Herói - CLTS 15
Que a paz de espírito esteja contigo, possível leitor.
Antes de qualquer coisa, quero que saiba que o que irei contar não precisa ser aceito ou compreendido, fique à vontade para pensar o que quiser, questionar, descreditar, ou até desmentir qualquer fato. Eu sei o que sei e o que vivi, e respeito o que certamente você sabe e o que já viveu. Mas gostaria muito, muito mesmo, que você pudesse abrir seu coração para que o que aqui está escrito possa ser como sementes de uma ideia que pode mudar algo. E esse algo, talvez possa ser tudo... É necessário que haja esse contato entre nossas intenções.
Não posso te revelar meu nome de batismo, mas vou me apresentar como “Tristão”. Sei que parece um pouco sentimental ou até meio forçado, mas de repente com o andar da carruagem talvez você me entenda.
Todos temos talentos únicos.
Medos e dores também...
Minha história será rápida e bem resumida porque sei que não sou bom o suficiente com as palavras. Minha praia sempre foi outra.
Desenhar.
Foi assim que me tornei tatuador. Desenhar é um de meus talentos.
Mas antes de falar sobre mim, preciso voltar a falar sobre o nome pelo qual me apresentei. Fiquei meio encucado com as possíveis interpretações, já que eu mesmo o achei estranho, se não soubesse o quanto é fato... se não soubesse o tamanho de minha tristeza. Então vou contar algo só pra te dar algum tipo de contexto, amigo leitor.
Quando eu era jovem, lá pelos meus 20, vivi uma fase de rebeldia e agressividade. Não posso me culpar porque era muito novo, certamente ingênuo, não sabia nem percebia muita coisa, era apenas uma árvore jovem aprendendo a ser forte o suficiente para suportar a tempestade. Acreditava em tudo o que ouvia e a televisão era a voz portadora da verdade. Os treinos de muay-thay e jiu-jitsu na época me trouxeram um corpo forte e atlético, somadas ao meu amor pelo desenho, as artes marciais formavam meu refúgio pessoal.
Num certo dia, num fim de tarde nebuloso e cinzento, vi uma movimentação estranha numa das ruas por qual passava voltando da academia. Demorou um pouco pra eu me dar conta de que alguém estava sendo perseguido, dois homens acima do peso corriam atrás de um bem mais magro e rápido, uma mulher gritava enquanto todos olhavam a perseguição que parecia estar com o perseguido em vantagem. A mulher gritava “Pega ladrão! Safado! Eu ainda tô pagano meu celular!”
Decidi agir. A raiva me tomou e eu lembrei dos noticiários, pensei que ali era mais um arrombado que precisava fumar sua pedra pra depois estuprar, matar, desviar verbas federais, receber propinas e bancar prostitutas com o dinheiro da saúde, um vagabundo que não queria trabalhar, e resolvi fazer justiça. Seria o “Herói”. Disparei numa corrida galopante e entrei na perseguição, me embrenhei por uma trilha de barro com mato dos dois lados, a sombra esguia a alguns metros à frente. Meu treino me trouxe alguma vantagem e em instantes eu estava agarrado ao garoto, que me parecia não passar dos 17.
Quando os outros dois homens que o perseguiam nos alcançaram, eu já havia o dominado e reavido o celular, não me lembro o modelo nem a marca, só sei que era um bem comum, ele não reagiu. Um dos homens, um segurança de uma das lojas da avenida onde o roubo aconteceu, o segurou pelos braços, torcendo-os e causando um estalo ouvido por todos os presentes naquela estrada deserta, o garoto gritou de dor... os homens o xingavam, mas quando eu o ouvi, seus pedidos de misericórdia... meu sangue ferveu...
É triste lembrar, mas tenho que confessar a dor que carrego. Naquela tarde, com apenas os dois homens como testemunhas, descarreguei todo o meu ódio das pessoas e do mundo ao meu redor no tórax e abdômen daquele jovem que certamente tinha todo um futuro pela frente... uma mãe que o esperava inocente... por causa de um celular. Naquele dia, meu treino pesado no saco de pancadas me fizeram um ser inútil no processo de evolução do espírito...
