O PREÇO DA MORTE V
O defunto saiu da Delegacia, mais vivo do que quando entrara.
Somente psicologia, com as palavras do advogado, ou poderiam estar mentindo...?
O Delegado logo que leu o depoimento do defunto, exclamou:
- Que defunto que dá trabalho!
O defunto verdadeiramente era hiperativo, e deixou várias versões para a autoria, passeando entre o passional, e a vingança...
Contudo, ele estava enfusado com a postura do advogado de porta de cadeia...
O defunto tinha consciência de ter ressurgido do caixão, embora não houvesse materialidade segundo a Ciência teus órgãos vitais estariam prefeitos.
Ele encarolava os cabelos loiros encaracolados, e se questionava, reflexivo, qual teria sido o propósito do advogado, de repente estaria induzindo a Polícia Civil, a descartar os fatos, de que Ele havia sido homicidado.
Mais uma vez, o defunto pensou na estória de Jesus, arvorou que teu pronome fosse redigido, aqui no conto da própria estória, com a inicial maiúscula para designar Ele (quando se referisse ao defunto no texto).
De acordo com os Atos dos Apóstolos houvera quarentena de Jesus entre os vivos, após ressurgido.
Certo que não fora quarentena, igual quarentena da Covid-19, perpétua entre os vivos.
Ele estava desconfiado do próprio advogado, por que ele estaria desde o primeiro momento lhes aguardando na porta da Delegacia, sequer tomava conhecimento da morte, episódio que rapidamente ganhou notoriedade, especialmente depois que o morto reapareceu no veículo da funerária...
E agora na Delegacia, deixando a escrivã confusa com a tipificação do delito, afirmando esse tal atentado, quando só o defunto sabe, e presenciou a arma empunhada contra si, e os disparos efetuados.
Alto lá!
O "parça" tava lá, ficou sozinho no banco passageiro, depois que o defunto estacionou o carro, desceu rápido ao portão de uma residência, e fora covardemente assassinado, quando adentrava de volta ao veículo...
O defunto sentiu paranóia (sem ter feito uso de drogas), pensou alto e falou consigo:
- Será que esse advogado não está me traindo...?
A esta altura, a voz do jornalismo, falava a voz do povo, daquela urbe, admitindo o milagre!
O defunto desejava ver o seu carro, e saiu da Delegacia direto para o pátio do Quartel da Polícia Militar, aonde estava apreendido o veículo!
Igual astro, era cortês e brincalhão com as pessoas nas ruas;
Tentando desgrudar dos assédios, retirou a camisa, pra iniciar pequena corrida, e viram chagas cicatrizadas no peito;
Ao chegar no pátio, avistou a peneira... Furos de projéteis na lataria, atravessados na porta, estofados do lado motorista;
Revivendo naquele instante a memória esquecida no lado direito do cérebro;
Eureka!!
O defunto agora sentiu o sangue pulsar nas artérias, as mãos trêmulas tamanha raiva, queria agora, mais do que nunca, vingar e cobrar... O PREÇO DA MORTE;