O túmulo de Constantine
"CUIDADO O EXTREMO MEDO DAS COISAS PODE TE LEVAR DIRETAMENTE Á ELAS".
O AUTOR.
Nos séculos XVIII E XIX o medo de ser enterrado vivo era constante e havia sérias razões para isso. A medicina ainda engatinhava e não se tinha absoluta certeza da causa mortis, muitas vezes o sujeito tinha sinais vitais fracos e era declarado morto...
A Londres Vitoriana de 1831 passava por uma transição demográfica e pelo advento da revolução industrial , grandes fortunas se formaban en poucos messes e a forma dos lucros e serviços sofriam constantes modificações. Porém a medicina ainda sofria dificuldades e o grande medo da população era de ser enterrado vivo.
O senhor Constantine Smith tinha acumulado uma fortuna considerável e fora seu sobrinho Philips não possuía mais herdeiros, eles tinham uma relação de pai e filho e Constantine aos 64 anos não tinha muitas preocupações.
Somente uma coisa o preocupava profundamente, ser enterado vivo, desde jovem convivía com esse medo ao ponto de acordar noites a fio pensando nisso, até porque já assistira muitas vezes acontecer inclusive com conhecidos e amigos mais próximos.
Para que o seu medo mais profundo não se concretizasse seu Constantine vinha á algum tempo tomando medidas para se precaver desse desfecho trágico. Pedira para seu sobrinho que criasse um dispositivo com campainha para que ele pode-se acionar caso estivesse vivo, e também teria de ser velado por pelo menos dois dias .
Alguns anos passaram e quando Constantine Smith completará 70 anos um surto de cólera que assolava toda a Inglaterra acabou selando seu destino. Porém como havia suspeita de cólera nao podia ser velado e por segurança devia ser rapidamente enterrado .
Três anos se passaram desde a morte do seu tio , Philips agora tinha herdado toda sua fortuna e era um dos homens mais ricos da cidade, o surto de cólera tinha passado mais não sem antes ceifar a vida de muitos cidadãos, agora após três anos as autoridades estavam reabrindo tumbas, para constatar quantas pessoas poderiam ter tido a desgraça de serem enterradas vivas, era algo mórbido mais as autoridades queriam saber.
O túmulo do seu Constantine fora sorteado, mesmo com a relutância do seu sobrinho chegara o dia de abrir seu túmulo. Estavam presentes dois médicos e algumas autoridades.
Assim que abriram o caixão o horror tomou conta dos presentes, a tampa estava terrivelmente arranhada e ainda com algumas unhas cravadas nela, mais o pior era a feição do cadáver revirado e com o maxilar aberto num último grito de desespero.
Assim que anoiteceu seu Constantine acordou na mais absoluta escuridão, ainda conseguia respirar com dificuldade, logo percebeu que mal podia se mexer, entendeu o que estava acontecendo.
Sabia que o tempo se esgotaria rápidamente pois agora que tinha acordado o consumo de oxigênio aumentaria, acalmou-se e lembrou do dispositivo da campainha que mandara seu sobrinho instalar, estava logo acima da sua mão direita, era a chance de sair dali.
Puxou a corda que faria a campainha tocar, porém nada acontecia, até que algum tempo depois toda a corda estava dentro do caixão, ela não tinha sido amarrada ou se soltou.
O terror e o desespero tomaram finalmente conta do velho e o ar já começara a faltar, seu pior pesadelo tornou-se realidade, num último esforço de desespero cravou as unhas na tampa e gritou. Em seguida veio a escuridão junto com seu último suspiro.
A abertura do caixão pouco abalou Philips, afinal sabia que a campainha era apenas um detalhe, e as autoridades não se importavam com detalhes.