Soquei aquelas costelas magras com todo a força que tinha, enquanto o homem o segurava e me atiçava, soquei e pensei que daquela forma estava punindo ele o Mundo por ser tão podre... cada soco o fazia cuspir sua vida... soquei e quando não mais consegui, saí correndo e só parei quando cheguei em casa, 4 ou 5 quilômetros distante daquela estrada deserta. Os homens também saíram correndo em direções opostas. Ninguém viu nada. Todos fizeram vista grossa. Acharam certo.
Mas fiquei sabendo que o garoto havia morrido no hospital. Costelas quebradas, pulmões perfurados. O sangue que ele espirrou pela boca e pelo nariz não poderia significar outa coisa.
E isso me persegue até hoje.
Esse é o ponto, caro leitor. Foi a partir desse dia, que minha vida mudou por completo. Foi nesse dia que comecei a temer minha escuridão...
Naquela noite, no dia em que me tornei um assassino, sonhei com aquele jovem que eu havia socado até a morte e ele me disse que jamais me deixaria... que eu lembraria de tudo sempre... jamais esqueceria... No sonho, ele tinha asas...
Jamais.
Com as luzes de meu quarto apagadas e a chuva forte do lado de fora, acordei na madrugada, vi a movimentação do vulto que se moveu de um lado do quarto para o outro... e congelei. Não ousei me dirigir a nenhum ser divino pois na época não acreditava em nada como Deus. Mas quando olhei com frieza o escuro total do quarto por minutos, em estado imóvel e concentrado, divisei a forma ainda mais negra de alguém... que de pé, estava a alguns metros de mim. Percebi sentindo que ele era magro e frágil... um zumbido vibrante reverberava em meus ouvidos... “Você... me matou por nada...”, eu ouvi... então corri e acendi a luz...
E nunca mais as apaguei. O escuro, tornou-se minha corrente...
Assim tem sido pelos últimos 20 anos.
Percebi desde então que meus sonhos se tornavam cada vez mais reais e lúcidos, ora maravilhosos, ora assustadores... quando acordado ficava em verdadeiro transe lembrando dos cenários e das falas que aconteciam. Não eram tão frequentes, mas compensavam na realidade que me transmitiam. O garoto sempre estava neles, apenas me olhando, observando minhas peripécias oníricas. Eram experiências nítidas e tangíveis, diálogos em línguas desconhecidas com seres brilhantes... travessias tenebrosas por vales em chamas ao lado de seres bestiais... tudo extremamente claro e real... o que me fez buscar informações específicas, que me introduziram no fenômeno da projeção astral. Eu havia me tornado um tipo de projecionista, e minha vida começava a ganhar um novo sentido, meu arrependimento me estimulava à mudança... os sonhos deixavam pistas...
Agora preciso fazer um grande corte nessa narrativa que certamente já se desviou um pouco do intuito original, lembro que devo ter dito que ela seria rápida e resumida, mas já aqui estou divagando sobre uma das minhas aflições, certamente a maior, mas também precisei falar da minha benção. Benção... Pelo menos foi assim que encarei a questão dos sonhos vívidos e surreais que passei a ter.
Mas uma benção também pode se tornar maldição... Se eu não resumir essa história, vai demorar muito para que eu te fale sobre como conheci o Heitor e como, através dele, vivi a experiência mais transformadora da minha vida. A mais graciosa e também a mais terrível de todas... A experiência que consolidou em mim essa grande tristeza...
Preciso te contar o que vivi.
Meu estúdio era frequentado por pessoas de alto poder aquisitivo, consequência natural da valorização de meu trabalho. Foi após um agendamento para a aplicação de um trabalho realista num fechamento das costas como uma primeira tatuagem, que conheci Heitor.
