca saiu de lá, o vagão descarrilou e todos estavam entre a vida e a morte.
- Quem é você?
- A morte, então eu fiz um teste, esse teatrinho para ver que mereceria viver ou morrer. E você passou.
- E os outros? O que vai acontecer com eles?
- O purgatório os aguarda, meus parabéns.
- ,Mas.
- Agora abra seus olhos!!- Ao ouvir essas palavras tudo fica escuro e logo clareia, Denise está deitada de costas no trilho do metrô, seu corpo está cheio de arranhões e sangue. Ela está recebendo massagem cardíaca por um paramédico. Quando o paramédico olha para ela, ele diz.
Ela acordou!!- Denise ao olhar ao redor vê o corpo ensanguentado de vários de seus companheiros, Sua irmã, O da cicatriz, O velho Charlie, A mulher sem o bebê, todos mortos cobertos por um pano branco, ela então escuta o choro do bebê o que mostra que ele também foi poupado pela morte.