O inferno de Oliver
1a parte
Londres 1837
O poema do inferno faz parte do clássico A divina Comedia e foi escrito no início do século XIV por Dante Alighieri, nele o inferno e descrito em forma de cone invertido contendo nove círculos concêntricos, sendo cada um especial para cada pecado, ou seja quanto mais grave o pecado mais fundo o pecador entra no inferno e pior e o seu sofrimento.
Na entrada do inferno não á portas nem cadeados apenas um dizer,
“Deixai toda a esperança, ó vós que entrais”
O senhor Oliver Sampson nascera e vivera a vida toda em Londres e aos 68 anos desfrutava de todos os benefícios do início da era Vitoriana.
Corria o ano de 1837 quando seu negócio de importações marítimas o deixava a cada dia mais e mais rico, porém seu Oliver nunca estava satisfeito, sempre queria mais e mais e nunca perdia a oportunidade de levar vantagem mesmo que fosse as custas de sofrimento aleio.
De caráter duvidoso sempre desconfiava de tudo e de todos, obviamente não era feliz e apenas acumulava riqueza, sempre que podia manipulava e traía para conseguir seus propósitos obscuros.
Como se fosse pouco ainda o perseguía uma sombra do passado que não conseguia esquecer. Á muitos anos atrás fora casado e durante alguns anos fora feliz de verdade.
Mais com o passar do tempo seu comportamento egoísta e abusivo começara a afetar seriamente a saúde mental de sua esposa, ao ponto de um dia Oliver encontra-la sem vida após ter ingerido cianureto. Depois disso suas atitudes pioraram muito com o passar dos anos.
2a parte.
O inferno.
Oliver Sampson encontrara seu fim sozinho, numa típica noite fria e chuvosa do inverno londrino, sem ninguém por perto para ajudá-lo fazia pelo menos três dias que sofria dores abdominais terríveis, e não tinha ninguém sequer para lhe dar um copo d'água, até que sucumbiu de dor fome e sede.
Do outro lado as notícias não eram nada boas para Oliver pois acordara num lugar escuro com cheiro terrível e gritos de sofrimento que o deixavam apavorado.
Algum tempo depois percebeu uma sombra grotesca vindo em sua direção, média pelo menos dois metros de altura sua pele era escamosa e seu cheiro insuportável, olhou para ele e com uma voz que gelou a sua alma falou-lhe que tinham que ir era sua vez.
Oliver Sampson fora amarrado numa espécie de parede com ganchos e correntes, depois a criatura que na verdade ficou sabendo depois que era o demônio designado para fazê-lo sofrer pegou uma espécie de grande Machado e começou a cortar seu corpo e retirar seus órgãos e intestinos.
Todo o processo durava apenas alguns minutos, era violento e quanto mais o velho gritava mais o demônio sentia prazer em tortura-lo.
3a parte.
O perdão
O tempo no inferno passa bem mais devagar, uma hora no inferno equivalem a cem anos na terra, Oliver Sampson já estava a mais de quarenta anos no mesmo suplício.
Todos os dias era estripado e não morria, sentia o mesmo pavor e as mesmas dores sem descanso e aquele demônio sentia verdadeiro prazer em fazer aquilo. De qualquer forma no intervalo entre a sessão de tortura diária ele conseguia refletir sobre quem foi e as coisas terríveis que tinha feito na terra.
Foram justamente essas pequenas reflexões diárias que junto com o terror e a dor trousseram o arrependimento, e foi assim que um dia quando esperava mais uma tortura de sangue e dor o demônio pela primeira vez não apareceu.
Uma luz azul veio de cima e iluminou o corpo de Oliver, sentiu um alívio que o inundou de emoção, na sua frente apareceu sua esposa estendendo-lhe a mão, o velho não podía acreditar , ali estava a mulher que ele tanto fizera sofrer vindo em seu auxílio, Oliver Sampson estava livre, já tinha pagado todos seu pecados .