Nos identificamos com facilidade. Em meia hora de conversa eu já sabia o que ele desejava e como executá-lo. Sua simpatia e o respeito que demonstrava para com qualquer assunto que se referisse à Arte me fizeram desistir de dissuadi-lo de um trabalho tão grande e de custo tão elevado, percebi que ele estava consciente do que queria, e não iria começar fazendo uma âncora ou o Mickey Mouse. Lembro que falei alguma coisa assim:
- Cara, acho que essa casinha no alto da montanha tem realmente um significado pra você viu, porque vou te contar, pra chegar nela numa sessão só, tu vai sofrer pra caralho. Acho que umas 15 horas de trampo. Vai ser foda. Tu já tá coroa e tua pele já perdeu elasticidade, mas desejo é desejo né.
- Pois é, e eu ainda irei nessa casa. Todos iremos pra ela um dia... todos nós, sem exceção... nem que seja em sonho... eu vou suportar.
Aquilo me deixou intrigado. Ele havia falado em sonho. E de sonhos e pesadelos, eu entendia um pouco.
Durante sua sessão de tatuagem, conversamos de maneira mais concreta sobre inúmeros assuntos referentes ao mistério da vida, mesmo com as expressões de dor e agonia que lhe estampavam o rosto sereno. Foram horas de questionamentos que iam de Freud e Jung à Helena Blavatski e Eliphas Levi, a Ciência e o Ocultismo, assim como diversas ligações entre as Religiões e a Política Mundial foram dissecadas com maestria por ele. Sociedades Secretas e como se infiltravam em todos os aspectos do poder. Eu o ouvi atentamente, não conhecia nada sobre o que ele falava. Foi assim que fiquei sabendo que Heitor frequentava um grupo de estudos, ele havia dito, onde pessoas com talentos especiais se reuniam em total sigilo para adentrar camadas superiores de conhecimento da alma humana e sua centelha divina. Falei a ele sobre meus sonhos e isso o deixou visivelmente interessado.
- Nessas experiências, você costuma lembrar de tudo o que vê e sente com segurança?
- Sim – respondi - com riqueza de detalhes, seja no que vi ou ouvi. Mas não costumo conversar muito sobre isso...
- Me diga – ele falou – o que você acha mais importante: controlar a percepção humana, e assim fazê-los agir de acordo com os interesses ocultos, ou libertar o coração humano, e assim correr o risco de que ele sucumba naturalmente?
- Cara... – a pergunta era esquisita e um tanto difícil - eu não sou versado em Filosofia, mas acredito que vivemos numa prisão sem muros. Você tá ligado, tipo, uma prisão do seu pensamento. Li pouco na vida, mas me lembro bem daquele livro do Big Brother, alguma coisa tipo aquilo. Pessoas sem ideias são muito mais fáceis de se controlar. O medo é uma bota pisoteando um rosto no chão...
- Mas você acredita que existe o Mal? A força contrária à Mão que Tudo criou? – ele me questionou. A máquina deslizava pelas suas costas e dos seus poros minavam gotículas de sangue feitas pelas agulhas velozes.
- Acho que pode existir... Veja só o mundo lá fora – falei - é um imenso xadrez. A mão que move as peças não é a mão de Deus... eu acho... Acho que mais importante seria libertar a percepção humana e controlar seu coração... que pra mim, é sua liberdade.
- Meu caro – ele falou – com certeza a mão não é a dele. A que move as peças. E quer saber aonde isso vai nos levar se não fizermos nada? Se não movermos nossas próprias peças? Guerra... e não será só com armas que ela será travada. Será uma guerra da consciência diante da inércia... do espírito paralisado pela carne em declínio...
Após a primeira sessão, só nos vimos duas semanas depois para alguns retoques em sua tatuagem, e nos aprofundamos sobre diversos assuntos, aquele papo misturado à minha compreensão e indignação com os fatos ao meu redor me deixou com diversos questionamentos, me atraiu. Dentro de mim, eu queria que ele me fizesse o convite para o tal grupo de estudos, só que não ousei insinuar nem comentar. Mas naturalmente ele aconteceu.
Faço aqui agora outro corte para que assim eu inicie a parte final dessa minha história. Me resta pouco espaço. Só tenho algumas folhas.
No dia em que concluí sua tatuagem, um mês depois que nos conhecemos, ele me falou que naquela noite ele e os amigos do grupo de estudos iriam fazer uma sessão experimental e que gostaria que eu fosse pra conhecer. Chamavam-na de “Contato”. Não hesitei em aceitar, pois sem que o dissesse, havia sonhado tão nitidamente como nunca antes sonhara, e em meus sonhos vi aquela casa humilde no alto da montanha, a casa que Heitor falara que todos iríamos um dia. Na casa, eu havia encontrado o garoto...
- Pode crer, mas vou avisando que só vou olhar. Não me meto com intelectuais, tu é uma exceção, irmão. - falei.
- Relaxe, a galera lá é gente fina.
Saímos e naquele dia, eu não sabia do que estava pra acontecer. Mas como preciso sintetizar muita coisa para que chegue ao ponto principal, durante o caminho até Porto de Pedras, para uma casa de praia de sua família, Heitor me inteirou sobre o experimento que fariam, e fiquei por demais intrigado com a ideia. Ele falou sobre coisas que antes não havia contado, fiquei assustado com tamanha precisão de seu conhecimento sobre minha vida pregressa. E antes que eu pudesse expressar minha opinião, ele disse:
- “Tristão”... hoje você poderá evitar uma guerra... você acredita que isso é possível? Falo de salvar milhões de vidas... e pra que isso aconteça, só te peço que nos ouça e aceite fazer o que lhe pediremos. É uma chance única. A “Fraternidade Babilônica” está a um passo de conseguir seu intento. Guerra... pra subjugar o Mundo. Chegou a hora da sua redenção... de que adianta o talento sem o seu exercício? Sem seu devido uso para o Bem? Você pode ser um herói...
O “Contato” seria imprevisível. Era um tipo de conexão feita através do éter. Uma ponte utilizando meridianos de energia da Terra para projetar uma consciência humana individual à uma distância infinita num piscar de olhos. Quatro pessoas contando comigo seriam necessárias para a realização do ritual.
Heitor me falou que seu papel seria o de me induzir a um estado hipnótico sugestivo, para que outra pessoa, uma mulher chamada Noemia, fizesse o papel de “fonte”, ou seja, ela forneceria a energia suficiente para gerar a conexão com as linhas de força, descobertas há muito por Tesla. Um outro homem, fundador do grupo de estudos, que depois fiquei sabendo se chamar “Ordem da Lua”, Rodolfo, conhecido como “Velho”, seria o decodificador da mensagem que ficara ao meu encargo extrair de minha projeção.
Sei que parece loucura, ou até pode ser que fosse, ou que ainda seja, mas naquele momento, enquanto ouvia os argumentos miraculosos de Heitor, não me ocorria de maneira alguma refutar ou resistir à sua proposta. Tranquilamente fui demonstrando que havia entendido o que ele queria de mim, falei que era algo parecido com aquele filme do Di Caprio, “A Origem”, ele riu e disse que sim, que era parecido.
Só que seria real.
E enfim chegamos ao ápice dessa história.
Naquela noite, depois de ser apresentado a todos os envolvidos no estudo, depois de ser apresentado como um projecionista consciente decidido a ajudar o Mundo de alguma maneira que ainda não sabia, depois de saber que minha experiência seria como um sonho, e que nesse sonho eu deveria buscar um pergaminho que estaria em algum lugar no cenário em que me encontraria, e guardar o símbolo que veria para reproduzi-lo imediatamente assim que retornasse... senti medo. E só. Eles me perguntaram se eu tinha algum receio, não podia mentir sobre nenhuma das respostas, mas eu menti... e quando não falei do medo de minha escuridão, quando não os contei que há mais de 20 anos não dormia no escuro porque sabia que havia errado de maneira irreversível quando matei um homem... eu estava selando mais uma vez meu destino...
Todo o processo seria comandado pela voz de Heitor, que seria meu guia, mas o que me levou até ali foi poder ter a oportunidade de viver algo transcendental, espiritual... havia sido apenas por isso que havia aceito o convite de minha sorte.
À meia-noite, iniciamos o “Contato”.
Magia. Os três de mãos dadas e eu no centro.
Em poucos segundos a voz de Heitor me colocou num estado de consciência jamais experimentado antes. As velas bruxuleantes dentro da sala triangular eram a única fonte de luz.
E de repente... eu estava lá. Atravessei o oceano e depois um túnel que perfurava uma montanha num voo luminoso...
No salão da mansão, embaixo da terra, dezenas de casais dançavam, suas roupas extravagantes não eram nada quando se percebia o que usavam acima dos pescoços... eram cabeças de animais... e delas ainda escorria sangue púrpura...
Caminhei entre eles e eles não me viam, minha visão captava tudo tão perfeitamente quanto estou vendo agora essa caneta na folha. O salão estava em penumbra, enquanto seguia, narrava tudo sem usar palavras para Heitor, que me conduzia. Estávamos usando pura telepatia, acredite. Falei que estava vendo uma reunião, que reconhecia algumas pessoas que ali estavam... não lembrava dos nomes... uma força estranha me impedia... mas garanto que se tratava de rostos célebres de diversos filmes famosos, políticos, cantores, e até mesmo o Papa estava lá, era como estar vendo um encontro da alta sociedade. Eles se reuniam em volta de uma mesa. Me aproximei e quando olhei o que os atraia, meu coração congelou...
Eram crianças... dezenas delas... nuas... chorando... acorrentadas e sendo degoladas por homens encapuzados... eles recolhiam o sangue de suas pequenas gargantas em taças e distribuíam entre todos os presentes... mulheres acorrentadas mais ao fundo gritavam e esperneavam, mas de frente a elas, uma fila de mulheres bem vestidas descarregava pistolas em seus corpos... enquanto riam e se aproximavam para verificar a dimensão das perfurações nos corpos abatidos... Outros homens de batina espetavam bebês numa fogueira enquanto dançavam...
Na ponta da mesa, um ser indescritível, gosmento... sua aparência o puro horror... agitava um pergaminho com um desenho quase abstrato, um emaranhado de traços, fixei minha consciência naquela imagem e um calor escaldante me tomou... vi explosões catastróficas por todo o Mundo... doenças... fogo... gritos... guerra... guerra... o ser apontava para a mesa e todos os reinos da Terra estavam em chamas... eu o encarei... e nesse momento, ele me viu...
E minha escuridão me encontrou. O vórtice, me arremessou no Abismo...
Tudo se apagou. Como naquela tarde 20 anos antes...
Pra encerrar minha confusa história, preciso dizer que enquanto observava os corpos desfigurados daquelas três pessoas que mal conheci, que me pediram ajuda... via o desenho que havia rabiscado numa folha que provavelmente Heitor me dera antes de eu mata-lo com minhas próprias mãos... ele pulsava na folha... como brasa... um rosto que cuspiu sua vida... Convicto de mais uma vez ter sido usado pelo Mal quando só queria o Bem... eu chorava...
Havia falhado.
Era ele na ponta da mesa. O garoto. E suas asas quebradas...
Ele disse que eu não esqueceria... que eu não podia... a guerra viria... eu não impediria... jamais seria... jamais seria um herói... a chance de fracassar, é nossa cruz...
E essa verdade, dói...
FIM
OBRIGADO POR VIR ATÉ AQUI...
TEMAS: MEDO DO ESCURO\CRIMES BÁRBAROS